Nintendo - 16/08/2013

[Review] Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate

Por Unknown


Castlevania sempre foi uma das maiores séries de games do mundo e uma das principais nos consoles portáteis da Nintendo. Os jogos da série para GBA e NDS fizeram muito sucesso e foram bem aclamados pela crítica. Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate é um jogo razoável, mas poderia ser muito melhor e está longe de qualquer um da série já lançado para os portáteis da Nintendo.

Este jogo tinha tudo para ser um dos melhores games para 3DS. Há grandes personagens da série estando jogáveis, lindos gráficos em 3D e a jogabilidade parecia estar ótima. O reboot da série, mesmo não agradando a todos, até que pareceu dar indícios de que traria um equilíbrio para os fãs da série com o Mirror of Fate. Pareceu. O primeiro Lords of Shadow já se afastou totalmente do estilo “Metroidvania” que consagrou a série e nos trouxe muita ação frenética, se parecendo mais com um God of War do que com Castlevania, mas para os próximos jogos da série, eles poderiam melhorar e trazer algo dos games antigos, equilibrar os que elogiaram o reboot e os que preferem o estilo clássico. Bom, poderiam, mas as coisas saíram bastante abaixo da expectativa criada em Mirror of Fate.
Metroidvania é um termo popular utilizado entre os gamers para designar um estilo de jogo não linear, que consiste em explorar diversas salas e locais ao longo de uma aventura, indo e voltando ao mesmo lugar diversas vezes. Estilo esse que foi consagrado através das séries Metroid e Castlevania. Pode ser considerado como um subgênero.
Os gráficos estão excelentes, com um tema bastante sombrio e gótico, os detalhes visuais foram muito bem trabalhados. Ocasionalmente há uma queda no framerate, nada absurdo, mas perceptível. Um destaque especial para as cutscenes, que ficaram maravilhosas no portátil. A qualidade do áudio também está muito boa e a trilha sonora é ótima, longe do grau de excelência de Symphony of the Night, por exemplo, mas se encaixa perfeitamente com o gameplay. Essa combinação da linda parte visual somada a uma boa trilha sonora nos garante uma maravilhosa sensação de imersão na aventura, entrando neste mundo sombrio e enfrentando criaturas horrendas.

Trazendo lindos cenários góticos e sombrios, o game tem uma excelente direção de arte, sendo um dos grandes pontos positivos do título.
A história é um pouco fraca no geral e também bastante frágil, já que nos traz indícios dos futuros acontecimentos e do final do jogo de forma muito clara e muito cedo, mas o modo inverso como a história é contada, nos deixa de certa forma interessados em entender e descobrir mais sobre toda a trama que está acontecendo. O que agrada bastante inicialmente é saber que se pode jogar com alguns personagens de muito prestígio para os fãs da série em diferentes linhas do tempo, como Simon Belmont, protagonista de Super Castlevania IV, com uma aparência bárbara e seu monstruoso chicote. Porém, isso pode se tornar um problema, tendo em vista que o jogo é dividido em quatro atos, e quando você se acostuma com um personagem, você é obrigado a jogar com outro para progredir.

Jogabilidade em 2D com gráficos e perspectiva em 3D, fazem deste Castlevania uma aventura no famoso estilo 2.5D, que fica entre o 2D e o 3D.
Disseram que seria como Castlevania III, mas está longe disso. Mesmo dentro das limitações do nosso querido NES, o clássico Dracula's Curse nos permitia explorar com Trevor, Sypha, Grant e Alucard, te dando a opção de escolher um dos personagens encontrados e seguir sua jornada por caminhos diferentes, o que trazia uma grande diversão na época e um ótimo fator replay. Já aqui, os três personagens estão divididos em três atos distintos, um após o outro. Seriam quatro, mas nem dá para contar o Gabriel Belmont, jogável apenas no pequeno prólogo. O combate é favorável, trazendo grande agressividade, com você ganhando novas habilidades sempre que sobe de nível, mas aquele antigo arsenal de armas diferentes pode fazer falta. O game também não apresenta um nível de dificuldade relevante. Os inimigos repetem padrões bem claros, o que torna a maioria das lutas, mesmo que um pouco demoradas, fáceis e comparado aos outros jogos, a variedade de inimigos aqui é baixa e sem muita diferença. No geral, há pouca complexidade, e isso é ruim.

A esquerda, Gabriel Belmont, jogável apenas no pequeno prólogo. Já a direita, temos Trevor, filho de Gabriel, que pode ser jogado também na versão demo do game, disponível na eShop do 3DS.
O grande ponto negativo é a falta de exploração. Este jogo não se parece em nada com os outros. Assim como quando foi lançado o Lords of Shadow e você teve que esquecer tudo o que você sabia sobre Castlevania, este game segue no mesmo ritmo. É evidente que houve uma pequena tentativa de unir o atual ao clássico, mas foi apenas uma pequena e mínima tentativa. Se você jogar sem ficar perdendo muito tempo, irá completar com 100% em torno de dez a quinze horas e irá abandoná-lo pela falta de desafios no jogo, se tornando enjoativo. Há muito combate e pouca exploração, além de que os elementos reais de RPG são bem rasos e há uma quantidade absurda de quick-time events, irritando bastante o jogador em alguns momentos. Isso somado com a fraca história, que parece que não deram tanta importância, faz com que o game se torne dispensável, tendo em vista a linda biblioteca de games que o Nintendo 3DS possui.

No geral, é um jogo curto, agressivo e de muita ação. A MercurySteam tentou buscar um ponto de equilíbrio entre as aventuras clássicas e a novo estilo da série com o reboot de Lords of Shadow, mas foi incapaz de agradar a todos. A exploração faz muita falta e o estilo clássico foi bastante comprometido, mas se você quer se divertir com um jogo de clima vampiresco e uma arte impecável, o game, mesmo que bastante monótono, irá lhe garantir algumas horas de diversão.

Pontos positivos Pontos negativos Nota final
  • Ótimos gráficos e trilha sonora
  • Variedade de personagens
  • Lindas cutscenes
  • Falta do clássico estilo de exploração
  • História curta e fraca
  • Dificuldade baixa
  • Abuso nos quck-time events
6,5

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