Nintendo - 24/10/2013

[Especial] It's-a Me - Super Mario Bros. 3


A Nintendo ainda estava no NES, seu primeiro console de mesa, e Mario já estava estreando sua terceira aventura.

Super Mario Bros. 3 é um jogo 8 bit, então não é de se esperar que seja um jogo estonteante graficamente, mas ele é a frente de seu tempo no estilo técnico, assim como todo jogo do bigode sempre fez questão de ser. Sem sequer mudar de console, ele apresenta inovações incríveis em relação aos seus antecessores.

Novos cenários, novos inimigos, novos poderes, tudo era novidade em um jogo que - apesar de se manter atrelado ao estilo que consagrou a série - consegue se distanciar dos episódios anteriores o suficiente para se transformar em uma aventura única, que foi capaz de encantar e influenciar o mundo dos games por muitas gerações.



O jogo é repleto de segredos, passagens secretas e itens escondidos. Em uma época em que você não tinha denotados na palma de suas mãos, era muito mais divertido descobrir por conta própria que, por exemplo, ficar abaixado algum tempo sobre um bloco branco te fazia ficar atrás do cenário e assim poder acessar uma área até então inacessível e pegar um item secreto.

Isso é apenas uma das carcterísticas que ajudaria a criar um dos jogos mais carismáticos, diversos e desafiadores de toda a série. Super Mario Bros. 3 estava criando um novo padrão para uma série extremamente diversificada que inova a cada jogo, mas que levaria em seu legado quase todas as características que foram inseridas nesse terceiro episódio, fazendo com que ele jamais fosse esquecido e ficasse marcado em cada pequeno detalhe no futuro.

Super Mario Bros. foi uma aventura, Super Mario Bros. 2 foi um sonho, Super Mario Bros. 3 era um show. O jogo, em sua tela de abertura, abre duas cortinas para o jogador, deixando claro que tudo que acontecerá ali será um grande espetáculo, e não existe expressão melhor para caracterizar o jogo, ele é realmente um grande espetáculo. Seu objetivo é novamente resgatar a princesa das mãos de Bowser, mas desta vez você sabe que ela não está em todos os castelos, e precisa salvar os reis de cada um dos 7 reinos - que foram transformados em animais - derrotando os Koopalings, uma espécia de família de Bowser, pequenas criaturas esquisitas e malucas que estão aterrorizando o mundo. Cada castelo terá sido dominado por um deles, e isso acaba gerando batalhas inteligentes e inventivas, uma vez que cada um deles tem um poder diferente e precisa ser derrotado a seu próprio modo.



Um mundo de possibilidades



No terceiro jogo da série, a Nintendo resolveu evoluir uma das carcterísticas que marcou a série, a divisão em mundos. Através de um World Map, agora você podia ter uma bela visualização de cada um desses mundos, fazendo com que você pudesse escolher as fases que iria jogar, sem seguir a sequência lógica do primeiro jogo (1-1, 1-2, 1-3, 1-4...). Você podia até escolher entre dois caminhos em alguns momentos. Coisa pequena, mas que estava construindo um clássico em cada um desses detalhes. Isso acabou se transformando em uma tradição não apenas nos jogos 2D do encanador, mas que futuramente seria aplicada com muito sucesso também nos jogos 3D, em Super Mario Galaxy 2, Super Mario 3D Land e em Super Mario 3D World (quem ficou atento aos trailers de 3D World já pode dar uma bela olhada no World Map).

Os mundos são diversos e apresentam cenários ricos em vida e personalidade, com temáticas que vão de deserto, gelo, fogo, montanhas, passando por um mundo que é dividido em 2 e até um mundo onde tudo é absurdamente gigante (um dos meus preferidos de todos os tempos, não tem como negar).





Poder sem limites



Ele é – a seu próprio modo – tão bonito e diferente dos jogos anteriores, que é difícil acreditar que ele seja do mesmo console. O jogo é inovador em muitos sentidos, e criou um conceito que seria amplamente utilizado nos jogos futuros, principalmente na era dos gráficos 3D: as transformações de Mario.

Cogumelos e flores que te dão poder de atirar bolas de fogo não eram mais suficiente, então no intuito de inovar, era hora de dar novos poderes ao herói. E não foi um poder novo, ou dois, ou três, ou quatro... mas sim seis novos poderes.

Além dos power-ups já conhecidos do primeiro jogo, como o Super Mushroom (que transforma nosso herói em Super Mario) o Starman (a famosa estrela da invencibilidade) e a Fire Flower (que permite ao nosso herói atirar bolas de fogo, acertando os inimigos de longe), novos poderes foram introduzidos, deixando a experiência ainda mais rica e diversificada.

Super Leaf ou Racoon Leaf – Deixa o herói estiloso com rabinho e orelhas, permitindo que ela possa voar por um certo período de tempo, desde que pegue impulso antes em uma extensa corrida.



Frog Suit – A simpática roupinha de sapo que deveria fazer o herói nadar com fluidez, mas que apenas o deixa sem controle dentro d’água, e ainda mais sem controle fora dela, com seus pulos altos e erráticos. Mas ainda assim, um charme.

Tanooki Suit – A Evolução da Super Leaf, que é a roupa completa de Racoon. Também permite o voo momentâneo e ainda transforma o herói em uma estátua, deixando-o invencível por alguns segundos.

Hammer Suit – Transforma nosso herói em um dos Hammer Brothers, permitindo que ele atire projéteis em formato de martelo, para acertar inimigos a certa distância.

P-Wing – Transforma o herói da mesma forma que a Super Leaf, mas permite que ele voe o tempo todo, sem precisar pegar impulso e não é por tempo determinado. Enquanto você não tomar dano e perder o poder, poderá voar por todas as fases, tornando tudo ainda mais fácil (cuidado com os Lakitus).

Goomba’s Shoe – Uma simpática botinha que o herói podia entrar e andar sobre qualquer inimigo, se transformando de certa forma invencível.



Essa quantidade absurda de Power Ups acabaria se transformando em uma tradição nos jogos seguintes e - apesar de contar com alguns jogos que eliminavam a existência de Power-ups, como Super Mario Sunshine - teriam seu auge alcançado em Super Mario Galaxy 1 e 2.

O jogo ainda tem alguns itens para serem usados fora das fases, no World Map. A Jugem’s Cloud, que coloca uma nuvem sobre o personagem e permite que ele atravesse uma fase sem precisar entrar nela, podendo se encaminhar diretamente para a próxima (ela é extremamente útil naquela fase que você não consegue passar de jeito nenhum), a Warp Whistle, a famosa flauta que permite que você se teletransporte para outros mundos (mas eu nunca vi muita graça nesses itens que permite que você pule alguns mundos, afinal de contas a graça dos jogos da série Super Mario é poder explorar cada milímetro dos incríveis cenários), a Music Box, que faz com que os Hammer Brothers durmam e não fiquem em seu caminho (bom para quando você está sem poderes e não quer enfrentá-los), Hammer, que quebra pedras no World Map que estão atrapalhando seu acesso a algumas fases e a Anchor, que faz com que o navio dos Koopalings não saia voando caso você morra dentro o castelo.


Muito além do 3




Toda a diversidade de mundos e características apresentadas neste terceiro (quarto se considerarmos as duas versões de Super Mario Bros. 2) episódio da série marcou de forma tão definitiva a jornada de nosso herói, que durante muito tempo o que foi criado aqui serviu de base e inspiração para a criação e desenvolvimento de jogos futuros, principalmente na série New Super Mario Bros., que surgiu como uma forma de resgatar o estilo clássico de jogabilidade da série Mario e é repleta de elementos de Super Mario Bros. 3. Apesar da série New Super ser um compilado de elementos de muitos jogos antigos, o maior número de referências está em Super Mario Bros. 3, que emprestou suas maiores características para todos os jogos da nova série, além de emprestar alguns outros para Super Mario Galaxy 1 e 2.



Super Mario Bros. 3 manteve o estilo plataforma, que foi o responsável por levar seu protagonista ao estrelado, transformando-o no maior ícone no mundo dos games, mas se distanciou bastante em estilo dos jogos anteriores. Seu formato de seleção de fases, seus cenários multicoloridos, chefes inventivos em cada um dos mundos e dezenas de inimigos que seriam imortalizados – e principalmente altamente utilizados – durante toda a trajetória da série.

O jogo ganhou uma versão repaginada no GameBoy Advance, com mais cores, cenários mais fluídos, deixando o que era bonito ainda mais incrível de se ver.



Mas o estilo permaneceu intacto, mostrando que Super Mario Bros. 3 é atemporal e continua atual, servindo de referência até hoje para tudo o que é feito no Reino do Cogumelo. E é isso que transforma esse episódio em um clássico, não apenas em um clássico do NES, mas em um clássico da história do mundo dos games.

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