Nintendo - 11/12/2012

[Retrô] [SNES] King of Dragons


Saudações caros leitores da N-Party. Apareço mais uma vez por cá para fazer outro post Retrô para que vós podeis lerem. Confesso que não sei quando poderei escrever novamente, mas a boa é que consegui, de alguma forma, fazer este post que havia me comprometido a concluir desde minha última semana de férias de julho. Sem mais delongas, apresento-lhe mais uma das maravilhas do Super Nintendo!

Introdução


The King of Dragons foi lançado em 1991 pela Capcom para os fliperamas, recebendo, em 1994, uma versão para o Super Famicom e, posteriormente, para o Super Nintendo. Por ser um jogo originalmente de arcade, não recebeu continuação posterior para nenhum outro sistema. Além disso, o jogo não contém uma história rica por conta disso, como a grande gama dos jogos de máquina. Entretanto, o mesmo utiliza-se muito bem de elementos medievais, os quais foram bem dispostos durante o jogo como um todo.

O jogo é um clássico beat'n up (jogos de pancadaria) medieval, semelhante a Knights of the Round, da mesma produtora, lançado no ano seguinte. Originalmente podia ser jogado em até 3 jogadores simultâneos, mas na versão de Super Nintendo ficou limitado a apenas 2 jogadores, por questões de hardware em si.

História


"O dragão vermelho Gildiss suprimiu a Paz com sua cauda de ferro. Ele precisa ser detido."

"Ouvi dizer que muitas aldeias estão sendo atacadas por monstros furiosos. O povo do castelo ao norte está em sérios apuros." (Introdução do jogo traduzida, texto original aqui)

Com uma reles introdução, é exatamente dessa forma que o jogo é apresentado a você, com dois simples diálogos ao relento que aparecem quando a tela de título fica por alguns segundos na tela.

Chega a ser compreensível, por se tratar de um jogo portado dos arcades, é natural que o mesmo se inicie rapidamente. Porém, estes não são os únicos textos, no decorrer do jogo, aparecem mais alguns diálogos que, embora sejam curtos, ajudam a entender o que está se passando. Não estão todos aqui, mas tem uma parte considerável.

"O dragão vermelho Gildiss ergueu-se após um longo dormindo. O povoado ao norte foi tomado por monstros." (Texto que aparece ao se derrotar o 4º chefe, texto original aqui)

"Oh, obrigado companheiro. Eu soube que o dragão vermelho está no castelo ao norte. Bem, é melhor deixar que você tome conta disso." (Texto que aparece ao se derrotar o 7º chefe, texto original aqui)

"A princesa Mari foi raptada por monstros na fortaleza. Você não poderia ir comigo para ajudar a salvá-la?" (Texto que aparece ao se derrotar o 9º chefe, texto original aqui)

Não se iludam, as próximas batalhas não contam com um companheiro a mais ajudando-lhe, ou seja, o trabalho sobrou para você novamente!

"Você me salvou. Mas o castelo ao norte está cheio de monstros. Você poderia conceber-nos a sua ajuda?" (Texto que aparece ao se derrotar o 11º chefe, texto original aqui)

"Obrigado. Agora eu posso viver em paz. Se você está procurando por Gildiss, eu creio que você deva seguir por essa caverna." (Texto que aparece ao se derrotar o 14º chefe, texto original aqui)

Sobre o jogo


Como já foi dito anteriormente, King of Dragons é um clássico jogo de pancadaria medieval, como Knights of the Round e Golden Axe (Mega Drive). Embora seja menos conhecido, ele não perde mérito para nenhum dos citados, muito pelo contrário, a diversão oferecida é praticamente a mesma.

O jogo conta com 16 fases ao todo, sendo que todas contém um chefe / mestre no final, excetuando a 5ª. Alguns chefes tem manhas muitos parecidas para derrotá-lo.

Você pode optar entre 5 personagens diferentes (Fighter, Cleric, Wizard, Dwarf e Elf), cada um com qualidades e habilidades diferentes entre si. Os personagens não podem ser alternados no meio do jogo, ou seja, não há a possibilidade de você escolher a personagem que tem o melhor desempenho em certa fase, embora o mais importante seja, de fato, você pegar a prática e, principalmente, as manhas para enfrentar os chefes. A seguir, você pode conferir as peculiaridades de cada personagem:

Fighter: Ele é uma espécie de "tanque", aquele que chega quebrando tudo e não tem medo de avançar. Como o próprio nome já diz, é o corajoso lutador da história. Seu poder concentra-se na sua espada e no seu escudo, que são moderados entre si. Bastante útil em batalhas contra chefes com bastante agilidade e monstros voadores. Além disso, seu especial é baseado no fogo, o mais forte dentre todos os personagens. "Seu mais feroz aliado é a sua espada, porém, quando trata-se de magia, ele prefere deixar esse assunto para os caras dos roupões de banho" (Esses "caras dos roupões de banho" são os magos).

Cleric: Embora leve esse nome, ele não faz a conversão de seus inimigos para o seu lado no estilo Age of Empires. Ele tem um poder de defesa maior que os outros personagens, em contrapartida seu ataque é mais fraco. Seu nível de batalha aumenta mais rapidamente se comparado ao Fighter. É o personagem mais pesado e mais alto dentre os cinco. Bastante útil em batalhas contra chefes com alto poder ofensivo.  "Embora não utilize armas afiadas, ele têm uma poderosa habilidade defensiva e consegue elevar o seu nível de batalha rapidamente."

Wizard: O grande detentor da magia. Ele consegue efetuar ataques a longa distância com sua poderosa magia que acaba com seus inimigos rapidamente. Embora tenha menos pontos de vida, ele é um dos personagens que evoluem seu nível de batalha mais rápido, além de ser extremamente poderoso. Entretanto, ao contrário dos outros personagens, ele não consegue defender os ataques dos inimigos. "Ele pode se mover lentamente e não ser muito habilidoso com uma espada em mãos, mas depois que adquiriu um pouco de experiência, somente um tolo ousaria entrar em seu caminho."

Dwarf: Embora seja um anão, ele une o útil ao agradável. Com uma velocidade superior a maioria dos personagens, defesa e quantidade de pontos de vidas superior ao Wizard, ele concentra seu poder em seu machado. Entretanto, seu nível de batalha demora mais para avançar, ainda que mais rapidamente se comparado ao Elf. "Apesar de baixinho, ele é inteiramente formado por músculos e pode suportar as torturas mais dolorosas. Com bastante velocidade e sem medo de se ferir, seu nível não avança muito rapidamente."

Elf: Trata-se do personagem que sempre dará aquele tiro certeiro de longe nos inimigos. Com o seu arco, seu ataque tem um alcance e uma velocidade maior que a magia do Wizard, embora seja muito menos efetivo. Junto com o Dwarf, é o personagem mais veloz dentre os disponíveis, além de ter uma barra de sangue maior que o Wizard, entretanto, demora mais para evoluir se comparado a este. Junto do Wizard, ele não tem a opção de se defender dos ataques inimigos. "Sempre atento, ele facilmente acerta seus inimigos a distância com o seu arco. Entretanto, se a batalha for cara-a-cara, ele pode não ser uma boa opção."

Jogabilidade


Com uma excelente jogabilidade digna dos grandes beat'n ups, a versão caseira de King of Dragons conseguiu trazer boa parte da experiência do clássico dos fliperamas para o Super Nintendo. Embora houvesse algumas diferenças (confira na seção "Diferenças com a versão Arcade", mais adiante), o que diz respeito à jogabilidade permaneceu praticamente inalterado.


Os comandos são simples: um botão ataca, outro pula e outro solta o ataque especial (o velho ataque "foda-se", pois você perde um pouco de sua barra de sangue). A defesa é automática, entretanto, essa opção pode ser alterada, deixando a defesa manual (lembrando que o Wizard e o Elf não defendem, independente da opção escolhida), podendo ser útil para aqueles que não confiam em deixar algo tão importante sendo acionado automaticamente.

Apesar da simplicidade de comandos, como é bastante comum em jogos do gênero, a grande sacada está na estratégia e na agilidade. Eu mesmo, particularmente, já consegui terminar o jogo com apenas os 2 continues fornecidos de início, algo que pra mim, das primeiras vezes que joguei, parecia algo impossível.

O segredo do jogo está na moderação entre pulo e ataque, sabendo a hora de corretá de utilizá-los, nenhum inimigo torna-se páreo para você. Todos os chefes e inimigos requerem alguma estratégia para vencer, nada muito rebuscado, é questão de saber o tempo de pular e atacar, sem ser atingido. Mas não se iluda: o jogo requer bastante prática até você pegar o jeito de verdade.


A fim de facilitar um pouco as coisas, a Capcom deixou três continues escondidos durante o jogo. Geralmente, esses continues ficam escondidos em baús em locais onde há algum pilar ou muro na frente do cenário, impedindo o jogador de ver os baús enquanto anda normalmente... esses continues extras são essenciais para conseguir manter-se tranquilo no decorrer do jogo.

O grande contra da jogabilidade está no multiplayer que, em alguns momentos, mais precisamente quando há muitos inimigos na tela ou em alguns chefes, apresenta alguns slow-downs (uma espécie de queda na velocidade do jogo), não tão intensos quanto em Super Ghouls'n Ghosts, mas que podem incomodar quando eles vem a acontecer. Entretanto, esses slow-downs no multiplayer já aconteciam na versão de fliperama, mesmo possuindo um hardware com processamento superior ao Super Nintendo.

Gráficos


Como todo beat'n up, o gráfico pode não ser o elemento mais importante, entretanto, não há dúvidas de sua importância para a composição da obra como um todo. Com belos cenários e suntuosas construções, o jogo impressiona pela tamanha diversidade de cenários ao longo de todas suas 16 fases, passando por diversos locais como vilarejos, barcos, praias, templos, florestas, castelos, cavernas, entre outros. Este tipo de variedade é difícil de ver em jogos do mesmo gênero, que preferem se focar em cenários parecidos entre si.

Um fator que, particularmente, me impressionou bastante é que a cada nível de ataque e defesa que você passa, o visual de sua espada e de seu escudo são modificados, sendo, este, um elemento bastante comum em jogos de RPG podendo ser visto em um jogo de pancadaria... Interessante! Isso só deixa mais a vista que seu personagem vai, de fato, evoluindo com o tempo, assim como o seu armamento.

É difícil não falar dos gráficos do jogo sem citar o último chefe, Red Dragon, que é magnífico! Foi tão bem trabalhado que confesso de não lembrar de outro último chefe de jogos de pancadaria com tanta magnificência quanto este.


Trilha Sonora


A trilha sonora do jogo é indispensável. Não consigo imaginar o jogo com outras músicas que encaixassem tão bem ao seu estilo senão as que já estão presentes nele. A música conseguiu misturar um ritmo medieval com a vontade de continuar batalhando... embora depois de um certo tempo ouvindo elas se tornem um pouco enjoativas, por terem um tempo de melodia razoavelmente curto.

Selecionei, a seguir, algumas músicas que, a meu ver, encaixam-se bem ao contexto do jogo:

Treasure in an Old Castle


Boss 3

To the Castle!

Boss 4

Diferenças com a versão Arcade


 Quando um jogo originalmente de arcade tem um port para uma versão caseira é natural que existam comparações entre ambas as versões. Tive a oportunidade de jogar a versão de The King of Dragons lançada para os fliperamas e descrevo aqui todas as diferenças que pude perceber.

Número de parceiros (citado anteriormente): Na versão caseira, só é possível jogar com um parceiro (dois jogadores simultâneos), enquanto na versão de fliperama é possível jogar com, no máximo, dois parceiros (três jogadores simultâneos).


Controles: A versão de fliperama conta com apenas dois botões e a alavanca, enquanto a versão de Super Nintendo utiliza-se de pelo menos três botões. Com isso, nesta versão, o escudo é sempre automático e para utilizar o golpe especial é preciso apertar os dois botões de ação ao mesmo tempo.

Cenários mais interativos: Percebe-se nitidamente o quão interativo estão os cenários na versão não-caseira do jogo. Aparecem coelhos andando, poeira subindo e outros elementos que tornam a jogatina mais dinâmica. Destaque para um ladrão que rouba itens quando você demora demais para pegá-los na fase.


Sprites maiores e maior diversidade dos mesmos: Os sprites dos personagens, tanto jogáveis quanto de seus inimigos, são maiores em tamanho e mais detalhados. Além disso, há uma diversidade maior entre os sprites dos chefes, por exemplo, o Black Knight (9ª fase) não utiliza capacete, sendo diferenciado dos sprites dos The Royal Knights (12ª fase), que são iguais no Super Nintendo, excetuando a cor. O Ice Wyvern (14ª fase) também está com um sprite diferenciado com relação ao Wyvern (3ª fase).

Menos moleza com relação às vidas: Óbvio, por considerar que é uma versão arcade, feita para o jogador utilizar fichas e mais fichas, a coisa não poderia ser muito fácil. Antes cada continue contava com 6 vidas disponíveis, na versão arcade são apenas 2 vidas por continue. Além disso, não há continues escondidos nessa versão.


Dificuldade variável ao longo do jogo: Analisando a fundo um e outro, não consigo dizer qual é o mais difícil em definitivo. Ao longo de ambos os jogos, tem partes que em um são mais fáceis e no outro mais difíceis, e vice-versa. Isso fica muito vísiveis durante a batalha contra os chefes. Outro inimigo em que pude perceber essa diferença foram os esqueletos, que na versão de Super Nintendo eles ficaram muito mais ágeis, enquanto na versão de fliperama eles não apresentaram muito trabalho para serem derrotados.

Poder trocar de personagem após utilizar um continue: Confesso que este é um elemento que achei sensacional na versão em questão. Você pode trocar de personagem quando tiver que utilizar algum continue quando acabar a fase em si. Entretanto, dentro da fase, não é possível mudar o personagem, mas aí também já é querer demais...


Hydra (4º chefe): Nesta versão, você enfrenta as três cabeças da Hydra de uma vez, ao invés de enfrentar duas e depois, ao derrotar uma delas, a restante. Nem preciso dizer que a batalha ficou muito mais emocionante e mais difícil. Enfrentar este chefe com três personagens

The Wraith (10º chefe): Nesta versão, há uma quantidade maior de espectros a se enfrentar neste chefe. Enquanto na versão caseira havia por volta de 5 espectros, na versão de fliperama tem por volta de uns 8 ou 9 espectros, a diferença é notável.


Músicas mais suaves: Na versão de fliperama, as músicas são mais suaves, enquanto as mesmas na versão de Super Nintendo tocam em um volume mais alto e acabam por dinamizar mais a jogatina.

Red Dragon (16º fase): Durante a batalha final (principalmente no término dela) contra Gildiss, é notável a queda de moedas de ouro, pedras e outros objetos durante a luta. No final da luta, aumenta a quantidade, dando, de fato, a impressão que tudo acabou.


Créditos: Há uma mudança considerável de uma versão para outra. Na versão caseira, não há créditos aos criadores, mas sim uma retrospectiva de todas as 16 fases do jogo. Na versão de fliperama, aparece o Red Dragon interagindo com o nome dos criadores e outras criaturas, variando entre socos e baforadas.

Claro que essas não são as únicas diferenças, mas foram algumas das diferenças que pude verificar enquanto joguei.

Conclusão


King of Dragons, independente da versão que você escolher para jogar, sempre será uma boa pedida, independente do dia, do tempo, do momento e do lugar, sempre vale a pena jogá-lo, embora exista a necessário de ter tempo para isso... pois jogar 16 fases seguidas não é moleza, por mais que não sejam extensas.

Aos fãs de cultura medieval, dragões e outras criaturas do gênero, esse jogo é um prato cheio, sem dúvidas. Ele com certeza irá encantá-lo com suas particularidades e sua longa jornada, muito bem transmitida através da variedade de cenários por onde você passa com seu personagem.

Além de tudo, o jogo conta com um modo multiplayer bastante divertido, o qual eu mesmo já me diverti bastante jogando junto de amigos e pessoas especiais. Não deixe de jogar numa oportunidade, garanto que não irá se arrepender! Levante as mãos aos céus e grite, ao som do bom e velho King of Dragons: "UOOOOOOOHH!!".

Imagens







Até mais,
Lobim

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