Consoles que amamos: Nintendo Wii
Por Carlos Oliveira
O pequeno gigante da Nintendo. O console mais polêmico desde
o Virtual Boy. Ele que foi capaz de desbancar o Playstation 3 e o Xbox 360.
Líder de vendas da sétima geração de consoles. O outrora subestimado. Detentor
de obras primas com Super Mario Galaxy e The
Legend of Zelda Skyward Sword. Preferência absoluta entre velhinhos e donas
de casa. A maior conquista comercial do legado de Satoru Iwata. Senhoras e senhores,
ele está entre nós agora. Aquele que já foi chamado de “revolucionário”, o
grande Nintendo Wii.
É isso aí! Hoje o Console que Amamos vai falar sobre as
minhas experiências com este tão amado e odiado console da Nintendo. Então
venham comigo nesta viagem a um passado não tão distante. Boa Leitura!
Mario indo comprar seu Nintendo Wii no dia do lançamento!
O grande hype!
Eu me lembro, como se fosse ontem, a primeira vez que vi um
Wiimote. Foi nas paginas de uma Nintendo World, lá em 2006. A capa era sobre
Advence Wars Dual Strike para o DS, mas uma noticia de ultima hora fez com que
as prensas fossem paradas, e a revista recebeu uma manchete na lateral que
dizia: “Revelado o controle do
Revolution!” (Na época o Wii era conhecido apenas pelo codinome).
Minha primeira reação foi choque. A segunda foi confusão:
como seria possível jogar com aquilo? A ideia do sensor de movimentos era
transmitida pela revista, mas eu não conseguia enxergar nenhuma aplicação
prática para aquilo. Bom eu tinha só 14 anos, não entendia muita coisa sobre
negócios, porem os investidores da Nintendo entendiam menos ainda, pois um dia
depois que foi apresentado o controle as ações da Big N foram a nocaute.
Revolucionário!
Mas o tempo foi o grande juiz, e com o lançamento do Wii a
Nintendo mostrou a que veio. Com um hardware modesto compensado por uma inovação
sem fronteiras, o console chegou ao topo batendo seus robustos concorrentes e
se fez presente em lugares que nunca antes um vídeo game havia chegado.
Os primeiros contatos
O Wii foi o primeiro console de uma geração atual que eu
pude comprar. Eu tinha, na época, um SNES e um N64, e compensava a ausência de
jogos novos com o meu PC. Até então eu não estava ligando para o novo console
da Nintendo, não havia entendido o quão genial era a ideia do Wiimote. Até que
um dia fui a um shopping com meus pais e em uma das lojas havia um Wii para
testar.
Aquele foi o momento! Aqueles poucos minutos reacenderam
dentro de mim um espírito Nintendista que estava adormecido desde a época em
que eu passava as tardes jogando Super Mario World. Naquela loja eu testei Wii
Sports e fui fisgado pelo console que até então eu nunca quis ter.
Um dos primeiros jogos para Wii, que começou com tudo em cima!
Depois disso, passei a respirar Wii, consumir toda e
qualquer informação que saia sobre o console. Nada me escapava. Revirava o que
havia de disponível na Internet. Esperava ansioso um mês inteiro pela próxima
Nintendo World que traria novos Reviews e Previews sensacionais.
Contando os trocados
Quando o Wii saiu eu tinha 16 anos, fazia alguns bicos por
aí concertando computadores. Já havia passado da época de pedir as coisas para
meu pai, tinha que conseguir com meu próprio suor. Alguns meses depois consegui
entrar em um curso técnico e, passado mais alguns meses eu consegui passar em
um processo seletivo para entrar como menor aprendiz em uma multinacional. Isso
tudo só significava uma coisa: agora eu tinha os meios para comprar um Wii.
A cada mês que fechava, a cada salario que chegava eu
guardava uma parte, era sagrado, era meu dízimo para a Nintendo. Enquanto
juntava o dinheiro eu procurava aonde conseguiria compra o console pelo menor
preço. Depois de muita pesquisa, cheguei à conclusão que eu teria que me
deslocar até a Meca dos Nerds, o centro de toda a vanguarda gamistica do país,
sim estou falando da rua Santa Ifigênia no centro de São Paulo.
E diziam que o Wii não conseguia fazer bons gráficos!
Os meses foram passando, e finalmente em agosto de 2009 eu
tinha todo o dinheiro que precisava para adquirir meu sonho de consumo. Meu pai
bancou a viagem até São Paulo (coisa de uns 100km mais ou menos), deixamos o
carro no Tucuruvi e fomos de metrô até o centro. Dividimos o dinheiro em quatro
montes iguais, uma parte em cada bolso da calça de cada um de nós dois. E
rodamos a rua inteira, perguntando preços de consoles, jogos e acessórios.
Seis meses poupando dinheiro pra chegar em casa liso como
nunca mas também feliz como nunca. Mais uma vez meu pai foi personagem
principal em uma empreitada pelos consoles da Big N.
Grandes Jogos, grandes momentos
Devido a sua grande popularidade uma imensidão de títulos
discutíveis fora lançada para Wii. Muitas cópias baratas de Wii Sports, jogos
infantis com temáticas baseadas em brinquedos, livros de histórias digitais, e
adaptações horríveis. Muitas pessoas enfocam apenas nesse aspecto do Wii,
usando isso como argumento de que o console não tinha títulos de qualidade.
Ledo engano.
A começar pela obra de arte que é Super Mario Galaxy até a
incrível aventura que foi Metroid Prime 3. Como não amar um console que possui
dois Marios em 3D, um em 2D, quatro Metroids(!) e dois Zeldas! É intriga da
oposição! Existe muita coisa incrível para ser jogada no Wii.
Um final épico para um dos jogos mais épicos de todos os tempos!
Até hoje apenas um jogo me emocionou a ponto de eu chegar às
lágrimas. Ele é a síntese do que um jogo deveria ser e, na opinião desse
humilde redator, é o ápice da maior série de vídeo games de todos os tempos,
ele se chama The Legend of Zelda: Skyward Sword, um jogo para Nintendo Wii.
Hoje possuo um Wii U e mesmo assim não me desfiz do meu Wii. Além de ele ser um símbolo da minha primeira conquista financeira, nada paga a lembrança do tamanho do sorriso que eu abri quando entrei com o Mario pela primeira vez em Good Egg Galaxy e fui recebido pelo som de clarins. Simplesmente inesquecível.