De volta à Hoenn, com Pokémon Omega Ruby/Alpha Sapphire
Por Fabricio Luz
Antes tarde do que nunca, a Nintendo finalmente confirmou (e lançou) o aguardado remake da terceira geração de Pokémon, as versões Ruby e Sapphire – pessoalmente, minhas favoritas. Os jogos, agora chamados de Omega Ruby e Alpha Sapphire, receberam uma bela influência das versões X & Y e tiveram algumas novidades para os jogadores que já conheciam o belíssimo continente de Hoenn, local onde acontece a trama.
Ao contrário de tantas resenhas que publicamos, nossa opinião de OR/AS será um pouco diferente. Claro que iremos dar nosso parecer sobre o jogo, novidades implementadas nele e os pontos fracos, mas algo que não deixaríamos de citar seria como o game se sai depois de mais de 100 horas jogadas (sim, minha aventura passou disso facilmente, mais rápido do que foi nos games anteriores).
Assim como nos antigos Pokémon, e na versão original R/S, ainda existem os 8 ginásios onde se consegue as insígnias que te qualificam para enfrentar a Elite Four, os quatro melhores treinadores da região. Tendo eles derrotados, você vai encarar o grande campeão. Só que no meio disso tudo, uma equipe de vilões irá aparecer no caminho em muitos momentos da jornada, atrapalhando alguns de seus planos. A equipe pode mudar dependendo de sua versão (Team Magma ou Tem Aqua), mas o objetivo ainda é o mesmo: utilizar o Groudon/Kyogre a favor próprio para tornar o mundo um lugar melhor, agora com suas “Primal Forms” – um jeito gourmet de falar Mega Evolução.
Quem jogou os games X/Y, irá se sentir em casa nesta nova Hoenn. Embora o ambiente seja bem diferente do antigo continente, o visual de OR/AS é bem semelhante ao utilizado na sexta geração dos monstrinhos. Muitas cores, cidades enormes e ricas de detalhes. Mas, junto com o visual, os games trouxeram alguns problemas que persistem desde a X/Y: as quedas de frame rate e o pouco uso de 3D. Tudo bem que no game anterior a Nintendo estava começando a trabalhar com o hardware do 3DS, mas agora a coisa poderia ter sido melhor. A queda de frame rate em certos momentos é clara e continua nos mesmos momentos de antes, assim como a ausência do efeito 3D. Só é possível usar o recurso do 3DS nas batalhas e em alguns (bem poucos) momentos do gameplay pelo continente. Ainda há muito o que ser melhorado para os futuros games, embora tudo seja lindo em certos momentos.
Em relação aos originais, OR/AS são de fato uma bela evolução à série. Todas as músicas foram refeitas e parte das cidades também. A cidade de Mauville, por exemplo, que era apenas um de tantos lugares que eu antigamente passava correndo enquanto chocava ovos, agora é quase um gigantesco shopping. O lugar ficou enorme e bem diferente da versão original. A mudança aconteceu em outros pontos do continente, acrescentando novas rotas e desafios aos veteranos.
E já que citamos novidades, a PokeNav está de volta, agora com um “plus” e algumas funções bem convenientes: PSS, Pokémon-Amie e Super Training. Além dessas características, existe a DexNav, estreia na franquia. Na tela debaixo do 3DS o jogador pode ver quais monstrinhos estão na região e ainda pegar alguma espécie rara. Caso exista algum barulho ou matinho mexendo na tela de cima, agora é possível andar de forma stealth (bem estilo Solid Snake, da franquia Metal Gear Solid) e se aproximar do Pokémon sem que ele fuja. Caso tenha sucesso em capturá-lo, notará que ele tem uma diferença dos outros comuns da região. Quando joguei pela primeira vez, peguei um Poochyena com Ice Fang, ataque normalmente aprendido apenas por breed. Isso pode poupar algumas boas horas de treino para quem quer o Pokémon perfeito para combate. Além das novas funções da PokéNav, as novidades do gameplay incluem as novas Secret Bases, com conectividade com StreetPass, e o item Eon Flute. Com a flauta é possível chamar seu Latios/Latias para voar pelo continente e ir a locais antes restritos. O recurso é legal (pelo menos nos primeiros 5 minutos), mas é chato ser algo limitados aos lendários Dragão/Psíquico.
Mas, embora o jogo esteja bonito, divertido e cheio de coisas para fazer, ele continua tendo seus defeitos. Para começar, nada da história vai te prender de fato a saber qual é a conclusão disso tudo. Exceto pelo fato da vontade de ter mais e mais Pokémon fortes, o final será o mesmo, assim como nos antigos games da franquia. O pouco tempo do Delta Episode, trama que começa após vencer a Elite Four, acaba sendo muito melhor que todo o enredo original do jogo. Além deste detalhe, houve uma ausência de um ponto conhecido de Hoenn. Quem aí se lembra da Battle Frontier da versão Emerald e seus diversos Brain Leaders? Pois é, eles não estão aqui. Houve até o boato que o local seria incluído através de DLC (gratuito, né Nintendo?!), mas só ficou como boato mesmo. O que o jogador tem para se divertir pós game é uma Battle Maison idêntica à de X/Y.
Outro ponto que me chamou atenção foi como Pokémon se tornou um game fácil. Os líderes não passam mais uma sensação de desafio ao enfrentá-los, além do item Exp. Share que, ao dividir os pontos de experiência obtidos, deixa o progresso pela aventura bem simples. É possível usar apenas um único monstrinho em batalha e o resto do time ganha nível através do item. A facilidade também aparece na forma como se captura o Latios/Latias, ou melhor, não captura, o jogador ganha o lendário sem grandes problemas. Na versão original lembro de ficar um bom tempo perseguindo eles pelas gramas e rios de Hoenn.
No final, o jogo não possui tantas mudanças em relação às versões X/Y para justificar de fato sua compra. Toda a aventura por uma Hoenn em 3D é muito legal e te faz relembrar como era jogar os games R/S, mas para quem passou boas horas com a sexta geração e está sem grana para comprar novos games Pokémon agora, não irá perder muito. O objetivo do jogo creio que tenha sido cumprido com louvor: reviver os momentos que a franquia teve no GBA com uma pitada das novidades atuais. Nisso, OR/AS conquista com êxito a que vieram.
Dezenas e mais dezenas de horas de jogo depois
Bom, como todos já sabem, não há nada para se fazer em Pokémon depois de vencer a Elite Four e pegar todas as criaturas lendárias do jogo. Tem alguns eventos inacabados, mas em geral nada de importante. A coisa pode se tornar mais trabalhosa caso o jogador queira completar a Pokedex ou treinar as criaturas para o modo competitivo.
No meu caso, como já tenho a maioria dos bichinhos bem guardados no PokeBank, não pensei em me focar em completar a Pokedex – não ainda, pelo menos. Quando acabei o jogo fui direto ver como seria meu time para enfrentar batalhas durante essa nova fase da franquia.
As mega formas, que foram introduzidas à franquia nas versões X/Y, estão firme e forte por aqui. Mas ao contrário daquelas mostradas no game anterior, percebi que aqui elas estão mais variadas, o que deu uma melhorada na escolha de uma equipe. Ainda não escolhi a minha favorita, mas por enquanto estou re-aproveitando um Salamance e Metagross que estão comigo desde 2004.
Além das novas formas de monstrinhos, o Battle Ressort possui algumas barracas com novos move tutors que ensinam dezenas de movimentos à seus combatentes. Todos eles custam os Battle Points acumulados pelo jogador e podem ser bem úteis para montar um move set perfeito.
Conheça mais da atual lista dos Pokémon mais usados aqui e um pouco do Battle Institute.
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