Nintendo, eu escolho você!
Por Carlos Oliveira
Já me peguei muitas vezes pensando no porque da minha admiração pelo trabalho da Nintendo. Lógico que, durante a minha vida, vários fatores colaboraram para este fato, mas não poucos foram os que poderiam ter me levado ao gosto pelos jogos e consoles das outras empresas. Não que eu apenas jogue os exclusivos da Nintendo, longe disso, mas indiferente da qualidade das obras dos outros, existe um sentimento por trás de qualquer jogo da Big N que nenhuma outra produtora consegue copiar.
Foi esse sentimento que me
motivou a escrever esse artigo, pois trata de algo que ainda não consegui dar
forma e nem chegar a uma conclusão satisfatória do que seria esse fenômeno.
Venham comigo nessas próximas linhas e talvez vocês também
descubram o porquê da Nintendo significar tanto em nossas vidas.
Só falta os dois dos cantos darem as caras no Wii U pra tudo ficar lindo!
Desde pequeno
Meu primeiro console foi
adquirido quando eu tinha 3 anos de idade, era um Dynavision3. Pra quem não
conhece, Dynavision foi uma série de consoles que clonaram o hardware do NES. O
meu no caso tinha duas entradas de cartucho, uma no formato americano e outro
no formato Japonês. Como eu fui feliz com aquele videogame, foi a minha
iniciação, meu rito de passagem. Hoje eu penso o que seria de mim se meu pai
não tivesse comprado aquele aparelho?
Junto com o console vieram
diversos cartuchos. Entre eles Adventure Island 2, Predator, o horrível
GhostBusters e o incrível Super Mario Bros. 3 que, por muito tempo, foi meu
jogo definitivo. Não passava um dia em que eu não jogava ou via a minha irmã
jogar, que jogo perfeito, que sensação incrível. Demorei a descobrir que meu
Dynavision3 se tratava de um clone do NES, tanto que eu já havia trocado ele e
todas as minhas fitas por um SNES usado.
Minha primeira visão de uma de um Video Game. Começando com padrões altos!
SNES. Amor à primeira vista
Então eu troquei meu Dynavision3
por um SNES slim com o dono da locadora da minha cidade, achando que tinha
feito o melhor negócio de todos os tempos. Mal sabia o quanto de dinheiro eu ia
gastar naquela locadora com alugueis e comprando cartuchos. Mas continuando, eu
estava com o meu SNES com um único cartucho de Super Mario World e como todos sabem
quem tem esses dois itens não precisa de mais nada.
E assim com o passar do tempo fui
adquirindo mais e mais cartuchos, Donkey Kong, Super Metroid, entre outros, e a
mágica só aumentava. Era incrível a sensação, o mundo parava e nada mais tinha
importância, só o próximo castelo, o próximo chefe, a próxima fase, a próxima
luta. Que infância hein?
A felicidade a apenas um sopro de distancia
Tudo segue o seu próprio caminho
naturalmente, sendo assim, passados alguns anos, despertou-se em mim um desejo
de adquirir um N64, e a partir desse ponto aconteceria um fato que
concretizaria minha relação com a Nintendo definitivamente. Esse fato contou
com a participação de um Hylian e sua primeira aventura em três dimensões.
The Legend of Zelda – O significado máximo do que é Nintendo.
Calma! Eu sei que existe o Mario!
E eu sei que ele é o maior mascote da Nintendo, praticamente um sinônimo de
vídeo-game. Porem a série The Legend of Zelda é maior representação da paixão
que os produtores da Nintendo possuem pelas suas criações. Desde o principio da
série isso ocorre, e continua se repetindo jogo após jogo. Dos reinos escuros
de Twilight e Dark World até os campos verdes de Hyrule e seus vastos oceanos
em um futuro não muito distante. Contudo, foi ali, na época do Nintendo 64,
onde ocorreu o ápice, a criação de uma obra que até hoje figura como o melhor
jogo de todos os tempos.
Todos estão cansados de sabe que o
enredo de Ocarina of Time é marcante, os personagens carismáticos e com
personalidades próprias. Toda a grandiosidade de um mapa aberto, sem
intermediários. Apenas o mundo de Ocarina já desperta em todos nós um senso de
aventura. Um excelente exemplo de o como o jogo é primoroso é o fantasma de
Ganondorf que é apresentado à nós no final do Forest Temple. Nada mais é do que
uma prévia do que será o embate final contra seu principal antagonista ao fim
do jogo. Admito que minhas mãos tremiam quando finalmente o fantasma caiu e a
voz de Ganondorf rompia pela a masmorra do templo.
Ocarina of Time é o supra-sumo de
toda e qualquer história de viagem no tempo. Conceitos e padrões foram
estabelecidos por meio desse jogo. Ainda hoje, enquanto grandes jogos de
outrora foram severamente punidos com a ação do tempo, Ocarina ainda arranca
suspiros daqueles que procuram pela a aventura do jovem Hero of Time. Esse é
mistério. O ponto x, que logo iremos levar em conta: Porque os jogos da
Nintendo não envelhecem, ou envelhecem tão bem?
E a vida seguiu e, infelizmente,
por motivos financeiros, me vi longe da Nintendo na época do Game Cube, me
voltando para o lado dos PCs para suprir minhas necessidades de gamer.
O bom filho a casa torna
No PC joguei diversos games como
GTA, Need for Speed, Age of Empires, Sim City, coisas muito diferentes do que a
Nintendo oferecia. Nessa época eu sentia que faltava alguma coisa, certa mágica
que eu sentia ao ligar meu SNES e meu N64 e se ausentava quando eu sentava na
frente do PC.
Foi quando surgiu um dos maiores
divisores de águas do mercado de games, um console igualmente incrível e
polemico, o Nintendo Wii.
Tudo referente ao Wii, desde o
nome, passando pelos controles e chegando até o seu modesto hardware,
absolutamente tudo gerou polemica. Ações na bolsa caíram. Profetas do
apocalipse deram vozes às teorias de fim da Nintendo. Ledo engano. O Wii foi, e
ainda é um dos consoles mais vendidos de todos os tempos, e um dos maiores
fenômenos de venda de toda a história da Nintendo. Eu, assim que pude (dispondo
de todas as economias que um jovem de 17 anos podia possuir) adquiri o meu.
Mesmo que você não goste, o Wii foi um dos consoles mais importantes da Nintendo.
Com o Wii, aquele sentimento antigo, da época do SNES e do N64, voltou de forma arrebatadora. É óbvio que, muitos jogos que foram lançados podem ser considerados, no mínimo, discutíveis. Mas e os grandes games? Parece que todos se esquecem deles quando se fala do Wii, lembrando apenas do hardware que não conseguiu acompanhar os concorrentes. O engraçado é que foi justo um jogo de Wii, com seus gráficos ultrapassados, que foi eleito pela IGN como o melhor jogo da Geração passada, desbancando o todo poderoso The Last of Us (sim, estou olhando pra você, Super Mario Galaxy, seu lindo). Haters gonna hate.
Fator Nintendo
O que faz um jogo ser um
Nintendo? Os personagens? As franquias? Alguns dizem que a Nintendo só sobrevive
do passado, do que foi estipulado na era dos 8bits. Para estes é só tenho uma
palavra: Pikmin. Outros dizem que só existem jogos infantis, pra estes eu
digo: Majora’s Mask.
No fim o que torna um jogo um
legitimo Nintendo é o sentimento que ele desperta em cada um de nós, algo abstrato,
por vezes indescritível, sempre prazeroso, e indiscutivelmente surpreendente.
Tudo isso transforma o chamado “Fator Nintendo” em algo impossível de se
formular. Por isso também é que a Sony tem um God of War e não um The Legend of
Zelda.
Por fim, termino esse artigo do mesmo jeito que comecei...
Nintendo, eu escolho você!