Em 21 de Novembro de 1990, o Super Nintendo Entertainment System chegou aos mercados, pronto para competir com o console de 16 bits da Sega, o Mega Drive (ou Genesis, como conhecido no exterior). Porém, como competir com um console que já estava no mercado a mais de 1 ano? Simples: o consumidor que adquiri-se o Super Nintendo levaria consigo uma das maiores obras de Shigeru Miyamoto, o novíssimo Super Mario World, um game totalmente novo de Mario, com gráficos que faziam jus as 32768 cores que o console permitia.

Bem vindo a Dinosaur Land

---

Desde os jogos antigos de Mario, Miyamoto tinha intenção de colocar um personagem dinossauro como coadjuvante, mas isto não foi possível devido as limitações do NES. Já com o SNES, os engenheiros puderam tirar Yoshi dos esboços, e transforma-lo finalmente no personagem que Miyamoto tanto queria - melhor que isto, Yoshi é a chave para a trama do game.

Depois de toda a exaustiva aventura dada em Super Mario Bros. 3, Mario, Luigi e Peach tentaram tomar seu tempo em Dinosaur Land, uma lugar paradisíaco em Mushroom Land, habitado por dinossauros. Porém, Peach é novamente raptada por Bowser e seus Koopalings, e na tentativa de resgata-la, Mario e Luigi encontram Yoshi, que teve seus amigos raptados. Juntos, eles seguem em direção ao castelo de Bowser, enfrentando o exército Koopa no caminho.


O jogo trouxe, pela primeira vez, a possibilidade de Mario ou Luigi montarem em Yoshi, o que trouxe diversos benefícios para o jogo. Enquanto estiver em cima de Yoshi, o jogador pode levar danos dos inimigos sem morrer - mas quando isto acontece, a montaria é perdida, e é necessário correr atrás de Yoshi.
Como muitos jogadores sem coração acabam fazendo, é possível sacrificar Yoshi muitas vezes em troca de não cair do penhasco, saltando de suas costas no momento certo.

É claro que Dinosaur Land não é composta apenas de dinossauros, mas principalmente, dos inimigos clássicos de Mario, como Goombas, Koopas e Piranha Plants. Além destes, ainda existem os Koopalings, que estão divididos em 8 castelos ao longo da região, e precisam ser derrotados em sequência (ou quase, se você não tomar atalhos), para que enfim seja possível enfrentar Bowser em seu castelo.


O mapa das fases do jogo mudou bastante em relação a Super Mario Bros. 3, dividido em 8 mundos diferentes, contendo cavernas, florestas, planícies e diversos outros tipos de lugares. Também existiam alguns palácios coloridos - chamados de Switch Palaces - com um grande botão escondido (ao aperta-lo, blocos da cor do palácio eram distribuídos entre as fases, auxiliando o jogador em determinadas partes).
Não é possível salvar o jogo a qualquer momento enquanto estiver no mapa mundi. Isto só pode ser feito após o termino de uma fases específicas, que inclui os castelos dos Koopalings, por exemplo.

Existem algumas casas mal assombradas em Dinosaur Land, vistas pela primeira vez em Super Mario World. Chamadas de Haunted Houses. estas casas estão infestadas de Boos, e possuem armadilhas e passagens secretas - até mesmo Yoshi tem medo de entrar nelas, ficando para fora enquanto Mario ou Luigi se aventuram com os fantasmas.


Algumas fases do mapa também possuem passagens secretas, permitindo acessar uma nova saída para outra fase, criando atalhos para se chegar a mundos que estão muito a frente se o jogador seguir o caminho correto. Existem em torno de 96 fases, e ao completar todas, Dinosaur Land muda de cor, e seus inimigos ficam com cabeças diferentes.

Ao infinito, e além!

---

Super Mario World trouxe um dos Power Ups mais divertidos da série: a capa mágica, que permite Mario voar pelos céus. É claro que não era a primeira vez que o bigodudo conseguia voar, mas diferente da Tanooki Suit, Mario conseguia ficar por tempo ilimitado no céu se o jogador soubesse usar a capa da maneira correta.


Além da capa, existem outros power-ups novos, como o P-Balloon, que faz Mario inflar e flutuar no cenário por um curto período de tempo, e a Yoshi's Wings, permitindo o jogador acessar a Coins Heaven e transformar a cor do dinossauro de verde para azul.

Koji Kondo é o cara!

---

Toda a trilha sonora de Super Mario World foi composta por Koji Kondo, que também havia trabalhado nos jogos anteriores de Mario.
Utilizando apenas um teclado eletrônico, Koji preparou uma única trilha sonora para ser usada nas fases, e criou uma série de derivações da mesma - preste atenção nas músicas de cada fase (em exceção a música nos castelos), e perceberá que todas possuem as mesmas notas e os mesmos tons - e cada derivação combina com a proposta da fase, seja enquanto o jogador estiver em uma fase montanhosa, dentro de uma caverna ou dentro d`água.


Além disto, a música muda em dois momentos: quando o jogador esta montado em Yoshi, é possível ouvir algumas batidas jurássicas, e quando faltam menos de 100 segundos para acabar a fase, a música fica mais acelerada, criando uma sensação de urgência no jogador.

Uma influência para todas as gerações

---

Super Mario World não foi apenas um novo jogo da franquia Mario, mas sim uma completa expansão de seu universo, com diversos inimigos novos e muitos outros detalhes que são usados até hoje nos jogos do herói.

A recepção do game foi surpreendentemente boa, vendendo 20 milhões de cópias no mundo todo e ajudando a popularizar o Super Nintendo. O mais divertido é que, Super Mario World ainda é um dos jogos mais populares do herói, e é consagrado até mesmo por jogadores que são de gerações mais atuais a era dos 16 bits.
A influência do jogo foi tanta, que em Setembro de 1991, foi ao ar o primeiro episódio da série animada baseado em Super Mario World (um desenho bizarro, que tinha sérias falhas em comparação ao jogo original, indo desde as cores originais dos personagens a troca de nomes dos ítens do game).


É difícil encontrar alguém que nunca tenha jogado Super Mario World na vida. Ele é o game aproximou muitos jogadores da paixão pela Nintendo, e se me permitem dizer, determinou várias características dos jogos futuros de Mario.