Nintendo - 05/02/2013

[Retrô] [N64] Conker's Bad Fur Day


Era uma vez um vilão que queria tomar um copo de leite, mas esse vilão tinha um problema: sempre que ele colocava o copo sobre a mesa, o leite caía, pois a mesa só tinha 3 pernas, alguma coisa estava errada. Ele convocou seu fiel cientista maluco e esse (depois de muitas pesquisas e enrolação) descobriu que a melhor forma de equilibrar a mesa era substituindo o quarto pé inexistente por um rabo de esquilo.

O vilão então mandou seus fiéis lacraios em uma jornada para capturar um esquilo e arrancar seu rabo. Acontece que o esquilo que eles acharam tinha acabado de acordar de uma noite de bebedeira e não sabia onde estava e como voltar para casa. Após ligar para sua namorada (que é uma coelha 3 vezes maior que ele e extremamente gostosa), ele resolve encontrar seu caminho tendo que, durante seu trajeto, se livrar das armadilhas do temido vilão.

Se você não souber do qu estou falando e lhe dissesse que essa é a premissa de um jogo que fez um imenso sucesso em uma plataforma Nintendo, você provavelmente vai rir da minha cara, mas estou apenas dizendo a verdade, essa é a história por trás de Conker’s Bad Fur Day.


O jogo do Nintendo 64 é uma parceria da Rare com a Nintendo e marcou uma das épocas de ouro das duas empresas. Ele é uma contradição de tudo o que existia naquele momento para o console, principalmente em se tratando de produtos Nintendo. A empresa sempre foi famosa por seus jogos divertidos e não apelativos: Marios, Yoshis, Zeldas. Conker’s vem quebrar esse paradigma e traz sim para o console bastante fofura e diversão, como estávamos acostumados, mas também traz violência, mortes, sexo (sim, sexo), palavrões, torturas e merda, muita merda, merda no sentido mais literal da palavra.


Originalmente criado para ser apenas um jogo fofo de um esquilo que enfrenta obstáculos e aventuras para chegar a um destino, o jogo foi alterado para não parecer um “Mario, só que é um esquilo”. Com isso, as mentes mais doentias dentro da Rare começaram a trabalhar na reformulação do jogo. Doentio é pouco para o que o jogo apresenta, para início de conversa, o jogo foi classificado pelo ESRB como Mature (17+).


Conker’s é original e inteligente, faz com que essa mistura do fofo com o repulviso se transforme em algo interessante, ao invés de ser simplesmente nojento. Por isso é tão divertido certo momento do jogo em que você é obrigado a ficar bêbado para que possa urinar em seus oponentes e, quando seu xixi acaba, você tem que beber mais, para poder continuar. Isso é a parte leve da história, as partes pesadas estão em lutar contra um chefe que é um amontoado de merda (The Great Mighty Poo) que canta ópera. Suas armas são rolos de papel higiênico que você atira na boca do monstrengo e não preciso explicar porque os dentes dele são feitos de milho, que estão intactos no meio daquela bosta toda (desculpem as palavras, mas estou sendo literal). Outra parte é quando você alimenta um rato que não consegue peidar com bastante queijo, até que ele exploda de tanto comer e não conseguir liberar os gases.

E aí você que ainda não jogou me pergunta: Mas o jogo é só isso? Coisas bizarras e nojentas?
E eu respondo: Basicamente sim.
Então você me diz: Mas qual é exatamente o propósito disso?
Eu: Quebrar os paradigmas, mostrar que às vezes só ser fofo não é o suficiente, que os projetos podem (e devem) ser audaciosos.
E se você me perguntar: E vale a pena?
Eu respondo: É apenas um dos jogos mais divertidos que já joguei durante a minha vida inteira.

Essa “quebra de paradigmas” já começa na tela de início do jogo, quando o logo do N64 é apresentado e Conker surge com uma serra elétrica, destrói o logo da Nintendo e coloca um logo da Rare no lugar, como quem diz “essa é a minha empresa, esse é o meu jogo e faço o que eu bem entender.


Mas não só de nojeiras vive esse jogo. Ele também é recheado de citações de grandes clássicos do cinema, como Matrix, Drácula, O Resgate do Soldado Ryan e Alien, e são cenas e jogabilidade inspiradíssimas, como todo o resto do jogo.


Conker também marca dois momentos importantes na história do console. O primeiro é que todos os diálogos são falados, em um momento em que os jogos ainda estavam engatinhando nesse sentido, e as dublagens são maravilhosas. Outro marco do jogo são os gráficos, levando o sistema ao extremo, deixando muitos jogos do início do GameCube no chinelo. As pontes de madeira que balançavam quando o personagem passava por ela deixaram todos os fãs boquiabertos.



No começo do jogo você não tem vidas, até que você morra pela primeira vez. Você então encontra a morte (sim, o ceifador sinistro) e ele acaba tendo que confessar que os esquilos são como os gatos, podem ter quantas vidas eles conseguirem adquirir, a partir daí suas vidas começam a ser contadas e são representadas por rabos, nada mais justo uma vez que o vilão quer cortar o seu rabo e para isso precisará matá-lo.


A partir daí sua aventura de 1 dia (o Bad Fur Day do título) começa e inclui ajudar uma abelha a fazer sexo com uma flor peituda, participar de uma arena de massacres onde homens das cavernas são devorados por dinossauros, ajudar um touro a destroçar uma vaca, eliminar um exército de Teddy Bears do mal, entre outras maluquices. Além de durante todo o trajeto recolher bolos falantes de dinheiro que ficam gritando por ajuda e fazem seus olhinhos brilharem em cifrões sempre que os vê.


Como se tudo isso não fosse suficiente, o jogo ainda abusa da metalinguagem. Dezenas de plataformas têm o desenho do botão que você precisa apertar e o controverso protagonista está constantemente olhando para a câmera e algumas vezes até fala diretamente com você, perguntando se não vai ajudá-lo a resolver determinado problema.


Tinha tudo pra dar errado, mas por incrível que pareça, essa mistura louca deu muito certo e Conker’s Bad Fur Day é dono de um orgulhoso 9.9 na IGN.

O fato é: se você jogou Conker’s Bad Fur Day, você foi presenteado com horas e mais horas de muita diversão. Se você não jogou, apenas faça-o se possível, porque ele merece ser jogado, ele é um marco na história da Rare, um marco na história da Nintendo, um marco na história do Nintendo 64 e o fato de não ter virado uma série, ser um jogo isolado, contribuiu para que se tornasse uma lenda (ao seu próprio e grotesco modo) e fosse imortalizado no coração dos fãs.

Leia Também

Nintendo - 03/10/2015

Rare mostra vídeo de projeto que antecedeu Conker's Bad Fur Day

A Rare publicou recentemente um vídeo mostrando imagens de Twelve Tales: Conker 64, um projeto que antecedeu Conquer's Bad Fur Day e que tinha o propósito de ser algo como um desenho interativo com personage...

Leia Mais...

Nintendo - 16/02/2015

A velha Rare está de volta? Conheça o novo estúdio Playtonic

Conheça Playtonic, um estúdio de vários ex-funcionários da grande Rare, que quer trabalhar novamente com a Nintendo. Em uma recente entrevista na revista Edge, o pessoal da Playtonic contou um pouco sobre esta nova em...

Leia Mais...

Era uma vez um vilão que queria tomar um copo de leite, mas esse vilão tinha um problema: sempre que ele colocava o copo sobre a mesa, o leite caía, pois a mesa só tinha 3 pernas, alguma coisa estava errada. Ele convocou seu fiel cientista maluco e esse (depois de muitas pesquisas e enrolação) descobriu que a melhor forma de equilibrar a mesa era substituindo o quarto pé inexistente por um rabo de esquilo.

O vilão então mandou seus fiéis lacraios em uma jornada para capturar um esquilo e arrancar seu rabo. Acontece que o esquilo que eles acharam tinha acabado de acordar de uma noite de bebedeira e não sabia onde estava e como voltar para casa. Após ligar para sua namorada (que é uma coelha 3 vezes maior que ele e extremamente gostosa), ele resolve encontrar seu caminho tendo que, durante seu trajeto, se livrar das armadilhas do temido vilão.

Se você não souber do qu estou falando e lhe dissesse que essa é a premissa de um jogo que fez um imenso sucesso em uma plataforma Nintendo, você provavelmente vai rir da minha cara, mas estou apenas dizendo a verdade, essa é a história por trás de Conker’s Bad Fur Day.


O jogo do Nintendo 64 é uma parceria da Rare com a Nintendo e marcou uma das épocas de ouro das duas empresas. Ele é uma contradição de tudo o que existia naquele momento para o console, principalmente em se tratando de produtos Nintendo. A empresa sempre foi famosa por seus jogos divertidos e não apelativos: Marios, Yoshis, Zeldas. Conker’s vem quebrar esse paradigma e traz sim para o console bastante fofura e diversão, como estávamos acostumados, mas também traz violência, mortes, sexo (sim, sexo), palavrões, torturas e merda, muita merda, merda no sentido mais literal da palavra.


Originalmente criado para ser apenas um jogo fofo de um esquilo que enfrenta obstáculos e aventuras para chegar a um destino, o jogo foi alterado para não parecer um “Mario, só que é um esquilo”. Com isso, as mentes mais doentias dentro da Rare começaram a trabalhar na reformulação do jogo. Doentio é pouco para o que o jogo apresenta, para início de conversa, o jogo foi classificado pelo ESRB como Mature (17+).


Conker’s é original e inteligente, faz com que essa mistura do fofo com o repulviso se transforme em algo interessante, ao invés de ser simplesmente nojento. Por isso é tão divertido certo momento do jogo em que você é obrigado a ficar bêbado para que possa urinar em seus oponentes e, quando seu xixi acaba, você tem que beber mais, para poder continuar. Isso é a parte leve da história, as partes pesadas estão em lutar contra um chefe que é um amontoado de merda (The Great Mighty Poo) que canta ópera. Suas armas são rolos de papel higiênico que você atira na boca do monstrengo e não preciso explicar porque os dentes dele são feitos de milho, que estão intactos no meio daquela bosta toda (desculpem as palavras, mas estou sendo literal). Outra parte é quando você alimenta um rato que não consegue peidar com bastante queijo, até que ele exploda de tanto comer e não conseguir liberar os gases.

E aí você que ainda não jogou me pergunta: Mas o jogo é só isso? Coisas bizarras e nojentas?
E eu respondo: Basicamente sim.
Então você me diz: Mas qual é exatamente o propósito disso?
Eu: Quebrar os paradigmas, mostrar que às vezes só ser fofo não é o suficiente, que os projetos podem (e devem) ser audaciosos.
E se você me perguntar: E vale a pena?
Eu respondo: É apenas um dos jogos mais divertidos que já joguei durante a minha vida inteira.

Essa “quebra de paradigmas” já começa na tela de início do jogo, quando o logo do N64 é apresentado e Conker surge com uma serra elétrica, destrói o logo da Nintendo e coloca um logo da Rare no lugar, como quem diz “essa é a minha empresa, esse é o meu jogo e faço o que eu bem entender.


Mas não só de nojeiras vive esse jogo. Ele também é recheado de citações de grandes clássicos do cinema, como Matrix, Drácula, O Resgate do Soldado Ryan e Alien, e são cenas e jogabilidade inspiradíssimas, como todo o resto do jogo.


Conker também marca dois momentos importantes na história do console. O primeiro é que todos os diálogos são falados, em um momento em que os jogos ainda estavam engatinhando nesse sentido, e as dublagens são maravilhosas. Outro marco do jogo são os gráficos, levando o sistema ao extremo, deixando muitos jogos do início do GameCube no chinelo. As pontes de madeira que balançavam quando o personagem passava por ela deixaram todos os fãs boquiabertos.



No começo do jogo você não tem vidas, até que você morra pela primeira vez. Você então encontra a morte (sim, o ceifador sinistro) e ele acaba tendo que confessar que os esquilos são como os gatos, podem ter quantas vidas eles conseguirem adquirir, a partir daí suas vidas começam a ser contadas e são representadas por rabos, nada mais justo uma vez que o vilão quer cortar o seu rabo e para isso precisará matá-lo.


A partir daí sua aventura de 1 dia (o Bad Fur Day do título) começa e inclui ajudar uma abelha a fazer sexo com uma flor peituda, participar de uma arena de massacres onde homens das cavernas são devorados por dinossauros, ajudar um touro a destroçar uma vaca, eliminar um exército de Teddy Bears do mal, entre outras maluquices. Além de durante todo o trajeto recolher bolos falantes de dinheiro que ficam gritando por ajuda e fazem seus olhinhos brilharem em cifrões sempre que os vê.


Como se tudo isso não fosse suficiente, o jogo ainda abusa da metalinguagem. Dezenas de plataformas têm o desenho do botão que você precisa apertar e o controverso protagonista está constantemente olhando para a câmera e algumas vezes até fala diretamente com você, perguntando se não vai ajudá-lo a resolver determinado problema.


Tinha tudo pra dar errado, mas por incrível que pareça, essa mistura louca deu muito certo e Conker’s Bad Fur Day é dono de um orgulhoso 9.9 na IGN.

O fato é: se você jogou Conker’s Bad Fur Day, você foi presenteado com horas e mais horas de muita diversão. Se você não jogou, apenas faça-o se possível, porque ele merece ser jogado, ele é um marco na história da Rare, um marco na história da Nintendo, um marco na história do Nintendo 64 e o fato de não ter virado uma série, ser um jogo isolado, contribuiu para que se tornasse uma lenda (ao seu próprio e grotesco modo) e fosse imortalizado no coração dos fãs.

Seja bem-vindo (de volta) à NParty
Seja bem-vindo novamente!

Estamos reconstruindo nossa casa, e você pode fazer parte disso.

Leia Também
-->