Em 9 de outubro de 1988, o mundo veio a conhecer o mais diferente game Mario de todos os tempos: Super Mario Bros. 2 (USA). Originalmente, ele estava em produção para se tornar o sucessor de Super Mario Bros. como um game de plataforma cooperativo, para dois jogadores, em ação vertical. Porém, a ideia foi abandonada devido a problemas técnicos e falta de apreciação dos envolvidos. O jogo acabou se tornando um game de clima arábico chamado Yume Kōjō: Doki Doki Panic ,que protagonizava os personagens Imajin, Mama, Papa e Lina, lançado para Famicom Disk System, até então lançado apenas no Japão. Porém, sob o risco do Super Mario Bros. 2 (The Lost Levels) não ser bem recebido nos Estados Unidos, o projeto original foi retomado e modificado, tornando-o um jogo de plataforma para apenas um jogador, e reaproveitando diversos elementos já implantados em Doki Doki Panic. E assim nasceu o game, que de tão aclamado na América foi lançado no Japão anos mais tarde.
Ouço muitas pessoas considerarem o game o pior da série, devido à sua jogabilidade diferenciada. Como nota pessoal, ele sempre esteve entre meus favoritos, mesmo não tendo quase nada em comum com outros títulos como Super Mario Bros. 3 ou Super Mario World, as eternas lendas da Nintendo, aprovados por público e crítica. O "segundo" game trouxe diversas novidades, muitas delas presentes no Marioverso até hoje. Vamos a elas:

- Além de Mario e Luigi, a Princesa Peach e Toad também são jogáveis;
- Cada um dos personagens possui habilidades únicas: Toad é o mais veloz e mais forte, porém pula baixo. Peach pode flutuar, mas é a mais lenta e frágil. Luigi é o melhor saltador, mas é o mais difícil de controlar. E Mario é o segundo melhor em tudo, sendo o mais equilibrado;
- Ao contrário de quase todos os demais games Mario, neste não adianta saltar nos inimigos para derrotá-los. Deve-se atacar com vegetais, blocos e outros objetos puxáveis, ou até usar os próprios inimigos como arma;
- Foi a partir deste game que Mario e Luigi passaram a usar macacões azuis e blusas com a mesma cor dos bonés (antes era o oposto). Porém, as artworks da caixa e manual do jogo ainda os mostra com as cores da primeira versão;
- Todos os inimigos são novos: não há Goombas, Koopas, Piranha Plants, etc. e Bowser não é o vilão do game. No entanto, muitos destes inimigos reapareceram em games futuros, como ShyGuys, Pokey, Bob-Omb e Birdo;

- Este é o primeiro game a apresentar tanto ação lateral quanto vertical, e ao contrário do predecessor, é possível subir/descer níveis e também recuar, em direção ao início da fase. Além disso, também existe o recurso de entrar de um lado da fase e sair pelo outro (como em Mario Bros. e Kid Icarus);
 - Além dos Cogumelos e a Starman, não há Power-Ups no game (como a Fire Flower). Também não existem fases aquáticas: normalmente onde há água, tem um abismo;
- O jogo não registra pontuação, apenas a quantidade de vida do jogador. Se possuir mais do que dois corações, Mario & cia. não encolhem imediatamente ao receberem dano. Este é o único game que mescla as duas mecânicas (medidor de energia e modificação do tamanho do personagem), e também o único que possui dois itens para "crescer" (Cogumelo e Coração);
- O Bloco POW de Mario Bros. aparece aqui, com um efeito similar (tremer a fase e derrotar todos os inimigos) mas não pode ser atingido por baixo.
- Quase todas as fases possuem Bosses: normalmente Birdos. A terceira fase de cada mundo apresenta chefes diferentes, ao invés de praticamente repeti-los como no predecessor;
- Neste game iniciou-se o uso de portas para acessar outros níveis,além do uso de chaves. E no lugar de canos temos vasos. Também iniciou a escalada livre de cipós (já que em Super Mario Bros. eles apenas levavam para áreas bônus no céu);
- Como não existem blocos quebráveis com itens no game, para adquirir algumas coisas é necessário "invocá-las": para obter um Coração, é preciso vencer 10 inimigos. Para conseguir um Starman, deve-se pegar cinco Cerejas. Para ativar um Relógio de Parada (congela todos os inimigos por alguns segundos), deve-se colher cinco Vegetais Gigantes. Para conseguir moedas, deve-se encontrar uma Poção Mágica e jogá-la num local onde haja muitos matinhos: ao entrar na porta e acessar o Subespaço, cada matinho puxado rende uma moeda. Mas lembre-se que isto só pode ser feito duas vezes em cada fase! O mesmo procedimento das moedas serve para os Cogumelos, mas estes estão em locais específicos das fases (normalmente de difícil acesso);

- As Warp Zones são encontradas usando a Poção Mágica e adentrando vasos no Subespaço. Normalmente vasos isolados e de difícil acesso possuem Warp Zones. Uma está na fase 1-3, outra em 3-1, uma em 4-2 e outra em 5-3. Elas levam, respectivamente, para os mundos 4, 5, 6 e 7. Para encontrá-las com mais facilidade, use a Peach ou o Luigi.

- Todas as fases possuem um bônus "Caça-níqueis" no final delas, caso tenha adquirido pelo menos uma moeda para jogar. Aperte A na hora certa para emparelhar três figuras iguais e ganhar muitas vidas. Tente pegar principalmente as cerejas;
- O jogo é o mais curto da trilogia (ou seria quadrilogia?) original do NES, com apenas 20 fases, sendo 7 mundos com 3 fases cada, exceto o sétimo, com apenas duas;
- É o único game Mario do NES cuja introdução possui música (um remix das fases aquáticas de Super Mario Bros.). Em Super Mario All-Stars o mesmo tema foi remixado para todos os outros games;
- É o único game Mario do NES em que Luigi possui um sprite diferenciado de seu irmão (mostrando-o mais alto e magro, como é conhecido hoje). Esta diferença só foi representada novamente em Super Mario Kart e Super Mario All-Stars/+ Super Mario World. Ou seja, tanto o Super Mario Bros. 3 quanto o Super Mario World tornaram a mostrá-lo como um "Mario Verde";
- Primeira aparição de superfícies ambulantes, como esteiras (se não contar o Donkey Kong original de Arcade), areia movediça e tapetes voadores;
- Primeiro game com superfícies atravessáveis, Super Pulo (agachando por alguns segundos e saltando em seguida), e capacidade de carregar outros objetos;
- Este e Super Mario 64 são os únicos games Mario com "respawn" (se você vence os inimigos e avança/retrocede na fase, os inimigos retornam).

Do mais lento ao mais veloz, do mais fraco ao mais forte. Toad perde para todos no pulo.

Super Mario Bros. 2 (USA) possui além das mecânicas únicas, um enredo um tanto diferente dos demais games da série: Numa certa noite, Mario sonhou que um reino mágico chamado Subcon havia sido invadido por um Rei Sapo Tirano chamado Wart, e que o povo deste reino lhe pedia ajuda. No dia seguinte, Mario & cia. foram para um piquenique, e no caminho encontraram uma caverna com uma porta suspeita. Ao adentrá-la, Mario viu ao vivo tudo que tinha visto em seu sonho. Então os quatro heróis resolveram juntar forças para livrar os Subconianos das malvadezas do terrível Wart. Num futuro próximo, veremos algo parecido num certo game para WiiU chamado Super Mario 3D World (mal posso esperar!).

Já estava mais do que na hora de uma boa recompensa, né, Luigi?

Assim como The Lost Levels, Super Mario Bros. 2 (USA) também recebeu remakes: o primeiro foi no já consagrado Super Mario All-Stars para SNES, já mencionado anteriormente. O próximo foi para Game Boy Advance, intitulado Super Mario Advance. Nele, várias novidades foram adicionadas ao game: os personagens têm medidores de habilidades (na forma de estrelas, que indicavam valores de força, velocidade e salto), falam (quase o tempo todo), há um placar de pontuação, alguns inimigos e vegetais gigantes (que garantem uns corações extras), cinco moedas gigantes escondidas em cada fase (a la Super Mario World), alguns Bosses novos (como Robirdo), e um modo extra que surge após finalizar o game com 100% (passando todas as fases e encontrando todas as moedas gigantes) que consiste em procurar Ovos de Yoshi nos subespaços dos estágios. Se conseguir achar todos um Yoshi surgirá na abertura do game! O jogo é dois em um, com uma versão remasterizada do clássico Mario Bros. de NES com um modo multiplayer para até quatro jogadores. Muita coisa boa num cartuchinho só!
Além destes, ele também está presente no Virtual Console do Wii e no Especial de 25 Anos de Super Mario.

Há também quatro versões para o Satellaview, sequências diretas do game, chamadas BS Super Mario USA, cada uma com um mundo de três fases do game. As diferenças destes eram a ausência de música (elas eram tocadas através da transmissão direta do Satellaview, e não no próprio game), a possibilidade de jogar apenas com Mario (com troca forçada dos personagens após alguns minutos), o objetivo de coletar várias estatuetas do Mario espalhadas pelas fases (parecidas com Oscars), sistema de pontuação e aparições de Luigi, Peach e até do Rei de Subcon  (Osama) numa janelinha de pop-up em alguns momentos durante o game. Quando isso acontecia, geralmente era acompanhado de algum bônus (invencibilidade, efeito de Bloco POW, etc.)


Além dos Consoles

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Devido ao enorme sucesso de Mario e sua turma na década de 80, uma série animada produzida pela DIC ganhou espaço nas televisões americanas: o Super Mario Bros. Super Show, que sempre iniciava e encerrava com um sitcom mostrando Mario (interpretado por Lou Albano) e Luigi (Danny Wells) em seu lar no Brooklyn, trabalhando como encanadores. Na metade do programa, era exibido um episódio de dez minutos que retratava as aventuras de Mario no Reino dos Cogumelos. O desenho pegou muitas coisas dos games Super Mario Bros. e Super Mario USA (especialmente do último) e adaptou nas histórias. Embora não possuísse a melhor das qualidades, o show era divertido e engraçado, e quase sempre parodiava algum filme, acontecimento histórico ou conto famoso, como Drácula, Tarzan, Hércules, Cavalo de Tróia, Chapeuzinho Vermelho e Sherlock Holmes. Na série, os encanadores foram parar acidentalmente no Reino dos Cogumelos enquanto tentavam desentupir uma banheira, e agora o que mais querem é voltar para casa. Enquanto não conseguem, ajudam Peach e Toad a se livrar das armações do Rei Koopa. Cadê o Mestre dos Magos quando se precisa dele, né? O núcleo sitcom do show contava com a participação de algumas figuras famosas norte-americanas, como Magic Johnson e Shabba-Doo. O seriado era transmitido na TV Globo em programas como Xou da Xuxa e TV Colosso, entre o final da década de 80 e a metade de 90. Atualmente é possível encontrar alguns episódios em DVD.


Finalizando, estas são as principais características de, repito, os jogos mais polêmicos da série. Apesar de vários elementos causarem estranheza nos jogadores, ninguém pode negar que muitos dos mesmos se tornaram marcas permanentes deste universo tão adorado que é o Mundo Mario, e que apenas coisas boas vieram após esta etapa. A próxima se trata de nada mais, nada menos que Super Mario Bros. 3, até hoje consagrado como um dos melhores games de todos os tempos. Com raízes tão bem trabalhadas e adoradas, as expectativas sobre Super Mario 3D World são altíssimas. Como nota pessoal, por ser muito fã de Super Mario Bros. 2 (USA) e dos 3D 64, Sunshine, Galaxy e 3D Land, não canso de dizer a todos que, há mais de 10 anos aguardo por um game Mario deste calibre. Here We Go!
Bom, isto é tudo, companheiros! Não deixem de acompanhar a continuação do especial durante as próximas semanas! Okeydokey? Let's-a-Go!