Nintendo - 23/05/2015

Saiba mais sobre o Subspace Emissary: o modo história do Super Smash Bros. Brawl


Existem diversos motivos para eu gostar tanto de Super Smash Bros. Brawl, terceiro game da série, que saiu para o Nintendo Wii em 2008. Dentre todos esses motivos, o que eu mais me apego é o curioso modo ''campanha'' do jogo, chamado de Subspace Emissary. Eu conhecia o game desde seu lançamento, que bombou no Wii mas não como seu antecessor, o Melee (mas foi um sucesso do mesmo jeito). Porém, como eu nunca havia visto o modo história do jogo, este me cativou do inicio ao fim quando o descobri. 
A jogabilidade é muito parecida com o que temos hoje no Smash Run em Super Smash Bros. for 3DS., por exemplo. O modo é em side scrolling: com inimigos vindo em sua direção e com os comandos básicos de seu personagem que você deve combater.

Toda a história é contada através de cutscenes feitas em CG (com a ausência total de diálogos). Cada uma das cutscenes representa um ponto novo na história, introduzindo cada personagem que representa um importante papel. Personagens são introduzidos em um sistema de equipes. Toda vez que um novo personagem é encontrado, ele pode se aliar ou se opor a você. Caso se alie, o personagem pode acabar deixando a equipe temporariamente algumas vezes. Sakurai (criador da série e também de Kirby) revelou que sempre quis trabalhar um modo single player mais ''profundo''. Mas com um tempo limitado de produção para os títulos anteriores, sua equipe temia que a produção de um modo história acabasse prejudicando a boa produção de um multiplayer melhor. Felizmente em Brawl, a equipe teve um tempo significativamente maior de produção e por isso, um modo foi feito sem afetar o outro.
Ah, e você quer mais um gostinho disso tudo? Para ajudá-lo com o desenvolvimento da história, Sakurai chamou Kazushige Nojima, ninguém menos que o roteirista responsável por diversos cenários da série Final Fantasy.


Enredo
Gostaria de evitar ao máximo muitos detalhes do enredo para evitar spoilers
Na história, tudo começa com Mario e Kirby disputando uma luta amistosa, na presença de uma enorme plateia. Princesa Peach e Princesa Zelda estão presentes. Ao final da luta, uma névoa negra toma o céu e uma nave (do Meta Knight) pousa na arena, colocando uma bomba que é manipulada por ROBs controlados pelo chamado ''Ancient Minister'', causando medo nos espectadores. Prontamente, as princesas descem de seus assentos e se preparam para entrar na briga quando um exército de pequenas criaturas das sombras chamadas Piramids começam a atacar nossos heróis. As princesas teriam sido de grande ajuda, se Bowser não tivesse aparecido para causar mais problemas e prendendo as duas heroínas em jaulas que fica nas mãos de uma Piranha Plant gigante! Após tudo isso, uma onda de sucessivos ataques aos universos de nossos heróis começam pelo auto denominado ''Subspace Army''. Cabe ao jogador reunir o máximo de heróis do game para que juntos possam salvar seus mundos, de uma possível união dos vilões que no fim, é uma grande conspiração para trazer à vida, um vilão inédito na série!

O ataque surpresa do Subspace Army é o gatilho para a união de nossos heróis

A história do jogo é muito rica e tem várias vertentes. Não é um caminho reto. O modo é como o mapa do modo classic de Super Smash Bros. for 3DS. Existem diversos caminhos que podem ser tomados, mas todos levam ao mesmo destino. A história tem algumas grandes reviravoltas, embora muitas vezes o gameplay possa enjoar os não amantes de um bom action plataformer. Terminar as fases apenas pelas cutscenes é o que motiva o jogador. Cada personagem que aparece acaba sendo forçado a se unir com outros personagens, até então desconhecidos uns pelos outros, mas ambos com o mesmo instinto de proteger seus mundos. É interessante ver esse ''choque cultural'', que as vezes causa certos desentendimentos entre os personagens. Mas isso também causa momentos extremamente engraçados, como o encontro entre Diddy Kong, Fox e Falco.
Ah, e é claro que não podemos deixar de lembrar alguns dos ''chefões'' do modo história, que incluem o lendário pokémon Rayquaza, Ridley, entre muitos outros.

Rayquaza é uma das munições do Subspace Army

Os inimigos do jogo são bem extensos. Embora alguns sejam de outros games (como os Koopa da série Super Mario), o game têm criações próprias do Super Smash Bros., como os Shaydas: que são sombras dotadas de uma grande habilidade com lâminas. E os próprios Piramids, os inimigos mais comuns nesse exército.

Vale lembrar que, alguns dos inimigos do modo história, hoje podem ser enfrentados no modo Smash Run do Super Smash Bros. for 3DS. Os armamentos são bem diversificados e variam muito. Temos a clássica Beam Sword totalmente remodelada e temos as clássicas bombas e armas à laser. Curiosamente o item maid, aditivo desse jogo ao item Smash Ball (que libera a finalização especial para o personagem), acabou ficando de fora desse modo história. Mas também tivemos algumas novidades como a ''arma'' que mais usei e curti nesse modo: a Trophy Stand. Este item incrível, introduzido apenas para o modo Subspace Emissary, era um disco que caso você note bem, é justamente a base de um troféu qualquer do jogo. Olhe algum amiibo seu se preferir. Ao arremessar esse disco, ele vai atravessar o mapa e transformará imediatamente o primeiro inimigo que tocar, em um troféu que pode inclusive ser obtido para a sua coleção!
Fica relativamente mais fácil para pegar alguns troféus mais raros. Mas infelizmente, alguns inimigos mais fortes necessitam de um certo número de danos, para que possam ser eternizados em sua estante virtual.
''Sabendo administrar o dano corretamente, você poderá transformar até mesmo os chefões em troféus!'' - Diz a descrição na galeria de troféus do jogo, numa tradução livre. Aliás, um troféu de uma base de troféu? Como assim?


Fechando sobre o enredo: todos os inimigos do Subspace Army são de alguma forma inconvenientes. Em certos momentos da história, eles não são úteis. E raramente aparecem nas cutscenes quando apareciam, eram para serem derrotados. O único inimigo que ficou mais evidente e acabou tendo um papel incrível na história foi o R.O.B. Na verdade, todo um exército de R.O.Bs!
Mas se eu disser mais algum detalhe sobre eles, isto será um grande spoiler. Se eu tivesse que escolher as participações que mais me exaltaram durante a história, eu diria que foram a do Sonic e do Meta Knight. O principal rival de Kirby tem papel fundamental no Super Smash Bros. Brawl. E tudo graças a sua nave Halberd, e seu encontro com os guerreiros da saga Fire Emblem, que fazem de sua aparição, um dos bons plot twists dessa história.

Jogabilidade 
É comum encontrar jogadores que simplesmente não gostem do Subspace Emissary, por conta de sua jogabilidade repetitiva. Na verdade, a jogabilidade não é perfeita e talvez seja mesmo repetitiva, mas ela passa um pouco longe de ser ruim. Como o game é basicamente um side scrolling, com todos os seus elementos conhecidos e misturado da franquia Super Smash Bros.

Entretanto, assim como no modo smash run, as vezes o excesso de inimigos e objetos na tela te deixa tão confuso, que você acaba morrendo de graça por mais habilidoso que você seja. O excesso de inimigos aliás, as vezes é absurdo! É pior que uma cruzada! Você as vezes mal sabe onde está! A história é um show a parte, e é incrível como ela te prende e te deixa focado em finalizar cada fase de cada mundo, justamente para que você possa finalmente ver o desfecho de tais personagens. Esses personagens não são escolhidos pelo jogador: eles devem ser usados de acordo com sua aparição. Na primeira fase, por exemplo, só podemos usar o Kirby e o Mario. Após finalizar a história do jogo, qualquer fase pode ser jogada e com qualquer personagem, o que aumenta um pouco o fator replay do game.

A verdade é que o Subspace Emissary herdou boa parte de sua jogabilidade do modo adventure do Melee. Então, caso tenha jogado esse modo anteriormente, você não terá problemas. O gameplay pode variar muito e chegar a quase 8 horas de duração. O tempo do modo pode aumentar ainda mais caso você queira liberar alguns extras, como personagens secretos. Sem problemas. Aqui neste modo é disponibilizado um save, que lê seu percentual de conclusão da história. Sempre que você volta a ele, o mapa é mostrado e seus personagens contém um backup!


Ao falar da jogabilidade, fases etc., é quase impossível deixar de citar o The Great Maze. Também conhecido como o terror do modo história. A prova de fogo ou, ''é aqui aonde separamos os bebês dos adultos'': é a fase final do jogo. The Great Maze é um ponto na história onde todos os universos colidem, e cabe ao jogador atravessar um verdadeiro emaranhado deles para chegar até o chefe final. Também é um grande labirinto onde o jogador dispõe de alguns checkpoints e uma equipe de personagens a sua escolha. Claro que dependendo de quem você já liberou até aquele momento, e do mapa liberado.
Existem relatos de jogadores que passaram horas e horas apenas para descobrir a combinação de mapas para sair desse labirinto. Claro que sete anos depois do lançamento desse jogo, fica fácil achar um detonado.

A Nintendo, mais especificamente Sakurai, tenta investir em um bom gameplay. Mas dessa vez a história foi o prato principal, e não temos muito o que avaliar da jogabilidade. Ela muda muito pouco no desenrolar da história.

Trilha sonora
Durante o gameplay, a trilha sonora não tem tanto destaque. Mesmo sendo excelente. É difícil dizer muito sobre ela. Na maior parte, as músicas são remixes ou canções originais dos games aos quais os personagens pertencem. O que se destaca, no entanto, é o incrível tema da abertura do game, cantado em latim e composta por Nobuo Uematsu especialmente para o game.
Porém, sua letra se refere ao modo Subspace Emissary. Outros também dizem que a letra é como a Nintendo. E em especial o Mario, que se sentiam em relação a estarem ao lado de tantos ícones dos games como Sonic, Snake etc.

Acompanhe o vídeo da música com legendas:



Particularmente eu acho esta abertura, a mais linda da história dos games. Mas é uma opinião minha. Muita gente ainda prefere a abertura do Super Smash Bros. Melee.

Teorias
Após o lançamento do game, muitos jogadores insistiram que o criador da série não teria colocado quaisquer coisas dentro de tal modo história por nada. Existem diversas teorias explicando que determinados detalhes teriam significados diversos e ocultos. A teoria mais aceita e mais popular é a que trataremos aqui.

Durante o enredo, uma união de vilões conhecidos como o Bowser (Super Mario), o Ganondorf (Zelda),o King De De De (Kirby) entre outros, tentam capturar todos os personagens petrificando-os com uma arma especial. Acontece que nenhum deles estão fazendo  isso apenas por ambição própria. mas que sim, existe uma mente por trás dos vilões.

Não dá pra dizer quem é o verdadeiro vilão por trás de todos os acontecimentos, pois isso seria um baita spoiler. No entanto, um dos vilões desta aliança é a poderosa Master Hand: um ser interdimensional que na verdade é uma luva branca gigante e flutuante que tem poderes inimagináveis (ah, sem querer dar outro spoiler, mas a Master Hand passa longe de ser a personagem mais poderosa da franquia). A teoria diz que a Master Hand nada mais é que a mão da criança que brincava com seus bonecos na abertura de Super Smash Bros. do Nintendo 64. E que todas as aventuras e lutas eram todas parte de uma brincadeira, de uma criança que cresceu com os games e os seus bonecos.

Em Melee, o segundo titulo da franquia, a história muda um pouco. Temos a introdução dos Trophies e a estante onde eles ficam, aparentemente está situada em um quarto de um garoto adolescente. Nesse mesmo título, já introduzem a Crazy Hand. Ela é outra mão assim como a Master Hand. Mas diferente dela que faz movimentos calculados e bem estratégicos, a Crazy Hand tem apenas ódio, e é literalmente louca. Ela faz movimentos muito mais mirabolantes para derrotar o jogador. A teoria explica que por estar na adolescência, a Crazy Hand representa a rebeldia adolescente e quer se livrar dos heróis do game, por que ela sente a pressão adolescente de ser como os outros, e que envelhecer se torna um fardo cada vez mais pesado.

Em Brawl, o Subspace Emissary aparece a história dessa criança. Agora adulta, ela luta contra os tabus que a sociedade impõe. Como um ser adulto e por gostar de videogames. Isso significa que o Subspace Army nada mais é que os fantasmas da sociedade tentando arrancar o que você é e te colocando onde acham que deveria estar. Profundo não? Talvez até bem triste.

Teria o Subspace Army, um significado tão profundo?

Melhores momentos
A história está recheada de momentos engraçados e divertidos. Alguns até bem dramáticos e épicos. Um desses momentos está relacionado com o Snake, que é encontrado por Lucario. E o encontro entre Diddy Kong e Fox também. Mas entre todos os momentos, o considerado mais épico é a seguinte cutscene:



Legado
Ano passado, pouco antes do lançamento do novo titulo da franquia que substituiria o Super Smash Bros. Brawl, Sakurai revelou que não existiria uma continuação para o enredo do Subspace Emissary. Entre os motivos alegados por ele, estava a nova falta de tempo e o fato de que todas as cutscenes do jogo terem caído na internet. E também, muitos personagens que estavam no jogo e no Subspace em si, não retornaram no novo titulo da série como o Snake, os Ice Climbers e o Wolf, por exemplo.

Hoje em dia, tudo o que nos resta desse modo história presente no Super Smash Bros. Brawl é o modo Smash Run do Super Smash Bros. for 3DS. O atual modo, nos remete um pouco ao modo história do antecessor da franquia, presente no Wii, mas ainda sim é bem limitado.
É surpreendente quantos jogadores não conhecem esse modo de jogo. Seria incrível se este modo surgisse com uma DLC  para as versões do Wii U e do 3DS. Quem sabe ele volte futuramente, com uma sequência ou quem sabe um remake, não é mesmo?

Por enquanto, tudo o que nos resta, é esperar o futuro da franquia, ou jogar o Super Smash Bros. Brawl no Wii mesmo. Caso nunca tenha jogado: tente! Vale a pena! Tenho certeza que você, leitor, irá adorar. Fica aqui minha homenagem para o Subspace Emissary.

Tem alguma boa memória com Super Smash Bros. Brawl? Deixe nos comentários!

Revisão: Caio Gomes

Leia Também

Nintendo - 29/05/2020

Subarashow #40: Animal Crossing: New Horizons

O pessoal do Estação 64 discutiu o fenômeno que Animal Crossing: New Horizons criou dentro de um novo cenário mundial, analisaram as mecânicas do jogo e comentaram suas experiências (frustradas) como arquitetos de uma...

Leia Mais...

Nintendo - 29/05/2020

Nintendo a 3 #211: Futuro de Xenoblade e jogos baseados no Brasil

O pessoal do Estação 64 discutiu sobre a entrevista de um dos diretores de Xenoblade Chronicles Definitive Edition, a respeito dos proximos jogos da Monolith, e sobre os jogos baseados em cenários brasileiros. Acesse...

Leia Mais...