[Matéria] Estaria o Wii U próximo de ser hackeado?
Por Mario Toledo
Quando usamos o termo "hackear", tentamos interligar o proveito de uma falha humana para benefício de alguma situação. No caso dos consoles de mesa, o ato de "hackear" normalmente é usado no conceito de remover uma trava digital do aparelho, a fim de permitir que o mesmo interprete os jogos através de outras fontes de dados (além da execução de outras tarefas, claro).
Não existe nada de errado no usuário realizar modificações em um aparelho que é seu, mesmo que alterando seu sistema operacional. Porém, a distribuição indevida destes métodos tornam o ato ilícito, e normalmente, acabam prejudicando as demais empresas envolvidas no projeto original.
O Nintendo Wii foi o primeiro console da Nintendo a sofrer grandes danos devido a seu desbloqueio lógico, em um carnaval de homebrews e títulos ilegamente lançados. Apesar disto ter impulsionado a venda do console, prejudicou as vendas de jogos originais, fazendo as demais desenvolvedoras e publishers perderem o interesse de desenvolvimento para a plataforma.
Apesar do desbloqueio do Wii ter se mantido durante muito tempo, levou um certo tempo até que o processo caísse na mão do público, garantindo pelo menos uns 2 anos de vida do console até que o desbloqueio fosse popularizado. Diferente disto, o Wii U já anda recebendo ameaças de um desbloqueio efetivo, conforme anunciado por um grupo que trouxe a tona o mod chamado de WiiKey.
Segundo dito, o WiiKey ignora a criptografia inclusa nas mídias do Wii U e a autenticação do disco, permitindo realizar backups de games em imagens, e emula-las através de dispositivos de armazenamento USB ou SD. Através do site do dispositivo, os usuários podem até mesmo adquirir o produto, que aparentemente, já funciona no console.
Em resposta a revelação do WiiKey, a Nintendo soltou o seguinte anúncio:
A Nintendo esta a par de que um grupo se garante de ter comprometido a segurança do Wii U; No entento, nós não temos comunicados de jogos ilegais do Wii U ou aplicações não aturizadas jogáveis no sistema enquanto no modo Wii U. A Nintendo monitora continuamente todas as dicussões sobre a segurança dos produtos e usará a tecnologia e realizará ações legais para previnir a segurança da pirataria.O fato é que se o console foi ou não vítima de qualquer sistema de desbloqueio, ele não será diferente de qualquer tipo de video-game anterior. Desde 1970, video-games sofrem exploits constantemente, conforme aconteceu com o Nintendo DS, PSP, Wii, XBox, Xbox 360, PS2 e PS3. Estas coisas só acontecem porque o sistema operacional dos consoles é fechado, e não permite em hipótese alguma o desenvolvimento de aplicações próprias para o aparelho. Hoje em dia, é custoso manter a briga contra hackers que se dedicam em aplicar o desbloqueio no console.
Os jogos para GameCube, por exemplo, aceitaram mídias exclusivas, que eram compostas até mesmo de um fio de ouro, mantendo uma única forma de leitura do console. Isto ocasionou um número baixo de jogos third-parties lançados para o aparelho, sem contar o custo alto de produção de um jogo.
Se a Nintendo conseguir se desligar de seus métodos antiquados, perceberão o quanto as plataformas de games se adaptaram para aceitar, cada vez mais, os projetos de pequenos desenvolvedores.
A única maneira de evitar que seus consoles sofram de ameaças de exploits é abrir para que desenvolvedores possam submeter homebrews ou games indies em plataformas digitais de seus aparelhos, da mesma forma como o Steam, Apple e Google fazem com seus dispositivos. Enquanto as grandes plataformas não se adaptarem, seus aparelhos estarão cada vez mais abertos a sofrerem desbloqueios cada vez mais sofisticados.