Vou citar aqui algumas plataformas, e quais games deram mais certo e por quê:

O NES foi o console responsável pela carreira da maioria dos games que existem hoje. O controle simples, com dois botões (A e B), direcional em cruz, e Select/Start. O motivo do sucesso? Em SMB, havia movimento do cenário, coisa que não era vista em nenhum outro game. Punch-Out fazia seus dedos agirem como se fossem braços (cada botão, um braço, com diferença de velocidade e potência). Zelda dava mais sentido ao direcional em cruz, sendo que todas as direções tinham que ser utilizadas, e a visão de cima dava amplitude ao jogo. Metroid incentivava a exploração e o uso do senso de direção (Kid Icarus também), e assim como em Zelda, você se sentia mais forte à medida que progredia no game. O mesmo com Megaman, que aliás, dava a liberdade ao jogador de escolher em que fase começar (empregado até hoje). Já os jogos curtos, geralmente escondiam segredos de física e posicionamento, que o jogador precisava dominar para conseguir se dar bem. E, naquela época, os cheats eram poucos.

O Genesis (Mega Drive), concorrente direto do Super NES, possuía controle com direcional em cruz com diagonais, e 3 botões (A, B e C) ou 6 (inclusos X, Y e Z). Jogos como Sonic utilizavam todos os botões com a mesma função, o que agilizava bastante o game. O Master e o Mega tinham diagonais nos direcionais, o que permitia uma fluidez melhor que nos consoles da Nintendo. A Sega também se deu bem no mercado brasileiro, com RPGs como Phantasy Star sendo traduzidos pela Tec Toy. O controle ajudava muito em games de luta e ação lateral, pois permitia o posicionamento de 3 dedos simultaneamente, o que era um pouco incômodo de se fazer no controle do Super Nes (que ainda por cima contava com L e R). Os dois consoles são comparados pois tiveram muitos games em comum, especialmente os das 3rd parties. Tanto o Genesis quanto o Super NES eram versões turbinadas de seus antecessores, então os games seguiam uma produção bem similar.

Não é coincidência todos os games desta lista serem os favoritos de muita gente até hoje. Estes games tiveram sua origem no Super NES e foram sendo adaptados aos consoles mais recentes. Um dos grandes responsáveis pela fama desta turma é o Mode 7, que dava uma sensação quase 3D a alguns games, especialmente os de corrida. O chip Super FX e o SA-1 também trouxeram boas surpresas para games como Star Fox e Super Mario RPG. Também não podemos esquecer os Silicon Graphics e seu excelente trabalho na série Donkey Kong. A possibilidade de 4 ou 5 jogadores em Bomberman e SuperStar Soccer também atraiu milhões. Foi o Snes também que serviu de berço para os RPGs mais queridos da história (ok, FF saiu primeiro para o NES, mas ganhou força mesmo no Super NES!). No caso, comparado ao seu colega Genesis, o Super NES pecou um pouco na questão da jogabilidade, mas em compensação souberam usar os recursos certos para os games ficarem bons e divertidos. Apesar dos 6 botões no controle, quase nunca era necessário usar todos. Os produtores direcionaram bem seu foco na produção dos games: se era necessário gráficos, mas movimentos simples (DK), invistam nisso; se era necessário profundidade e recursos avançados (Star Fox e F-Zero), vamos a eles; e se for necessário mudança de dinâmica o tempo todo (SMRPG), o que estão esperando? Que dirá então de 5 criaturas sendo controladas numa tela só, explodindo as cabeças uns dos outros...

O Game Boy foi criado com um propósito simples de permitir às pessoas jogarem versões de seus games favoritos em qualquer lugar. Através do cabo Link era possível a interação de 2 pessoas. Os games geralmente eram curtos, simples e mais fáceis que os de mesa. Um bom exemplo é Kirby, que nasceu no GB, e mantém a mesma fórmula até hoje: jogo fácil, divertido, bons gráficos e som, ideal para partidas rápidas ou quando se quer relaxar. Tetris sempre foi apreciado pelo alto desafio e exercício do raciocínio, e também o grande responsável pela chegada dos adultos como consumidores de games. Wario Land se destaca por ser um game de exploração desenvolvido especialmente para os proprietários de GB: possibilidade de interromper o game a qualquer momento, várias áreas secretas para descobrir, impossível de morrer (mas nem por isso o jogo é fácil), bom humor e comandos fáceis, afinal o GB tinha a mesma engine do NES, e o GBA, só o L e R de adição. A série Pokémon foi a grande responsável pela popularização do Game Boy, tanto pelo sistema do game (procura, captura e treinamento de monstros), quanto pela obrigatoriedade de interagir com outros jogadores (algo que é praticado até hoje, e agora, online). Outra inovação do Game Boy era a conexão com seus irmãos de mesa, o Super NES, o N64 e o Gamecube, através de acessórios como Super Game Boy, Transfer Pak e GBA-GC Link. Com eles, era possível destravar certos aspectos dos games de ambas as partes. Por exemplo, em Zelda Wind Waker para GC, é possível conectar um GBA para servir de mapa, para localizar tesouros e entradas secretas.

O N64 é considerado um console fracassado, para muitos que acompanharam sua trajetória. Ganhando o Playstation como concorrente, com seus CDs ao invés de cartuchos, ele sofreu certo desprezo, mas não se sabe de ninguém que não goste de pelo menos um jogo de N64. SM64 foi eleito o MELHOR jogo de todos os tempos logo após o lançamento. A liberdade proporcionada por Mario neste game é incomparável. Mesmo com o controle um tanto desconfortável, e a estréia da alavanca analógica (que fez muita gente xingar a Nintendo, inclusive este que vos fala), o game consegue divertir até hoje, pois sempre há algo para fazer, algum cantinho que ficou sem explorar, e à medida que se acostuma com o controle, você se torna cada vez mais ousado. Que dizer então de Zelda Ocarina? Até hoje o mais CULTUADO da série, um dos únicos games da História a receber nota máxima. O que chama a atenção nele é a sensação de progresso: você começa criança, vira um adulto, mudam suas ações, seus equipamentos, seu destino... 007 foi o CS dos tempos do 64: mesmo hoje há quem considere o melhor tipo de "tiro em 1ª pessoa" que existe. Nem Perfect Dark é tão bem comentado. Pokémon Stadium, Mario Tennis e Golf, além de serem games exclusivamente multiplayer (assim como Mario Party, que fez sucesso por conta disso), também se destacaram com a conexão entre o N64 e suas versões de GBC. Star Fox pôde ser apreciado finalmente num 3D real, com direito a personagens com falas e tudo mais. O mesmo para Conker, que, além do capricho em questão de gráficos e som, tirou da cabeça de muitos a idéia de que a Nintendo só fazia jogos para crianças. Nesse quesito também entra o grandioso RPG Ogre Battle, com suas reviravoltas no enredo, e possibilidade de vários finais. Em suma, o sucesso do N64 foi a interação que teve com os jogadores. Fosse um, ou quatro.

O PSX nasceu de uma parceria desfeita entre Nintendo e Sony. O nascimento dele fez muita gente crer que a Nintendo estava com seus dias contados, pois ele possuía games mais acessíveis e com tecnologia mais recente. Era o início da era do realismo. Games como Winning Eleven eram disputados nas locadoras (onde você paga para jogar), e em muitos lugares ainda é assim. Games com temática mais violenta e adulta, como GTA, jogos de terror como RE e de espionagem como Metal Gear ganharam muitos fãs nesta plataforma. Isso sem falar dos RPGs, os favoritos dos proprietários do console, pode colocar qualquer Final Fantasy no topo da lista. O controle do PSX se assemelha muito ao de Super NES, mas com dois botões a mais em cima (L2 e R2) e, nas versões mais recentes, duas alavancas analógicas. A única reclamação da maioria dos jogadores de PSX era o excesso de loading. Realmente a Big N arrumou uma concorrente forte.

O PS2 deu continuidade ao sucesso de seu irmão mais velho, e trouxe alguns convidados novos. O que sempre chamou mais atenção em seus games era o realismo, cada vez mais impressionante. Outras adições foram o uso de DVDs, a capacidade de rodar filmes, a criação do Eye Toy, e, claro, a guitarra de Guitar Hero. De resto, apenas atualizações.

O GC deu uma boa melhorada em tudo, em relação ao N64, mas ao mesmo tempo não inovou. O controle ficou (BEM!) mais confortável, os games ganharam um trato visual melhor (nada mais de quadradinhos e polígonos), e os games foram transportados dos cartuchos para minidvds. Mas, de resto, não apresentou muitas novidades, já que a maioria dos títulos eram versões /seqüências dos games de N64. Os maiores destaques foram Smash Melee, que é o game de luta favorito de todos os donos de GC, Pikmin, que, recentemente, recebeu uma adaptação para Wii,mas é bem confortável de se jogar no GC; Metroid Prime, o retorno de Samus Aran (sumida desde o Super NES) em grande estilo; E a série Zelda, que causou polêmica diversas vezes, por causa do novo visual de Link, e a possível seqüência de Ocarina of Time; Donkey Konga, e sua dinâmica de batucar, e a conexão com alguns games de GBA. Além disso, a criação do GBA Player.

A Nintendo percebeu que as novidades estavam em baixa, e resolveram arriscar uma nova idéia: um controle com sensor de movimento! E, com isso, atrair pessoas que não estão acostumadas a jogar (pelo menos com muita freqüência), e também trazer uma nova maneira de se mexer num game. Com Wii Sports, Wii Fit e WarioWare, os jogadores largavam o sedentarismo para praticar um pouco de exercício, além de ser uma atividade bastante atraente para as visitas em casa. Seguindo mais o tradicionalismo, SMG e SSBB foram 2 games que ganharam nota máxima em quase todos os lugares, coisas muito rara de se acontecer. O Virtual Console veio para matar as saudades que as pessoas têm dos games antigos. Como o foco do Wii é o uso do controle, ele é um dos únicos videogames feito especialmente para destros e canhotos, para os hardcores e para os casuais. O único console que tem 3 tipos de controle, e todos com função dupla, tripla ou quádrupla!

O motivo da existência deste blog. Nosso amado Nintendo DS. Como dito em seu comercial, "é para todos." Existem vários games, mais de 4000 para ele, mas todos os citados acima, não dá para imaginar funcionando em outras plataformas (exceto alguns, como TC e BBA que também existem para Wii). É nessas horas que a gente percebe um casamento que deu certo. Tocar é legal. Duas telas. A de baixo, sensível. Coisas que exigiam toques em 4 ou 5 botões, acesso a uns 3 ou 4 menus, é só ir lá, e TUC, tá feito. Com apenas essa opção, você pode cortar, apalpar, segurar, esfregar, circular, contornar, carregar, ou seja, o que tiver direito, com praticamente o mesmo movimento! Se não bastasse isso, ainda tem o microfone, que lhe permite conversar com amigos online, encher balões, dar gritos de protesto, soprar fogo, fazer testes de dislexia, etc. E, o DS também possui controle parecido com o do Super Nes, sendo um atrativo ENORME para os fãs do console que, até então, tinha mais novidades. Em suma, o DS é capaz de muitas coisas, e até outras não oficialmente legalizadas. O DSi também tem seus exclusivos, como as câmeras, jogos que podem ser baixados e o acesso à internet. Vai demorar para fazerem um melhor que esse. Ora, se vai! n_n