Nintendo - 25/06/2015

Opinião: Estaria o Wii U com os dias contados?

Por Unknown


É com uma certa tristeza, que eu começo a escrever este artigo. Afinal, o sucessor do monstro comercial Nintendo Wii, não consegue manter um ritmo de vendas satisfatório. E isso deve encurtar o ciclo de vida do Wii U.

Boa parte disso talvez esteja na falta do apoio das third-parties, que insistem em não lançar seus jogos para o Wii U. Podemos incluir também, a falta do poder de "fogo" do console: já que muitos o consideram da geração passada. O custo de desenvolvimento dos jogos, apesar de ser mais barato no atual console de mesa da Nintendo, é completamente diferente do modo adotado pelos concorrentes XBox One e PS4. Apesar de tudo, como de costume em consoles Nintendo, o Wii U tem uma excelente line-up de jogos da própria empresa, ou mesmo os jogos produzidos em parcerias (ou exclusivos) para o Wii U.

Posso citar aqui vários jogos como "Super Mario 3D World" (que nos disponibiliza talvez o melhor multiplayer na franquia), "Donkey Kong Country: Tropical Freeze" que traz, não só a volta do mestre David Wise no comando da trilha sonora do jogo como fases aquáticas também e um desafio ainda mais insano.
Posso incluir aqui também o "LEGO City Undercover", que faz uma paródia com filmes policiais e que é até chamado (em uma escala muito menor) de GTA do console. Bayonetta 2 possui gráficos lindos, sensualidade e chefes insanos. Pikmin 3 é maravilhosamente apaixonante, dentre muitos outros.


A biblioteca de jogos do Wii U é muito boa

Lembro de alguns jogos como "Mario Kart 8" e "Super Smash Bros.", que  receberam, talvez, a sua versão definitiva, em suas respectivas franquias, com conteúdo gigantesco, modos inéditos e novas funções que os deixam ainda mais atrativos. Poderia fazer uma lista de vários jogos que tornam o Wii U a melhor escolha de entrada nesta "nova geração". Mas o assunto aqui é a possível morte prematura do console, certo?

Pois bem: eu sou um cara que não tem mais o tempo da juventude para desfrutar de todos os jogos. Por isso, eu sempre priorizo os exclusivos e/ou os que me chamam muita atenção. Nunca abro mão dos hardwares da Nintendo. Não me imagino deixando de jogar um Mario novo, ou uma nova versão de Zelda ou deixar de ter aquela sensação em arrancar os cabelos por um novo Metroid ou Pikmin (caso acontecesse).

Mas como explicar tudo isso para alguém, que não segue a mesma escolha de consoles que eu sigo? Como explicar para um "hardcore gamer" as maravilhas que um console Nintendo tem, mesmo ele não sendo capaz de rodar  um "GTA V", um "Mortal Kombat X" e até mesmo os jogos das franquias "Need For Speed", "Call Of Duty", "Battlefield" e "Assasins Creed"?

Um dono de um Wii U sente falta dos jogos acima no atual console da Nintendo?

Nos dias atuais, chega a ser um insulto um gamer não poder desfrutar dos mais novos lançamentos. Mesmo em um pais tão difícil quanto o Brasil. Eu consigo passar muito bem sem boa parte destas franquias acima mencionadas. Mas não sem todas.

Talvez este seja um dos grandes motivos da baixa venda do Wii U, mas não o único. Falando novamente em gráficos, o Wii U tem notoriamente o hardware mais modesto, se compararmos com o XBox One ou com o PS4. Talvez por este motivo, é que aquele jogo tão desejado não chegue no atual console de mesa da Nintendo. Exemplo disso é o tão esperado "Project CARS" que começou com um lindo:

"Queremos entregar o simulador de carros que todo dono de Wii U deseja."
E terminou com um simples:
"Nós nunca garantimos a versão de "Project Cars" para Wii U"
Wii U e sua possível morte prematura.

Com o anúncio de grandes parcerias como EA, Ubisoft etc., nós pensávamos que o Wii U seria constantemente abastecido com os mais novos títulos destas e de várias outras empresas. Mas a verdade é que isso durou (muito) pouco.

Com poucos jogos de peso mostrados na E3 deste ano, a atual situação da Big N pode evidenciar que a Nintendo pretende antecipar (de novo) o lançamento de um novo console de mesa. Mas temos alguns problemas realmente grandes para pensar. Aliás, nós não: a Nintendo.

Lançando um novo hardware, a Big N encurta a vida útil de seu atual sistema de jogos. O Wii teve seu ciclo de vida encurtado por falta de jogos e o Wii U deve seguir a mesma linha. E isso é muito perigoso. Vejam:

  • Novo hardware implica em novos jogos. "Matando" o sistema anterior, mas quem garante que meu investimento será seguro? Ninguém;
  • Hardware novo e equiparado ao PS4. O novo console não será barato e pode sair novamente atrasado. Afinal, quando um possível PS5 sair, o NX (se ele for mesmo o sucessor do Wii U) já terá hardware da geração passada;
  • Retrocompatibilidade é quase uma tradição na Nintendo. Mas rumores apontam uma nova arquitetura no NX e isso talvez impeça tal funcionalidade. Fora o custo elevado.
  • Ports de jogos atuais, possivelmente atrasados (vide o Wii U);
  • Perda de boa parte de seu público. E com isso, a credibilidade da Nintendo será posta em voga na capacidade em manter um console de mesa com um tempo de vida útil longo e próspero.
Podemos olhar com um pouco de otimismo, certo?

  • Hardware mais potente significa que a Nintendo pode superar seus limites novamente. E Mario Kart 8 pode ser a prova viva disso;
  • Jogos de Third-parties podem finalmente ser lançados em quantidade e com a mesma qualidade dos outros consoles;
  • Sagas como a de Metroid Prime, que pode receber uma continuação no NX e algumas outras, poderiam ser pensadas com mais carinho pela Big N.
Fechando um ciclo
O fato é: o Wii U tem uma ótima biblioteca de jogos e poderia ter muitos mais. Mas infelizmente, o console talvez não tenha sequer o mesmo tempo de vida de seu irmão mais velho: o Wii.

O NX deve ser anunciado na E3 do ano que vem. Ou um pouco antes. O que daria ao Wii U, um  ano de vida. Com sorte dois.

O que vejo nos fóruns e comunidades de jogos é: uma grande quantidade de pessoas vendendo o seu Nintendo Wii U. Mesmo com jogos como "Xenoblade Chronicles X", "Devil´s Third" e "Yoshi´s Wooly World" a serem lançados.
Talvez eu até os entenda. Afinal, após estes jogos que acabei de citar, o que mais vamos jogar? E de qualquer forma, a quantidade de jogos é infinitamente inferior em relação ao que já foi apresentado pelas concorrentes. Mesmo que a maioria seja ports ou remasters da geração passada.

Vale lembrar também que a Nintendo às vezes se perde em um mundo chamado Japão, onde certas tendências são alheias ao resto do mundo e ali, tudo é feito de acordo com a vontade local.
Cito isso, em mais uma citação de Shigeru Myiamoto , sobre os tablets tirarem um pouco do brilho do Wii U, o que soa um pouco estranho.

É chato também ver a Nintendo (ou desta vez seu braço americano) dizendo que não acha uma nova forma de jogo divertida, como é o caso da realidade virtual. Ai eu fico confuso, afinal a própria Nintendo quer lançar um novo console com uma experiência inovadora de jogo e declara que a realidade virtual não é divertida? Isso me soa mais como arrogância e todos sabemos que isso quase causou a morte da empresa.

Termino esta matéria com um sentimento estranho. Afinal, a Nintendo está entre a cruz e a espada. Por que se a Big N continuar com o Wii U, ela terá que fazer muito mais do que vem fazendo (mesmo com as baixas vendas). Mas se a Nintendo seguir em frente, ela terá de conquistar boa parte de seu público novamente (uma coisa nada fácil).

Nos resta esperar pelas cenas dos próximos capítulos. E torcer por um final feliz. 


Revisão: Caio Gomes

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