Nintendo - 18/11/2014

Super Mario Galaxy renovando a fé das pessoas


No último dia 16 de novembro, fizeram-se 7 anos que Super Mario Galaxy foi lançado no ocidente. O que deveria ser dito sobre o jogo já o foi, pelas mais diversas pessoas. Mas devemos prestar homenagem a este clássico. Relembrar seus momentos grandiosos. Enaltecer sua genialidade. Sentir saudade deste misto de entretenimento eletrônico com obra de arte.  E agradecer a Shigeru Miyamoto por ter compartilhado com o mundo a mais bela de todas as suas sinfonias.

Mais do que uma obra prima, a verdadeira Pietà de Miyamoto 


Tudo por um Galaxy

Eu já contei, em um post antigo, como foi a minha epopeia em busca do meu tão desejado Nintendo Wii (se não leu veja aqui). Um dos grandes motivos de me envolver nessa jornada foi pra jogar Super Mario Galaxy. Tal desejo era tanto que nenhum outro jogo (com exceção de Wii Sports) entrou em meu aparelho antes que eu conseguisse terminá-lo.

Tal devoção só foi desperta dentro de mim após entrar em contato com a maestria que era SMG. O gráfico que foi tirado do tão fraco hardware do Wii. As músicas, algumas orquestradas, outras sintetizadas, mas todas de uma beleza infinita que enche os meus ouvidos até hoje.

Mas, o que torna SMG tão diferente de outros jogos? O que fez ele se tornar o melhor jogo de um geração (Eleito pela IGN), mesmo estando presente em console tecnicamente inferior? É o discurso que a Nintendo prega desde sempre: Videogames são diversão. Não se tira de gráficos algo tão abstrato como alegria. Não se extrai felicidade de nenhuma taxa de frames. É a sensação que conta. O sentimento que nos preenche quando vivenciamos algo que se passa na tela. O que aquilo representa para todos nós.

Convenhamos, Mario Galaxy ainda hoje continua lindo


O fator Galaxy

Não sou contra a violência em jogos. Seria um hipócrita se o fosse. Mas temos hoje um exagero na exaltação de práticas de guerrilha em todos os jogos presentes em qualquer plataforma. Muitos dizem que essa simulação de guerra pode ser uma válvula de escape para pressões diárias, o que, de fato, eu concordo. Mas enaltecer os conflitos militares, mostrando heróis e vilões tão bem definidos, sem nenhum questionamento. Sem nenhuma análise do porquê do conflito, do porquê lutar, e do porquê estão lutando. Isso incentiva a falta de senso crítico. Isso diz a todos que os fins justificam os meios e que aqueles que não concordam com seus dogmas, simplesmente estão errados e devem ser eliminados. Definir algo ou alguém como vilão, mesmo sem saber suas  motivações para atos considerados como vilanescos, é o estopim para a discriminação, a intolerância e a guerra. 

Não sou contra. Já joguei muitos Call of Duty. Mas não deixa de ser um mundo cinza. 

Tendo isso em mente, qual a mensagem que SMG nos mostra? Além da premissa básica de qualquer jogo de Mario, que é o agir por amor (embora isso seja mostrado de forma infantilizada, é indiscutível o fato de Mario amar Peach, principalmente após quase 30 anos de resgates bem sucedidos.), há também o agir altruísta de Mario ao auxiliar Rosalina em sua empreitada para fazer seu observatório funcionar novamente.

Há também, o sentimento de grandiosidade. A ação escapista de nossa realidade que nos mostra um universo maior. Algo a ser explorado e desbravado. Algo maior que nós. Maior que tudo a nossa volta. Algo que torna nossos conflitos banais.

Uma galáxia de oportunidades

Há mais um ponto de extrema importância. Quando Mario se encontra com exemplares de raças diferentes (sejam as abelhas, os pinguins, ou qualquer outra), ele está pronto a ajudá-las mesmo não tendo garantias de sua recompensa. Ele é apenas um explorador, deslumbrado pelas suas descobertas. Um Pequeno Príncipe de macacão azul e de bigode viajando com os cometas pela galáxia.

Se compararmos o que nos é ofertado em Mario Galaxy, e o que nos é ofertado em outros jogos de extremo sucesso (estou citando principalmente FPSs que são grande parte da indústria), o jogo do Encanador Bigodudo é uma verdadeira aquarela de cores em um mundo totalmente cinza.


Uma verdadeira aquarela


Um Galaxy para nossas vidas

Super Mario Galaxy é mais do que um jogo. Ele está vivo. Ele tem alma. Ele desperta sensações que apenas outras pessoas são capazes de despertar em nós. É o ápice da genialidade humana por meio da arte, unindo o visual, o auditivo e o sentimento. Magistralmente fazendo sentir como na época em que você jogava Super Mario Wolrd no seu Super Nintendo a tarde inteira e, ao mesmo tempo, te incentivando a ir para frente, a desbravar novas galáxias. Seja no jogo ou em sua própria vida. 

Uma verdadeira metáfora para a força de vontade e para a força de nunca desistir. Aqueles que desistem se entregam a estagnação, ou pior ao desespero. Se olhar toda a carreira de Mario, pode se ver o maior exemplo de perseverança da história dos games, afinal não é qualquer um que começa adestrando macacos e limpando esgotos, que no final acaba conquistando galáxias.    



Sair de uma seção de jogatina de Mario Galaxy é magico. Simplesmente parece que colocaram um filtro sobre nossos olhos para enxergarmos um mundo de possibilidades e cores infinitas. Mais uma vez, muito obrigado mestre Miyamoto por tudo o que Super Mario Galaxy é, e por tudo o que ele significa para nós.    

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