Nintendo - 26/02/2013

[Matéria] O desprezo do governo brasileiro com a indústria de games


Não é de hoje que a indústria dos games sofre preconceito vindo de outros órgãos autoritários. Já se torna recorrente artigos sobre o assunto, uma vez que já é claro a importância do setor de games na economia mundial. Porém, não consigo me conformar com a ignorância de membros do governo que se recusam a entender os benefícios do investimento em uma área que cresce exponencialmente a cada ano.

Você conhece uma senhora chamada Marta Suplicy? A pior prefeira que São Paulo já teve, depois da Erundina, é a atual Ministra da Cultura do país.
Conforme relatado por Kao Tokio do blog Cyber Geek, na terça-feira do dia 19 de fevereiro, a ministra esteve presente na Assembléia Legislativa de São Paulo em uma audiência pública sobre a adoção do Vale Cultura. Nesta mesma audîência, a ministra foi questionada sobre "O que o ecosistema que trabalha com jogos digitais, pesquisadores, desenvolvedores, professores etc pode esperar do Vale Cultura?". Eis que Marta solta a seguinte resposta:

“No caso dos jogos digitais, o assunto ainda não foi aprofundado o suficiente, mas eu acho que eu seria contra. Eu não acho que jogos digitais sejam cultura […] Mas a portaria é flexível. Na hora em que vocês conseguirem apresentar alguma coisa que seja considerada arte ou cultura, eu acho que pode ser revisto. No momento o que eu vejo é outro tipo de jogo. Encaminhem para o ministério as sugestões que vocês estão fazendo. Eu tenho certeza que talvez vocês consigam fazer alguma coisa cultural. Mas, por enquanto, o que nós temos acesso, não credencia o jogo como cultura. O que tem hoje na praça, que a gente conhece (eu posso também não conhecer tanto!) não é cultura; é entretenimento, pode desenvolver raciocínio, pode deixar a criança quieta, pode trazer lazer para o adulto, mas cultura não é! Boa vontade não existe, então, vocês vão ter que apresentar alguma coisa muito boa”.

Este tipo de pensamento, como o de Marta, é totalmente antiquado para os padrões da sociedade de hoje em dia. Um evento como o Brasil Game Show passou totalmente despercebido pela Ministra, cujo foco é criar benefícios para a população de baixa renda brasileira (como se os benefícios não fossem poucos).

Ignorar eventos nacionais como o Brasil Game Show é um perfeito exemplo de como o governo é intolerante quanto a assuntos referente a indústria dos games.

A fins de comparação, podemos citar uma recente ação do governo americano, que deseja implantar um sistema de aulas de design de games nas escolas públicas, a fim de encorajar os alunos ao aprendizado de programação e matemática. Segundo Obama, “Existem muitos jovens que poderiam ter a oportunidade, no Ensino Médio, de perceber que o design de games requer conhecimentos de matemática e ciências. Colocar esses programas nas escolas poderá preparar alunos que irão para uma faculdade ou para o mundo profissional, assim como deixá-los mais interessados nas matérias”. (Fonte)

É revoltante saber que os demais países evoluídos se preocupam em dar oportunidades a seus estudantes, e que encaram o mercado de games com a seriedade necessária, enquanto no Brasil, ainda temos senadores como o Vaudir Raupp, ficha suja, que tentou impor uma lei que caracteriza como crime o ato de fabricar e distribuir jogos em território nacional.

Marque muito bem este rosto. Ele compõe a face do homem que quer impor uma lei autoritária que caracteriza como crime fabricar e distribuir jogos em território nacional.

Não existe limites para a ignorância de alguns dos membros do senado ou de outros órgãos do governo. São políticos de uma faixa etária elevada, com pensamentos antiquados, seguidos de assessores desqualificados e hipócritas (e que quase sempre, membros da própria família). Para que este tipo de pensamento puramente tolo fosse mudado de dentro do governo, existiria a necessidade de uma completa nova geração assumir o controle das bancadas, o que demoraria anos. Os políticos atuais não estão interessados em investir em um setor de entretenimento, cujo público é composto por jovens de uma faixa etária diferente da esperada para ganhar votos.

É claro que o Brasil possui problemas muito maiores do que a necessidade do investimento na indústria dos games. Porém, não se anula o fato de que é burrice ignorar o crescimento do mercado de games e no grande número de possibilidades e benefícios que o mesmo pode trazer. No mínimo, é necessário que tenhamos membros mais jovens no governo, ou pelo menos um Ministro da Cultura mais competente.

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