Nintendo - 03/07/2015

Então vamos falar um pouco da participação da Nintendo na E3 2015


Muito tem se falado sobre a participação da Nintendo na E3 - infelizmente - de forma negativa. A fórmula foi a mesma do ano passado: um evento que antecedeu uma conferência online, com tom humorístico, transmissões do Nintendo Treehouse diretamente do evento, e a possibilidade dos fãs interagirem com o principal lançamento do ano nas BestBuys dos EUA.
Não houve nada de errado com o plano. Exceto o fato de que a Nintendo seguiu uma estratégia diferente para a transmissão online deste ano: apresentando apenas produtos que serão lançados em um futuro próximo. E isto não agradou os fãs, que esperavam por anúncios de peso e outros projetos que ainda estão em produção.

De fato, a apresentação da Nintendo não foi das melhores. E não foi nada além do que um Nintendo Direct convencional. Faltaram anúncios especiais? Sim. Faltaram informações sobre o Nintendo NX, sobre o Pokkén Tournament, sua entrada no mercado mobile, mais jogos do New 3DS, o novo Zelda e talvez anúncios que fortalecessem o Wii U no mercado.
De acordo com o Iwata, foi muito melhor apresentar detalhes sólidos de produtos que estão com lançamento confirmados do que projetos que ainda não se sabem quando serão lançados. Pessoalmente, não acho ruim a forma como tudo foi executado e vou explicar o porquê.

Tive a feliz oportunidade de ir, pela primeira vez, para a E3. Quando acompanhamos tudo de longe pela internet (dando alt + tab no trabalho), perdemos toda experiência que o evento oferece. As conferências, apesar de serem um show magnífico, são apenas uma parcela pequena (e que nem faz parte) do evento.
A Nintendo não tem mais conferências presenciais. Isto é uma pena. Mas não faz mais falta, perto dos outros eventos presenciais que ela têm feito. O Nintendo World Championships 2015 foi a melhor experiência que tive com a empresa nos últimos anos. Torci, gritei, dei risada, acompanhei novidades da Big-N e ainda vi, de pertinho, o Reggie e o Miyamoto. Tudo isto ao lado de outros fãs ávidos da empresa. E diga-se de passagem que realizar isto no domingo: um dia antes das conferências das concorrentes, favoreceu muito o lado da Nintendo.


Apesar do Los Angeles Convention Center ser enorme, era muito fácil identificar o estande da Nintendo na feira. Ele era iluminado por todas as cores e tinha um ar muito chamativo: com pilastras decoradas com os jogos em demonstração e tapetes peludos e fofinhos. E não tem como não comparar com os demais estandes da feira: porque a Nintendo tinha tantos diferenciais que nem sei por onde começaria.
A empresa queria muito que você jogasse todos os games apresentados. Tanto que ela forneceu a todos os visitantes, um pequeno álbum para colecionar bótons: os quais eram ganhos quando o visitante jogava um determinado game. Quem não gostaria de completar uma caderneta com os principais ícones da franquia Mario?


Nenhum dos pontos com jogos deixavam de ter membros da equipe conversando e interagindo com os visitantes. Foi jogar Mario Tennis sozinho? Não se preocupe: um dos representantes estava lá para jogar com você.
As filas existiam. Mas esperar nelas não era nada chato. Pelo contrário: haviam televisores que mostravam as partidas em andamento. E era neste momento que os visitantes interagiam e conversavam uns com os outros sobre o que estava rolando. Cheguei ao ponto de esquecer que estava na fila, num momento em que me divertia tanto quanto o cara da minha frente que jogava The Legend of Zelda: Tri Force Heroes. Enquanto ele errava incansavelmente a bomba que deveria ser jogada, os demais espectadores gritavam para avisar o que ele tinha que fazer.
Fora que haviam várias meninas dentro do estande que levavam 3DS com games clássicos aos visitantes que aguardavam na fila. E isto contribuía ainda, para o contato com outra pessoa que talvez você não conhecesse.


Entre os estandes, dois palcos com atrações para o público existia: em um deles rolava o Nintendo Treehouse ao vivo. Enquanto no outro, continha desafios em que os visitantes eram escolhidos para participar de pequenas brincadeiras envolvendo os jogos da Nintendo.
Fora que a Big-N realmente investiu na imagem de Mario Maker no evento. Além de possuir diversos pontos para teste do jogo, o estande contou com um ambiente em que os visitantes puderam tirar fotos quebrando um bloco clássico de interrogação da série Mario e as compartilhando nas redes sociais além da possibilidade de levar a foto impressa para casa.


Até então, eu aceitava (e participava) das discussões a respeito de "quem ganhou a E3". Mas percebi que para responder esta pergunta, a pessoa precisa estar lá na feira. Não que a E3 seja uma competição que precise ter ganhadores e perdedores. Mas o comparativo entre as concorrentes é inevitável.
Tive ótimas experiências em todas as conferências que fui. E o clima dentro do evento é inexplicável. E, apesar da apresentação que deixou a desejar, a Nintendo ainda se destacou na feira: pelo menos para mim. Foi nela que vi os demais jornalistas presentes se divertirem e ficarem ansiosos com todos os jogos demonstrados. Acho errado falar hoje da participação da empresa, apenas se baseando em sua (pré) conferência e ignorando todo o resto.

A Nintendo agradou quem precisava agradar na E3 2015. Quanto aos fãs, que ainda reclamam da apresentação, eu sugiro aguardar. Vão rolar muitos Nintendo Directs em 2015 ainda, e ninguém sabe o que vai acontecer no futuro. Por enquanto, existem bons jogos a serem lançados. E são neles que a Nintendo se concentrará para fornecer a experiência que a Big N sempre forneceu aos fãs.


Revisão: Caio Gomes

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