Super Mario Galaxy renovando a fé das pessoas
Por Carlos Oliveira
No último dia 16 de novembro, fizeram-se 7 anos que Super Mario
Galaxy foi lançado no ocidente. O que deveria ser dito sobre o jogo já o foi, pelas mais diversas pessoas. Mas devemos prestar homenagem a este clássico. Relembrar
seus momentos grandiosos. Enaltecer sua genialidade. Sentir saudade deste misto
de entretenimento eletrônico com obra de arte. E agradecer a Shigeru Miyamoto por ter
compartilhado com o mundo a mais bela de todas as suas sinfonias.
Tudo por um Galaxy
Eu já contei, em um post antigo, como foi a minha epopeia em
busca do meu tão desejado Nintendo Wii (se não leu veja aqui). Um dos grandes
motivos de me envolver nessa jornada foi pra jogar Super Mario Galaxy. Tal
desejo era tanto que nenhum outro jogo (com exceção de Wii Sports) entrou em
meu aparelho antes que eu conseguisse terminá-lo.
Tal devoção só foi desperta dentro de mim após entrar em contato
com a maestria que era SMG. O gráfico que foi tirado do tão fraco hardware do
Wii. As músicas, algumas orquestradas, outras sintetizadas, mas todas de uma
beleza infinita que enche os meus ouvidos até hoje.
Mas, o que torna SMG tão diferente de outros jogos? O que fez
ele se tornar o melhor jogo de um geração (Eleito pela IGN), mesmo estando
presente em console tecnicamente inferior? É o discurso que a Nintendo prega
desde sempre: Videogames são diversão. Não se tira de gráficos algo tão abstrato como alegria.
Não se extrai felicidade de nenhuma taxa de frames. É a sensação que conta. O sentimento
que nos preenche quando vivenciamos algo que se passa na tela. O que aquilo
representa para todos nós.
Convenhamos, Mario Galaxy ainda hoje continua lindo
O fator Galaxy
Não sou contra a violência em jogos. Seria um hipócrita se o
fosse. Mas temos hoje um exagero na exaltação de práticas de guerrilha em todos
os jogos presentes em qualquer plataforma. Muitos dizem que essa simulação de
guerra pode ser uma válvula de escape para pressões diárias, o que, de fato, eu
concordo. Mas enaltecer os conflitos militares, mostrando heróis e vilões tão
bem definidos, sem nenhum questionamento. Sem nenhuma análise do porquê do conflito, do porquê lutar, e do
porquê estão lutando. Isso incentiva a falta de senso crítico. Isso diz a todos
que os fins justificam os meios e que aqueles que não concordam com seus
dogmas, simplesmente estão errados e devem ser eliminados. Definir algo ou alguém
como vilão, mesmo sem saber suas motivações para atos considerados como vilanescos, é o estopim para a discriminação, a intolerância
e a guerra.
Não sou contra. Já joguei muitos Call of Duty. Mas não deixa de ser um mundo cinza.
Tendo isso em mente, qual a mensagem que SMG nos mostra? Além da premissa básica de qualquer jogo de Mario, que é o agir por amor (embora isso seja mostrado de forma infantilizada, é indiscutível o fato de Mario amar Peach, principalmente após quase 30 anos de resgates bem sucedidos.), há também o agir altruísta de Mario ao auxiliar Rosalina em sua empreitada para fazer seu observatório funcionar novamente.
Há também, o sentimento de grandiosidade. A ação escapista de
nossa realidade que nos mostra um universo maior. Algo a ser explorado e
desbravado. Algo maior que nós. Maior que tudo a nossa volta. Algo que torna nossos
conflitos banais.
Uma galáxia de oportunidades
Há mais um ponto de extrema importância. Quando Mario se
encontra com exemplares de raças diferentes (sejam as abelhas, os pinguins, ou
qualquer outra), ele está pronto a ajudá-las mesmo não tendo garantias de sua
recompensa. Ele é apenas um explorador, deslumbrado pelas suas descobertas. Um
Pequeno Príncipe de macacão azul e de bigode viajando com os cometas pela
galáxia.
Se compararmos o que nos é ofertado em Mario Galaxy, e o que
nos é ofertado em outros jogos de extremo sucesso (estou citando principalmente
FPSs que são grande parte da indústria), o jogo do Encanador Bigodudo é uma
verdadeira aquarela de cores em um mundo totalmente cinza.
Uma verdadeira aquarela
Um Galaxy para nossas vidas
Super Mario Galaxy é mais do que um jogo. Ele está vivo. Ele tem alma. Ele desperta sensações que apenas outras pessoas são capazes de despertar em nós. É o ápice da genialidade humana por meio da arte, unindo o visual, o auditivo e o sentimento. Magistralmente fazendo sentir como na época em que você jogava Super Mario Wolrd no seu Super Nintendo a tarde inteira e, ao mesmo tempo, te incentivando a ir para frente, a desbravar novas galáxias. Seja no jogo ou em sua própria vida.
Uma verdadeira metáfora para a força de vontade e para a força de nunca desistir. Aqueles que desistem se entregam a estagnação, ou pior ao desespero. Se olhar toda a carreira de Mario, pode se ver o maior exemplo de perseverança da história dos games, afinal não é qualquer um que começa adestrando macacos e limpando esgotos, que no final acaba conquistando galáxias.
Sair de uma seção de jogatina de Mario Galaxy é magico. Simplesmente parece que colocaram um filtro sobre nossos olhos para enxergarmos um mundo de possibilidades e cores infinitas. Mais uma vez, muito obrigado mestre Miyamoto por tudo o que Super Mario Galaxy é, e por tudo o que ele significa para nós.