Nintendo - 18/06/2014

Como os Nintendo Direct se tornaram um sucesso

Algumas ideias precisam de tempo para madurar e serem assumidas como grandes. Leonardo da Vinci, por exemplo, esboçou os primeiros rascunhos da ideia do Helicóptero no fim do século XV e, como sabemos, somente quinhentos anos depois que esse esboço foi concretizado. O mesmo aconteceu, em um menor espaço de tempo, com os Nintendo Direct, que foram severamente criticados no seu início, mas agora, após essa ultima E3, mostraram sua força junto ao público e se firmaram como um canal de comunicação dos mais eficientes.

Essa não foi uma ideia muito boa, não importa quanto tempo passe!

Admito, eu mesmo fiquei um pouco decepcionado quando a Nintendo adotou a politica dos Direct, e realmente os primeiros foram bem fraquinhos, com poucas novidades e sem muito destaque, vide a E3 do ano passado por exemplo. Mas isso é o conceito da ideia que madura e da experiência que se adquire com o passar do tempo.

Novos tempos
Eu comecei a jogar videogame de uma forma mais séria no final dos anos 90. Era uma época diferente, a internet não tinha toda a relevância que tem agora, e as informações eram fornecidas por revistas especializadas no ramo. Com esse cenário a postura das desenvolvedoras em suas apresentações na E3 era diferente. As apresentações eram voltadas para profissionais da área, investidores e a para a mídia especializada, esta ultima fazendo a ponte entre as empresas e o público.

Mas os tempos mudam, e novas formas de comunicação vão surgindo, a mídia especializada, antes concentrada em poucas revistas agora se disseminou por toda a internet, distribuída entre pequenos e grandes canais. Com esse novo cenário a forma de se comunicar com os consumidores teve que mudar. Algumas empresas, no entanto, não acompanharam esses novos tempos.

Miyamoto, dando show desde as primeiras E3!

Acompanhei as apresentações da Nintendo, da Sony e da Microsoft nessa E3, e confesso que essas duas últimas não me empolgaram muito. Elas mantiveram um padrão de conferencia que se usava a dez anos atrás; muito frio, e mesmo sendo presenciais, não passam uma atmosfera agradável para quem está assistindo. Talvez falte a eles o carisma do Regginator, mas isso é uma coisa que não se pode aprender.

Um Direct muito inspirado
Admita, a abertura da conferencia da Nintendo com o frango robô matou a pau, e depois ainda ver Iwata e Reggie lutando daquela forma espetacular, tudo isso antes mesmo de fazer um único anúncio, foi incrível. Leve em consideração também que Iwata é um senhor de mais de cinquenta anos e ainda é presidente da Nintendo. Um executivo de calibre. Não é qualquer que da a cara a tapa dessa forma. Isso só nos mostra como todos da Nintendo estão envolvidos, em todos os níveis da empresa, para que tudo dê certo.


A Nintendo enxergou essa mudança na interação com o público antes de seus concorrentes. As produtoras não precisam mais fazer conferências focadas na mídia especializada. Não que ela não seja importante, pelo contrario, mas hoje qualquer um grava um gameplay e coloca no Youtube, para cada jogo muito esperado temos centenas de análises Os jogadores não buscam mais informações em apenas um meio ou portal, eles querem ver opiniões diversas se contradizendo para poder discutir sobre entre si, o que não deixa de ser um costume muito saudável.

Com essa perda de relevância da mídia especializada, o caminho mais correto é falar direto com os jogadores, sem intermediários, fazendo um show, entretendo quem está assistindo, dando cada vez mais motivos para os fãs continuarem acompanhando e chamarem mais pessoas para acompanhar o trabalho da empresa. Marketing com conteúdo, afinal, números e projeções têm que ficarem restritas às reuniões dos investidores das empresas. E tem também outro fator importantíssimo: enquanto as outras produtoras interagem com o público apenas na E3, a Nintendo mantém os Directs o ano todo, conservando o contato com os fãs, que ficam cada vez mais ansiosos pelos próximos.

Entreter, esse sempre foi o caminho!

Isso tudo não foi realizado de um dia para o outro, a Big N teve que aprender com os erros. E aprendeu. A cada Direct que passa toda essa experiência torna-se mais interessante, mais viva, mais próxima aos jogadores, mostrando que no fim quem importa mesmo são eles e não um bando de engravatados, que, ao invés de incentivar a inovação, só querem saber o quanto eles vão lucrar com o próximo Call of Duty.

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