Nintendo - 03/07/2014

Consoles que amamos: Game Boy Color


Ah Nintendo! Tantos consoles marcantes surgiram da Big N, cada um com uma característica única! Todos, sem exceção, trazendo algum tipo de inovação para o mercado de games. Seja o analógico do Nintendo 64 ou a tela tátil do DS, um console sempre foi diferente do outro. Mais importante do que tudo isso é o sentimento que eles deixaram em nós, as lembranças que ficaram gravadas na nossa memória, os momentos de glória, a horas de dificuldades, jogos que nos fizeram arrancar os cabelos e, sobretudo, nos emocionaram de tal maneira que nunca nos esqueceremos deles, mesmo que fiquem bem velhinhos!
Por tudo isso, nós da N-Party iremos fazer uma série de matérias especiais, falando de nossas experiências pessoais vividas com os consoles da Nintendo. Começando hoje com minha história com meu Game Boy Color. Espero sinceramente que gostem! Obrigado por me acompanhar nos próximos parágrafos! Boa leitura!



Momentos inesquecíveis com cada um deles! 



Um menino e seu sonho...
O ano era 2002, e eu estava no auge dos meus dez anos. Grandes coisas aconteciam na época: Copa do Mundo, as estreias de Star Wars – Episode II e O Senhor dos Anéis – AS Duas Torres nos cinemas e do anime Naruto na TV Tokyo. Porém, talvez o mais importante para as crianças naquele ano era o auge da febre de Pokemon.

Minha vida na época se resumia a ir para escola, voltar para casar para assistir Pokemon e jogar Super Metroid no meu SNES. Mas, como todo o garoto, eu tinha um sonho, um sonho de sair por aí e colecionar insígnias, um sonho de alcançar o Planalto Indigo e ser o campeão de Kanto, um sonho de alcançar o topo com os 151 Pokemon existentes (mal sabia eu, que Gold e Silver já haviam sido lançados), e tudo isso apenas seria possível por intermédio de um Game Boy.

Isso era Pokemon!

O Game Boy se tornou meu sonho, um sonho um pouco distante, pois na época ele custava cerca de R$300, uma meta alta para um garoto de dez anos. Longe de qualquer data comemorativa, como aniversários, na qual eu até poderia tentar pedi-lo para os meus pais de presente (talvez se juntassem dois aniversários, sério, todas as possibilidades passaram pela minha cabeça, inclusive entrar para o mercado de trabalho precocemente). Mesmo assim era muito caro gostar de games naquela época.


O glorioso mercado de vídeo games usados!
Olhando para trás agora, acho muita graça na forma de como eu folheava as páginas da finada Pokemon Club, aonde apareciam os anúncios dos Game Boys com varias cores diferentes, e como eu ficava incomodando o meu pai, enquanto ele assistia ao Jornal, mostrando os jogos, as versões, as vantagens de poder jogar em qualquer lugar.

O tempo passou, mas o desejo por um Game Boy não e, então, chegou outubro e com ele uma surpresa: Na única locadora da cidade, na qual eu alugava fitas de SNES, surgiu exposto em um balcão de vidro, um Game Boy Color roxo transparente! Perguntei ao dono da locadora o que aquele objeto estava fazendo ali, e esse é o momento de uma das noticias mais doces que eu recebi na minha infância (que compensou totalmente o fato de eu descobrir aos 4 anos que os Power Rangers não existiam). O dono da locadora me falou que um cara tinha deixado aquele Game Boy ali para ele vender, e que já vinha com duas fitas, Bomberman e Driver, e que tudo isso saia apenas por R$150, metade do preço de um console novo.

Dois jogos junto com o Game Boy! Negócio da china!

Nos dias que se seguiram eu levei meu pai até a locadora, nós vimos o aparelho, estava impecável. Funcionava perfeitamente, tanto o console como as fitas. Então começou a peregrinação, todo o dia depois da escola eu ia até a locadora olhar o Game Boy na Vitrine. Todos os dias.

A concretização de um sonho.
Então chegou o dia, 08 de outubro de 2002 para ser mais exato, saí da escola, passei na locadora, vi o Game Boy na vitrine e fui pra casa. De noite meu pai chegou trazendo uma sacola de laranjas (desde sempre, todos os dias de manhã, ele toma um copo de suco de laranja), pousando ela sobre a mesa, ele olhou pra mim e disse que o Game Boy havia sido vendido.

Que choque! Que banho de água fria! Voltei para o meu quarto muito triste e frustrado. Após alguns minutos, sentado na minha cama, me veio a curiosidade de perguntar ao meu pai quem tinha comprado (afinal, cidade pequena, e o dono da locadora conhecia todo mundo). Quando entro na cozinha dou de frente com a sacola de laranjas, observando-a melhor, reparo em um volume diferente de uma laranja, meio quadrado...


Tudo isso estava quase ao meu alcance!


Lá estava, vindo de uma vitrine em uma locadora, do alto de toda a sua glória roxa e transparente, um Game Boy Color acompanhado de duas fitas e uma fonte para jogar sem usar pilhas. Que sensação incrível, a emoção de ter ganhado meu primeiro portátil foi indescritível, inimaginável para mim até aquele momento, e que até hoje está gravado em minha mente como o melhor momento da minha infância.

Enquanto escrevia esse artigo, confesso que fiquei muito emocionado, mesmo demorando mais alguns meses para eu conseguir a minha cópia de Pokemon Red, aquele com certeza foi o ponto alto do meu ano, e mesmo que aquele Game Boy seja a causa provável do meu meio grau de miopia em cada olho hoje, cada momento passado jogando foi inesquecível.

    Meu Game Boy velho de guerra!

Ainda tenho meu Game Boy, está guardado em sua caixinha aqui em casa, considero ele mais valioso que o meu WiiU, pois foi o meu pai quem me deu e não há dinheiro ou console no mundo que o compre. Para terminar, uma mensagem para todos os pais que estão lendo, inclusive o meu: mesmo que as vezes pareça, um filho nunca esquece nada do que um pai faz por ele, o meu Game Boy é apenas uma pequena coisa que meu pai fez por mim, a qual eu tenho certeza que nunca vou esquecer.

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