[Eventos] Brasil Game Show 2012 - A feira
Por Mario Toledo
Entre os dias 11 e 14 de outubro, aconteceu em São Paulo o Brasil Game Show 2012, o maior evento de jogos eletrônicos da América Latina. A feira contou com diversas novidades do mundo dos games, onde as principais empresas do ramo estiveram presentes, exibindo seus principais produtos e lançamentos.
A N-Party esteve lá durante os 4 dias da feira, conferindo todos os detalhes possíveis, a fim de trazer a vocês os principais pontos do evento.
Confira abaixo, em detalhes, como foi esta edição do Brasil Game Show.
O evento
O evento aconteceu no centro de exposições Expo Center Norte, um dos maiores (e mais caros) espaços para eventos de São Paulo. Para chegar ao local, foi disponibilizado um ônibus fretado e gratuito, saindo da estação Tîetê e deixando os visitantes na porta do evento.
O espaço térreo ficou reservado para a localização da feira, onde as maiores empresas do mundo dos games prepararam suas stands, expondo seus principais lançamentos e produtos. Todas as stands estavam muito bem montadas e organizadas, e praticamente 90% delas continham booth babes (modelos de stand) para chamar a atenção dos visitantes.
Pela primeira vez, tivemos as 3 grandes empresas do ramo (Nintendo, Sony e Microsoft) presentes em um mesmo evento. Não só elas, como muitos dos estandistas possuem nomes muito fortes na gamesfera, como a Activision, Warner Bros, Riot Games, Ubisoft e muitas outras.
Dentre os 4 dias em que a feira esteve funcionando, apenas os 3 últimos foram abertos ao público geral. Na quinta feira, não conseguimos ter uma noção do alcance da feira, pois ainda se era possível andar entre os corredores da mesma, sem esbarrar em qualquer ser humano. Porém, tudo ficou muito claro quando chegamos na sexta-feira, e nos deparamos com um número massivo de pessoas, aguardando para entrar no local. Tamanho foi o número de pessoas, que os ingressos para acessar o evento em qualquer um dos dias se esgotou quase que imediatamente, havendo muita gente decepcionada tendo de ir embora sem nem mesmo conseguir por os pés na entrada do local.
Infelizmente, o volume de cosplayers pela feira foi baixo. Mesmo assim, conseguimos registrar a participação de alguns que estiveram passeando pelas stands.
Apesar de todas as atividades, nos concentramos em conferir todas as atrações da Nintendo, que se prontificou a trazer seu novo console em terras tupiniquins pela primeira vez.
A Nintendo e o Wii U
No fundo do evento, estavam localizados os maiores stands do Brasil Game Show, reservados para as 3 grandes empresas do mundo dos games. A estande da Nintendo podia ser facilmente localizada ao lado do stand da Sony, disponibilizando seus principais jogos do Nintendo 3DS para serem jogados.
Dentro de uma sala de vidro, estavam diversos pontos com o novo console da empresa, o Wii U. A fila para experimenta-lo se manteve grande durante todos os dias do evento (possivelmente, a maior fila do evento), onde um grupo de jogadores entrava na sala a cada 10 minutos.
Entrando na sala, era possível escolher qual estação visitar, desde que estivesse livre. Cada uma das estações possuía um título diferente a mostra, variando entre os launch titles que virão com o novo console. Entre os títulos a disposição, estavam o Nintendo Land, New Super Mario Bros. U, Ninja Gaiden 3: Razor's Edge, The Wonderful 101 e Assassin's Creed 3.
Nós conseguimos testar o Wii U na quinta, tirando nossas próprias conclusões sobre o console. A fim de conferir as diversas opiniões a respeito do mesmo, conversamos com 3 visitantes aleatórios, recém-saídos da sala, que relataram suas impressões a respeito do novo console:
Vitor Araujo – Orion Games
Eu joguei Assassin’s Creed (batalha naval), Nintendo Land e Zombi U. Os gráficos estão bons, competindo com os consoles atuais da geração. Gostei de como o GamePad interage com o jogo na tela, uma ótima interação, principalmente em Rayman Legends.
Não achei o controle resistente, leve demais, é estranho, mas é questão de acostumar. O problema mesmo é resistência, derruba-lo no chão pode ser um perigo.
Não acho que vale a pena a compra agora, devido aos jogos que lançaram.
Renato Siqueira - PlayTV
Eu acho que a ideia do Wii U está bem clara, inovar o modo de jogar, sempre acrescentando algo de novo na jogabilidade. É um console diferente, muito bonito, arrojado. Ele roda jogos em HD, e seu GamePad é um acréscimo na forma de jogar, não é um controle “básico”.
A Nintendo pensou em focar o console e os lançamentos no público casual, que é um público fácil de se agradar. Gostei muito do resultado que deu, adorei o GamePad, não falta jogos de nenhum tipo, desde infantis a jogos de violência, jogos para se jogar sozinho ou com amigos. Minha única preocupação com ele é o preço dele no Brasil, que ainda não foi divulgado.
Anderson Lage
Joguei o Nintendo Land e o Super Mario Bros. U. No Nintendo Land eu gostei da interação do controle com o jogo. Acho que isso ficou muito bom no Wii U, e acho que eles devem investir muito nisso.
O controle é leve, mas acho que isso não o torna frágil, ele é resistente. Depois dessa grande expectativa em cima do console, acho que vale a pena a compra do Wii U. Apenas acho que a Nintendo não pode deixar o console de lado igual o Wii, que no começo era a inovação, mas com o tempo ele foi vivendo apenas de jogos da Nintendo.
Sem dúvida, a stand da Nintendo foi a mais agitada do evento, e a aparição do Wii U foi um sucesso. Não é um exagero falar que uma passada pela stand já valia a vinda ao evento - mas nem só de Nintendo nós vivemos, e já que estávamos por lá, aproveitamos para dar uma conferida nas novidades das outras empresas.
Também testamos outros jogos
Dentro do evento, aproveitamos para passar nas demais estandes das outras empresas.
A stand da Sony trouxe seus principais lançamentos para suas atuais plataformas. Entre eles, aproveitamos para dar uma testada no Playstation All-Stars Battle Royale (vulgo o Smash Bros da Sony).
O game, sem dúvida, é divertido, e possui belos gráficos. É inevitável compara-lo a Smash Bros, uma vez que tudo é tão idêntico. Porém, podemos falar com segurança que Smash Bros fica (e sempre ficará) a frente do Battle Royale. Inclusive, Super Smash Bros Brawl consegue ser melhor até mesmo em gráficos, coisa que impressiona quando comparamos um jogo de Wii com um jogo de PS3.
God of War: Ascention sem dúvida é muito bonito, e é um dos jogos necessários para qualquer um que possua o PS3.
O Wonder Book também estava disponível para ser jogado, mas não tivemos tempo de por as mãos nele. Em todo caso, ele parece ser um excelente título para quem é fã de Harry Potter, e possui o Move em casa.
O LEGO Lord of the Rings estava sendo exibido na stand da Warner, mostrando que o game merece ser respeitado por todas as suas características sobre o universo Tolkien. Usar Legolas na batalha no Abismo de Helm é divertido, devendo derrubar o maior número de orcs que sobem pelas escadas.
Metal Gear Solid Rising mostrou, pela primeira vez, um gameplay diferenciado para a série. Esqueça todo o stealphing dos jogos anteriores, e parta para a porradaria, controlando o movimento da espada pelos analógicos, ou utilizando ataquels pré-programados.
Por fim, o stand da Riot Games foi uma das mais visitadas, onde rolaram jogatinas e campeonatos do jogo League of Legends. A final brasileira ocorreu no Domingo, onde a equipe vTi Ignis, que faturou o prêmio de U$ 20 mil. A partida foi agitada, onde o público não parou de torcer do começo ao fim.
Um ótimo evento, mas nem tudo são flores
O Brasil Game Show já deixou de ser uma iniciativa independente, e hoje é o maior evento de games da América Latina. Montar um evento específico, no pavilhão principal de eventos do Expo Center Norte e receber um público muito maior do que o esperado, não é para qualquer um. Existem muitos pontos excelentes que pudemos observar no evento, como a grande abertura para staffs com necessidades especiais (muitos deles, trabalhando com uma disposição impressionante, muito melhores do que staffs de outros eventos que estivemos presentes), além do grande suporte a imprensa, desde pequenos blogs até grandes mídias convencionais - todos tratados com o mesmo respeito.
Outro ponto positivo muito importante de ser ressaltado é a entrega de um alimento não perecível pela redução do preço do ingresso. Os alimentos arrecadados serão entregues em uma instituição de caridade.
Porém, existem alguns pontos críticos que se destacaram, e não pudemos deixar de observa-los. A começar pelo preço do ingresso, que não condiz com o conteúdo do evento. Por mais que o evento seja para um público específico, que normalmente possui uma renda para comprar o ingresso, é complicado cobrar um preço exorbitante por um evento cultural. Sabemos que o que paga o evento não são os ingressos, mas sim a venda de cada stand.
Lá dentro do evento, a alimentação estava absurdamente cara. Quem comprava o ingresso, não tinha o direito de sair do evento. Logo, caso quisesse se alimentar, e não tivesse trazido comida, estaria obrigado a pagar R$ 30,00 por um saunduiche - Além do fato de não ter onde consumir a alimentação.
Não havia um palco principal com atrações para o público. Uma das coisas que mais sentimos falta, foi uma simples competição cosplay, premiando a melhor caracterização. Isto surtiu muito efeito na falta de cosplayers no evento.
Sempre existirão pontos positivos e negativos, e vai de cada um a forma como observa-los. Acredito que o saldo do evento tenha sido muito positivo, mas ainda existem pontos a serem melhorados, senão, "o maior evento de games da América Latina" ficará apenas no nome.
E você? O que achou do evento?
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