[Retrô] Adventures Clássicos
Por Mateus Beck
Saudações caros leitores, apareço mais uma vez diante de vocês, a fim de falar sobre um tema que tinha muita vontade de falar anteriormente, que eram sobre os Adventures clássicos. A verdade é que se trata de um assunto aonde até mesmo eu pouco sei, e um dos meus principais objetivos com este post era coletar informações, de forma que até mesmo eu aprendesse com ele, pois se vocês acharam que o leitor era o único que obtia informações com um post vocês estavam enganados, sem dúvidas aquele que mais aprende é aquele que faz o post. "Sábio é aquele que se julga ignorante." - Sócrates.
OBS: Aquela obra-prima no início do post chamada banner foi feito pelo mestre Filipe Ritto, deixo aqui as minhas parabenizações pelo incrível trabalho do mesmo.
Agora vamos ao post...
Afinal, o que são os adventures clássicos?
A palavra adventure vem do inglês e significa aventura, e ao contrário do que temos em mente quanto aos atuais jogos de aventura, os adventures clássicos são praticamente livros em forma de jogo, pois suas histórias e suas aventuras são tão impressionantes que se assemelham muito a de um livro.
Os adventures clássicos tem uma história - podendo ser uma história verídica, uma história relacionada a algum contexto histórico, ou até mesmo uma história de algum mundo paralelo - onde você deve explorar os lugares e resolver quebra-cabeças, a fim de conseguir descobrir mais informações sobre o contexto onde você está inserido.
Dois exemplos bastante conhecidos de adventures clássicos nos video games são os jogos Broken Sword - Shadow of the Templars (The Director's Cut) de Nintendo DS, sendo remake de um adventure clássico de mesmo nome - embora não seja a versão do diretor -, e Scooby Doo Mystery de Mega Drive (existe uma versão para o Super Nintendo, mas a mesma é totalmente diferente da versão feita para Mega Drive, e sua jogabilidade é totalmente diferente).
UPDATE: Como foi bem lembrado pelo membro HugoPecego, os jogos da Carmen Sandiego também são bastante conhecidos e também fazem parte dos adventures descritos nesta matéria.
Muitos adventures clássicos tiveram versões traduzidas oficialmente para o português, como é o exemplo de Escape From Monkey Island, Road to El Dorado, Alone in the Dark 4 e Quest for Glory 5.
Quando este gênero surgiu?
O primeiro adventure clássico que se tem notícia foi o Colossal Cave Adventure, lançado no ano de 1976 por William Crowther. O jogo se tratava de uma simulação de exploração de caverna usando uma interface de texto, ficando logo notável por sua extrema dificuldade. Esse título, bem como outros adventures de texto baseados no mesmo tornaram-se muito populares na época, atraindo a atenção do mercado da área.
No começo dos anos 80 surgiu o grande avanço seguinte, o uso de imagens. Começando por imagens vetoriais e chegando nos bitmaps, oferecendo um visual mais atraente, porém requerindo um número maior de disquetes (até a aparição do CD-ROM em 85). O primeiro a usar imagens, criado por Roberta Williams, foi Mystery House, uma história de detetive inspirada em histórias de Agatha Christie. Mais tarde, Roberta e seu marido Ken fundaram a Sierra. Até então os jogos com imagens apresentavam perspectiva em primeira pessoa, isso mudou com King's Quest, da própria Sierra, que apresentava o personagem em terceira pessoa.
Em 1987, quando a Sierra dominava o mercado de adventures, Ron Gilbert, que então trabalhava na LucasFilm Games deu um salto para a humanidade: criou a engine SCUMM e a interface "aponte e clique". O primeiro a usar essa nova tendência foi Maniac Mansion, pondo assim um fim ao reinado dos adventures de texto.
Algumas mudanças também foram feitas no que se diz respeito a nunca ser possível morrer ou ficar preso no jogo. Porém, a interface ainda dependia de comandos com o teclado para realizar certas tarefas, além de só usar 16 cores. Foi com The Secret of Monkey Island que o estilo finalmente se consolidou com um "aponte e clique" genuíno e 256 cores, além do sistema de diálogos, quebra-cabeças resolvidos por itens, música ambiente e o humor.
A agora chamada LucasArts também foi inovadora ao trazer os adventures em 3D, como Grim Fandango e Escape From Monkey Island.
Qual o Adventure mais famoso?
O adventure mais vendido da história foi Myst criado por uma empresa chamada Cyan Inc., concorrente da LucasArts, que foi o jogo de computador mais vendido até 2000, quando perdeu o posto para The Sims, que detém o recorde até hoje. Atualmente, Myst é o 8º jogo mais vendido de PC.
Qual a diferença dos adventures clássicos para os RPGs?
Os adventures clássicos são bastante parecido com os RPGs de computador - ainda mais quando a maioria deles foi lançado para PC -, mas ao contrário deles, os adventures clássicos não tem ênfase nas lutas e números (level, experiência, etc), pois geralmente se um jogo envolve atributos ou "status" de personagens, ele é um RPG e não mais um RPG. Embora se pareçam bastante, são coisas diferentes, mas ambos caminham lado a lado, a linha de diferença entre ambos é bem fina.
Nos adventures clássicos geralmente têm missões secundárias, onde é necessário ajudar alguém ou realizar uma determinada tarefa, para conseguir um item ou informação. Muitas vezes, ingredientes para algum tipo de poção. Mas ao mesmo tempo que você tem que enganar alguém para roubar alguma coisa, você também ajuda muitos personagens do jogo.
Os Adventures Clássicos nos dias de hoje
Nos dias de hoje, os adventures clássicos cairam muito no gosto geral. Principalmente depois do surgimento do gênero FPS (First Person Shooter), as pessoas preferem "interagir mais" com os cenários e personagens à volta, de uma maneira mais frenética e impulsiva do que a usar o raciocínio em cenas paradas. De 2000 pra cá, os grandes lançamentos no ramo das aventuras diminuíram muito em número, e isso até levou empresas como a Sierra e LucasArts a desistirem do gênero. Outro motivo pelo qual os adventures também estejam em baixa, seja o aparecimento - e popularização - dos MMORPGs, que de certo modo compensam nos jogadores a vontade de interagir, explorar e resolver "quests". Um exemplo de adventure dos anos mais recentes é o jogo Syberia.
A maioria dos adventures clássicos já não roda mais em computadores novos. Para tal, existem vários emuladores que resolvem o problema de compatibilidade, como é o caso do projeto público ScummVM que emula a engine de The Secret of Monkey Island, Maniac Mansion, Indiana Jones, Simon the Sorcerer e outros. O ScummVM tem suporte a vários sistemas, e o download do mesmo pode ser feito gratuitamente no site oficial.
Fontes de referência:
http://forum.scummbr.com/index.php?topic=63.0
http://adventuregamers.com/article/id,149
http://adventuregamers.com/faqs.php
Caso vocês desejem saber mais sobre os Adventures clássicos, não deixem de acessar o fórum do grupo ScummBR.
Palavras de Lobim: Foi muito prazeroso e difícil fazer este post, e ele me fez ficar com mais vontade ainda de jogar os adventures clássicos! Caso tenham tido essa mesma sensação, queiram agradecer, acrescentar alguma coisa ou até mesmo perguntar sobre algo, não deixem de comentar!
Até mais,
Wolfwood
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