Saudações caros leitores, hoje este ser Lobonesco veio aqui falar... sobre... Final Fantasy... do... Nintendo 64? WTF! IÇU NON ECZISTE! SAE CAPETA! ARRE ÉGUA!

Mas afinal, por que isso é tão absurdo? Até os dias de hoje, não há nada relacionado a Final Fantasy para o Nintendo 64, seja oficial, ilegal, hackeado ou qualquer outra forma que você pense, a única coisa relacionada a isso que de fato existiu foi uma longa história que nunca saiu do papel e que pouca gente sabe.


A história por trás da produção de Final Fantasy

Por muito tempo, a Nintendo e a Square caminharam e cresceram juntas, isso desde o grande e imprevisível NES, que foi o segundo video game lançado pela empresa (o primeiro foi o Color TV Game - que já me cansei de falar dele por aqui - em 1977, 6 anos antes da versão japonesa do NES, o Famicom - Nintendo Family Computer), em 1983.

No SNES não foi muito diferente, estiveram mais unidas ainda, lançado jogos como o Super Mario RPG - Legend of Seven Stars que é um dos maiores clássicos do sistema, sem contar outros grandes títulos como Bahamut Lagoon, Chrono Trigger (bem como Radical Dreamers - jogo que liga Chrono Trigger a Chrono Cross), Final Fantasy (Mystic Quest, II (EUA)/ IV (JAP), V e III (EUA)/ VI (JAP)), Front Mission (assim como a continuação Gun Hazard), Romancing Saga (1, 2 e 3) e Secret of Mana (também lançou Seiken Densetsu 3, a continuação do jogo que só saiu no japão). A Enix também lançou grandes títulos para o sistema (E.V.O.: Search for Eden, Illusion of Gaia, Star Ocean, etc).

Essa foi a época de ouro da Nintendo, grandes títulos, clássicos, vendas e tudo mais, pelo menos até o anúncio que o Nintendo 64 teria o cartucho como mídia, o segundo grande vacilo da Nintendo (o primeiro tinha sido o Virtual Boy), que por sua vez, já era ultrapassada e tinha um espaço de armazenamento 10x menor que o de seus principais concorrentes (Saturn e Playstation), que utilizavam o CD como mídia.

Antes de saírem os anúncios oficiais da Nintendo, o então chamado Ultra 64 já chamava a atenção de muitos fãs, pois no console eles teriam a oportunidade de ver gráficos tridimensionais fantásticos que o mesmo possibilitaria. Os RPGs eram os mais esperados, claro que o então esperado Final Fantasy VII era um dos mais aguardados, pois a série ficara famosa no ocidente desde Final Fantasy III (Final Fantasy VI no japão).

No final de 1995, foram mostradas em uma revista cenas de um jogo desenvolvido para o ainda chamado Ultra 64, claro que a revista como não era boba, afirmava que se tratava de Final Fantasy VII, falando que seria lançado no final do próximo ano. Com isso, Final Fantasy VII para Nintendo 64 era já quase certo.

Porém, meses depois, no começo de 1996, a Square anunciou que Final Fantasy VII seria lançado apenas para o concorrente da Nintendo, o Playstation, surpreendendo até mesmo o próprio presidente da Nintendo (Hiroshi Yamauchi), que acusou a Square de traição,fazendo com que a aliança das duas empresas rompesse de vez, a Sony aproveitou e fez com que a Square assinasse um contrato concluindo a exclusividade.

Conforme disse, isso aconteceu logo após que a Square viu que o Nintendo 64 seria lançado em cartucho, fazendo com que embora o Nintendo 64 tivesse um processamento gráfico superior ao Playstation, o mesmo pecava no espaço de armazenamento do cartucho (se mesmo em CD ele foi dividido em 3 partes, imagine as dezenas de cartuchos que seriam necessários para jogar o jogo completo), sendo totalmente inviável.

Final Fantasy VII foi um sucesso tão grande que provou que a Square estava correta em sua decisão. Se o Nintendo 64 fosse lançado em CD, a história seria outra, e sem dúvidas, não teria se tornado o fracasso que foi.

Observação: Embora a Square tivesse rompido com a Nintendo, a Enix (que se juntaria com a Square futuramente) também praticamente havia rompido com a mesma, pois apenas dois jogos da empresa foram lançado para o Nintendo 64 (Mischief Makers e Wonder Project J2: Koruro no Mori no Josette), nada se comparado as dezenas de jogos lançados para o Playstation.


Protótipo de Final Fantasy VI em 3D para Nintendo 64

Impossível que alguém fã como eu não abra um sorrisão ao ver esse tipo de manchete, e garanto que fiquei muitíssimo feliz ao ver que fizeram algo do tipo, mas que não pretendiam dar continuidade (ainda bem, o Nintendo 64 não merecia ter Vossa Senhoria, não quero nem imaginar jogando aquela maravilha com aquele controle), mesmo se não houvesse o rompimento da parceria das duas empresas.

Esse protótipo foi conhecido como Final Fantasy SGI Demo (pelo console ter o processador SGI) e foi mostrado em um evento em 1995 chamado SIGGRAPH. O protótipo foi mostrado pela Square utilizando o mesmo processador gráfico do Nintendo 64 (Silicon Graphics), porém a empresa alegava que nunca pretendeu fazer o jogo para o console, mas sim que era apenas com o intuito de mostrar como seriam os RPGs da próxima geração, não é a toa que Final Fantasy VII é bem parecido com esse sistema.

O protótipo simplesmente mostra uma batalha tridimen- sional com os personagens Terra (embora estivesse com o cabelo de cor diferente, mas com o mesmo uniforme - o que me deixa em dúvida se poderia ser Celes também), Locke e Shadow contra um personagem de pedra (conhecido como Golem), utilizando diversos tipos de ataque. Um fato estranho é que ele utilizava uma jogabilidade diferente, pois o controle era um mouse, para fazer com que o personagem fizessee determinada ação, era preciso fazer desenhos com o mouse.

O vídeo de como era esse protótipo pode ser visto a seguir.

Apesar de tudo, vimos que a Nintendo se prejudicou muito com o lançamento do Nintendo 64, não só por causa do controle, mas porque rompeu com empresas importantes devido a limitação do console (por ter uma mídia já ultrapassada, o cartucho), erro que continuou no Game Cube (que utilizou miniDVD com 1.2Gb de armazenamento, enquanto os concorrentes utilizavam um DVD que tinha 4.7Gb). Embora ambos tivessem menos jogos pirateados (evitar a pirataria foi o motivo que levou a Nintendo cometer o mesmo erro nos dois, pelo menos esse problema ela resolveu), tiveram um prejuízo considerável com outros fatores.

A Sega também cometeu erros com relação a mídia (Dreamcast), que somado com outros fatores (má gestão, acessórios caros, etc) a levaram a sair do ramo de consoles, tornando-se apenas uma softhouse que se aliou a Nintendo mais tarde.