Nintendo - 15/08/2013

[Review] Mario & Luigi Dream Team



A série Mario & Luigi foi uma aposta da Nintendo de criar aventuras RPG portáteis para o mascote mais famoso do mundo (cuja especialidade é plataformas). Seu estilo e criatividade únicos estabeleceram um padrão de qualidade que vêm desde o primeiro jogo. E apesar da série possuir seus altos e baixos, todos os jogos marcaram suas respectivas épocas como excelentes exemplares de diversão e jogabilidade fora do comum.

O spin-off começou no GameBoy Advance, com Mario & Luigi SuperStar Saga, passou duas vezes pelo NintendoDS com Mario & Luigi Partners in Time e Mario & Luigi Bowser’s Inside Story, e agora – como já era esperado – desembarca no 3DS com Mario & Luigi Dream Team.

Preservando todas as características que transformaram a série em um sucesso, Dream Team apresenta mais um título forte da série, quase chegando ao ponto de ser o melhor exemplar de toda a franquia. Mas apesar de todas as tentativas, SuperStar Saga ainda é o mais forte entre eles.

Mas isso não faz de Dream Team um jogo fraco. Muito pelo contrário, os elementos que fazem SuperStar Saga ser um clássico, trazem o mesmo efeito para essa nova aventura.



O estilo RPG permanece intacto, com a pontuação de cada personagem sendo contabilizada a cada luta e os heróis tendo a possibilidade de subir de nível de tempos em tempos. Quanto mais batalha, mais forte fica. Isso cria um incentivo para enfrentar todos os monstros que aparecem pelo cenário. E apesar destes aparecerem com abundância, a equipe de criação realizou um excelente trabalho para que isso não se tornasse cansativo (mas falaremos disso mais pra frente).
O jogo se passa no reino de Pi’illo, e começa com Peach e sua turma recebendo um convite para visitar este incrível mundo. É claro que complicações acontecem durante a viagem e quando conseguem se estabelecer no local, descobrem que alguma força maligna está ameaçando o reino. E como Mario & Luigi são heróis para toda hora, resolvem ajudar. Sua jornada se torna ainda mais pessoal quando Peach é sequestrada (por essa ninguém esperava) e agora além de salvar o mundo, precisam salvar Peach que está presa no mundo dos sonhos.



A trama é simples, mas bem amarrada e inventiva, e o mundo dos sonhos tem um porquê de existir e também para que você possa ficar visitando-o toda hora. E me surpreendi ao perceber que este mundo, que praticamente dá nome ao jogo, representa no máximo 30% da aventura, que se passa quase em sua totalidade no “mundo real”. A viagem entre os mundos apresenta a transição do jogo entre o 3D (mundo real) e o 2D (mundo dos sonhos), assim como acontecia em Bowser’s Inside Story.

Luigi é o escolhido para sonhar, enquanto Mario precisa entrar em seu subconsciente e utilizar a confusão que é sua cabeça para resolver os mistérios daquele mundo fantástico, e sair com segurança resgatando os Pi’illos, habitantes do reino que foram transformados em travesseiros de pedra e presos dentro de seus pesadelos.

A jogabilidade do mundo dos sonhos (2D) é fluída e traz um ar de nostalgia, colocando Mario & Luigi em diversos puzzles em plataforma, estilo que consagrou os irmãos. Os gráficos estão estonteantes, sem perder o estilo que vem sendo mantido desde o primeiro jogo e confere identidade à série.

Foi neste mundo maluco de sonhos - que se passa inteiramente dentro da cabeça de Luigi - que os idealizadores puderam brincar com a criatividade e criar diversos golpes e poderes novos, fazendo com que as batalhas não se tornem cansativas e que o jogador esteja sempre disposto a entrar na briga para poder testar suas novas habilidades. Luigi pode crescer, diminuir, se multiplicar, se fundir ao cenário, tudo para facilitar o progresso de Mario e ajudar a salvar os pequenos Pi’illo. A jogabilidade, ao mesmo tempo que é clássica, para não perder a identidade da série (batalhas em turno, defesas, esquivas), é também inovadora, para apresentar as novidades e dar individualidade ao jogo (novos golpes, novos combos, inimigos inteligentes e muito divertidos).



O 3D está suave e confere um nível de profundidade adequado aos cenários, inclusive no mundo 2D, mas infelizmente ele é boicotado por um dos golpes mais inteligentes e inventivos do jogo, que consiste em criar uma bola de Luigis, usando o acelerômetro do 3DS. Então para ter sucesso ao girar o portátil para os lados, é necessário que o 3D esteja desligado, caso você pretenda enxergar alguma coisa na tela. Nada que comprometa a jogabilidade ou imersão no jogo, mas pra quem gosta de manter o 3D sempre ligado, é um conflito um pouco incômodo. E no “mundo real” o 3D é um show à parte, conferindo o nível ideal de profundidade aos cenários, deixando tudo mais bonito, fluído e orgânico.



No mundo real as batalhas são diferentes (e mais tradicionais), sem Luigi multiplicados e sem muitos poderes especiais, mas sem perder a criatividade. Os golpes especiais (Bros. Attacks, que são realizados em conjunto) e as badges estão de volta, conferindo diversidade às lutas, fazendo com que seus confrontos não entrem na mesmice. E a exploração do reino de Pi’illo irá garantir horas e horas de aventura, com um mundo rico e diversificado, composto por castelos, desertos, praia, vulcão, todos os estilos de mundo que sempre fizeram sucesso na série dos irmãos Mario.

O jogo tem um começo lento (assim como todo bom RPG), com um cuidado especial para apresentar a história, os personagens, inserir o jogador no mundo a ser explorado e principalmnte, oferecer um tutorial para iniciantes, fazendo com que você não fique perdido com a quantidade de coisas e informações que aparecerão em sua frente caso esta seja sua primeira incursão na série. Depois de um tempo a aventura pega ritmo, e até as transições entre os dois mundos se torna mais natural, à medida que você vai ficando mais familiarizado com o ritmo da aventura. A partir daí, é apenas desafios e diversão, pois o jogo, apesar de ser muito fácil (acreditem, ele é MUITO fácil, mais do que qualquer outro exemplar da série), apresenta um nível de entretenimento adequado, sem chegar a ser bobo ou esquecível. Seu grau elevado de facilidade não impede que ele seja uma aventura sólida e desafiadora o suficiente para prender o jogador por horas e horas.

Os save points continuam existindo, mas agora você pode salvar a qualquer momento, transformando os botões de save espalhados pelo cenário em uma espécie de lembrete para o jogador caso você fique muito entretido e se esqueça de salvar, ou que está na hora de parar um pouco e dar uma descansada nos olhos.



A trilha sonora do jogo é recheada de músicas incríveis, que se adaptam perfeitamente aos acontecimentos (field, batalha, dream world, mundo real) e ficam na cabeça depois de muito tempo após desligar o jogo. O tema principal é cativante, não é cansativo, e tem “efeito chiclete” (te desafio a não ficar cantarolando a música mentalmente depois de parar de jogar).

Diversão é uma das características mais marcantes de Dream Team (e de toda a série Mario & Luigi). Começando já na primeira cena, Luigi está sempre atrapalhado, garantindo boas risadas durante toda a aventura. Ver suas reações à alguns acontecimentos fazem cada pequeno momento da aventura valer a pena, e a criatividade parece não ter fim. Luigi rouba a cena, e a ideia é exatamente essa, pois Dream Team faz parte da série de jogos do Ano do Luigi, e a importância do “Mario Verde” na história faz jus ao seu posto nessa comemoração toda. Luigi está em todos os lugares, mesmo quando não está em cena. Quanto mais Luigis melhor, e eles levam isso ao pé da letra fazendo com que ele domine todas as cenas, incluindo as batalhas. Por mais que Mario tenha seu destaque como protagonista da série, Luigi sabe como brilhar mesmo quando está em segundo plano. E não se assuste caso você se pegue rindo em diversos momentos durante o jogo. Mario & Luigi tem esse efeito desde SuperStar Saga, com suas piadas inteligentes e tiradas geniais.



Mario & Luigi Dream Team (junto com Luigi’s Mansion Dark Moon) é a representação maior da celebração do Ano do Luigi no 3DS. É um jogo sólido e divertido. Uma aventura que corresponde ao alto padrão que a série estabeleceu durante todos esses anos, e que deixa um gostinho de quero mais, na esperança que o sucesso do jogo possa trazer, em breve, mais um exemplar ao 3DS, repetindo a dobradinha das edições do NintendoDS. Para os donos de 3DS - entusiastas das aventuras dos irmãos Mario - Dream Team é uma aventura obrigatória e um dos melhores jogos de 2013.

Pontos positivos Pontos negativos Nota final
  • Divertido, engraçado e muito bonito
  • 3D leve e bem executado
  • Inovação nas batalhas
  • O efeito 3D pode atrapalhar em alguns momentos
  • Facilidade exagerada
  • Começo lento (principalmente para quem já está habituado à série)
9,2

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