Opinião: A importância (e a nostalgia) dos eventos especiais de Pokémon no Brasil
Por Julius Blaze
Desde muito pequeno, eventos especiais Pokémon me atraem bastante. Quando era mais novo, IV, EVO e outras coisas do cenário competitivo Pokémon não importavam tanto. Cada Pokémon parecia ter algo único (como o anime pregava). Entendo que o tempo passou e esse tipo de pensamento foi sumindo aos poucos conforme eu treinava mais para competir nos torneios. Mas se tem uma herança que deixei dessa época, foi que nunca deixei de dar importância para esses eventos especiais. Tais eventos são nada mais que distribuições de monstrinhos ''especiais''. As vezes, para celebrar algo ou então, por causa de um filme. Esse tipo de coisa é tão valorizado nos games Pokémon, que alguns monstrinhos só estão ou estiveram disponíveis por meio desse tipo de distribuição. Genesect é um exemplo recente.
Neste momento, dois eventos estão ''bombando'' no mundo Pokémon: Hoopa e Dragonite. No Japão, a exibição do mais novo filme de Pokémon em que o monstro Hoopa é a nova estrela já ocorreu. Lá, a distribuição é um costume bem antigo e durante as exibições dos filmes Pokémon, logo na entrada, um monstrinho é distribuído para quem trouxer o seu portátil mais uma cópia original do game exigido.
E bom, até o dia 12 de Julho, um Dragonite especial estava sendo distribuído nas lojas Gamestop nos EUA. Bastava pedir um código e um panfleto promocional para um balconista. Hoje em dia no ocidente, esse é, ao lado dos 'Mystery Gifts', o padrão principal de distribuição. Muito diferente dos antigos métodos que utilizavam máquinas ou cartuchos especiais.
E bom, até o dia 12 de Julho, um Dragonite especial estava sendo distribuído nas lojas Gamestop nos EUA. Bastava pedir um código e um panfleto promocional para um balconista. Hoje em dia no ocidente, esse é, ao lado dos 'Mystery Gifts', o padrão principal de distribuição. Muito diferente dos antigos métodos que utilizavam máquinas ou cartuchos especiais.
Cartaz promocional do evento de Dragonite numa Gamestop em San Francisco. Foto por Guilherme Lago.
Quando fiquei sabendo desse evento nessas semanas, fiquei curioso. Hoopa claramente não chegaria tão cedo no Brasil, até porque seu filme é recente demais em terras nipônicas. Mas o Dragonite está sendo distribuído exatamente como o Gengar de halloween: com cartão de papel e tudo mais!
Mas será que veremos eles por aqui? A resposta é não e bem simples saber o por quê: a saída da Nintendo do Brasil. Entretanto, sabemos que a Nintendo não interfere tanto em Pokémon no Brasil. Por exemplo: o Trading Card Game de Pokémon é distribuído oficialmente e traduzido por aqui. Além disso, os torneios oficiais VGC (The Video Games Championships) de Pokémon começaram a ser realizados no fim do ano passado (inclusive, temos um brasileiro competindo esse ano no mundial) Mesmo assim fica aquela dúvida. Mas todo esse pensamento me fez pensar bastante nessas raras ocasiões em que treinadores se reúnem em uma distribuição de um monstro especial. E me fez relembrar alguns momentos em que esses eventos passaram pelo Brasil.
De volta em alguns anos atrás, os eventos especiais eram algo realmente bem valioso no mundo Pokémon. Quem jogou algumas das gerações do Nintendo DS, ou principalmente do Game Boy Advance, sabem disso. No Nintendo DS, ainda tínhamos conexões com a internet que eram a ponte para diversos eventos on-line dos Mystery Gifts. Mas no GBA, a coisa complicava mais (bem mais) ... Muitas vezes, era necessário que o portátil fosse levado até um ponto especifico como uma loja Gamestop, por exemplo. Depois, o Game Boy devia ser ligado em uma máquina, e ela que iria passar o monstrinho. Eu, particularmente, amava esse tipo de evento, embora nunca tivesse tido a chance de ir em um desses aqui. E sim, muitos deles chegaram ao Brasil como o Eon Ticket. Não o que você usou em seu Omega Ruby ou Alpha Sapphire, mas o Eon Ticket original! Anunciado originalmente na E3 de 2003.
Estive conversando com o youtuber Ricardo Toddy nos últimos dias. Naquela época, ele já era um treinador ativo no competitivo da terceira geração de Pokémon. Toddy possui o Eon Ticket original até hoje em seu save de Ruby/Sapphiree conta abaixo como foi que o conseguiu:
''Consegui meu Eon Ticket no Anime Friends de 2003, durante um desafio da elite dos 4. Naquela época, a Nintendo tinha como representante a Gradiente. E durante aquela ocasião, ela disponibilizou o evento para nós. O ticket passava em um e-Reader: um aparelho que, uma vez conectado ao Game Boy Advance, se deslizava uma espécie de card nele e que passava o ticket para o jogo.'' - diz Toddy.
Ele Também mostrou algumas screenshots do evento, que estão agora na versão Emerald daquela geração. Era possível passar o item para Pokémon Emerald fazendo Mix Record (uma espécie de troca de informações usando o cabo link).
O Eon Ticket, nos EUA, começou a ser distribuído na E3 de 2003 para os visitantes. Depois, a revista Nintendo Power distribuiu e a loja estadunidense Toy ''R'' Us também. O mais legal desse evento era que, por ser um cartão que passava no e-Reader, você literalmente ganhava o Eon ticket real! O que faz desse evento mais especial é que, uma vez acessada a Ilha de Southern, o local fica inacessível para sempre! O que faz da ilha, uma locação única no jogo!
O treinador encontrava na ilha misteriosa, um dos dragões Eon (Latios ou Latias, dependendo de sua versão. Na versão Safira: Latias e na versão Rubi: Latios). Nem preciso dizer que o evento retornou com Pokémon Omega Ruby & Alpha Sapphire, certo? A nova distribuição foi genial. Poucas pessoas no mundo pegaram os códigos, porém elas o espalharam via Streetpass do 3DS (para quem não sabe, o Streetpass é um sistema que comunica dois 3DS, quando a comunicação sem fio do console está ligada). Isso provou que o planeta gamer está conectado, já que o ticket se espalhou como um vírus pelo mundo. De forma que todos pudessem recebê-lo, mesmo nas regiões que a Nintendo não dá suporte (como foi aqui no Brasil, atualmente). Eu mesmo peguei esse ticket pouco tempo após seu lançamento desta forma.
Estive conversando com o youtuber Ricardo Toddy nos últimos dias. Naquela época, ele já era um treinador ativo no competitivo da terceira geração de Pokémon. Toddy possui o Eon Ticket original até hoje em seu save de Ruby/Sapphiree conta abaixo como foi que o conseguiu:
''Consegui meu Eon Ticket no Anime Friends de 2003, durante um desafio da elite dos 4. Naquela época, a Nintendo tinha como representante a Gradiente. E durante aquela ocasião, ela disponibilizou o evento para nós. O ticket passava em um e-Reader: um aparelho que, uma vez conectado ao Game Boy Advance, se deslizava uma espécie de card nele e que passava o ticket para o jogo.'' - diz Toddy.
Ele Também mostrou algumas screenshots do evento, que estão agora na versão Emerald daquela geração. Era possível passar o item para Pokémon Emerald fazendo Mix Record (uma espécie de troca de informações usando o cabo link).
Screenshots de Pokémon Emerald de Toddy. Seu Eon Ticket nunca foi usado!
O Eon Ticket, nos EUA, começou a ser distribuído na E3 de 2003 para os visitantes. Depois, a revista Nintendo Power distribuiu e a loja estadunidense Toy ''R'' Us também. O mais legal desse evento era que, por ser um cartão que passava no e-Reader, você literalmente ganhava o Eon ticket real! O que faz desse evento mais especial é que, uma vez acessada a Ilha de Southern, o local fica inacessível para sempre! O que faz da ilha, uma locação única no jogo!
O treinador encontrava na ilha misteriosa, um dos dragões Eon (Latios ou Latias, dependendo de sua versão. Na versão Safira: Latias e na versão Rubi: Latios). Nem preciso dizer que o evento retornou com Pokémon Omega Ruby & Alpha Sapphire, certo? A nova distribuição foi genial. Poucas pessoas no mundo pegaram os códigos, porém elas o espalharam via Streetpass do 3DS (para quem não sabe, o Streetpass é um sistema que comunica dois 3DS, quando a comunicação sem fio do console está ligada). Isso provou que o planeta gamer está conectado, já que o ticket se espalhou como um vírus pelo mundo. De forma que todos pudessem recebê-lo, mesmo nas regiões que a Nintendo não dá suporte (como foi aqui no Brasil, atualmente). Eu mesmo peguei esse ticket pouco tempo após seu lançamento desta forma.
A geração Diamond e Pearl de Pokémon, que começou em 2007 no Nintendo DS, também foi responsável por diversos eventos especiais. Na época, o primeiro console de duas telas da Big N foi o pioneiro em conexão com a internet sem fio. Mas no Brasil, poucas pessoas possuíam esse tipo de serviço no fim dos anos 2000. Quero dizer, a internet já era comum, porém a conexão sem fio que o portátil exigia, esta sim era rara no Brasil.
Conversei também com Lucas Dirani do site Somos Nintendo (um amigo de infância meu) e que esteve em alguns eventos dessa fase como: Jirachi, Celebi e Meloetta.
Lucas pegando sua Celebi durante o evento
Lucas contou que lembra com mais carinho do evento de Celebi, em São Paulo, no ano de 2011 (pouco antes do lançamento de Pokémon Black & White). Celebi chegou a diversas cidades do Brasil e foi um evento que exigia que o treinador fosse até o local da distribuição. No caso de São Paulo, o Shopping Center Norte (palco também do memorável evento de lançamento de Pokémon X/Y, que já falaremos). Celebi teve um papel importantíssimo no filme Zoroark: O Mestre das Ilusões e nos games da franquia. Naturalmente, após transferi-la, Celebi trazia uma conexão com os três cães lendários de Johto shiny. E além disso, o lendário pokémon liberava a captura do único Zorua em Pokémon Black ou White: no prédio da Game Freak, na cidade de Castelia. De certa forma, os três eventos se conectavam. Ele lembra que havia muitas pessoas, talvez o maior número que ele tenha visto em um evento por aqui. Para a transferência da pequena Celebi, era necessário um cartucho de Nintendo DS próprio, cuja destinação era unicamente o envio do mítico monstrinho para outros treinadores.
Cartaz promocional que explicava como a distribuição da Celebi funcionava. Foto por Lucas Dirani.
''Não há como negar que os eventos tiveram um papel importantíssimo na popularização da franquia. Desde a primeira distribuição com o lendário Mew em Red & Green, os eventos se modernizaram, aumentaram de frequência e principalmente tornaram-se mais acessíveis. O lado bom de ter ficado mais fácil obter os pokémon especiais é que a prática de usar truques ou códigos foi quase eliminada por completo. Já o lado ruim foi a desvalorização dos eventos, algo muito triste, pois até há alguns anos qualquer tipo de monstrinho ‘’exclusivo’’ recebia sua merecida atenção. Todavia, isso não tira o fato que continuo amando as distribuições de lendários e outros Pokémon raros. A partir do meu primeiro evento, que aliás foi o de Jirachi na época de DPP, participei de inúmeros outros. Os quais posso destacar o de Meloetta, Diancie e de Celebi. Em todos esses, conheci várias pessoas bacanas! Um dos motivos de eu curtir os eventos. A outra razão, e talvez a principal, é que desde RSE, eu carregava comigo a vontade de usufruir dos eventos de Mew, Ho-Oh, Deoxys... porém, era quase impossível conseguir essas lendas. Logo, para mim, esses Pokémon tinham um valor absurdo. Portanto, apesar de os fãs não darem mais tanta bola para essas distribuições, ainda carrego comigo o conceito de raridade em relação aos eventos. E não pretendo nunca deixá-los de lado!'' - comenta Lucas.
Nintendo World noticiando a distribuição da Celebi em sua edição de Março de 2011.
Eu me lembro até hoje, do dia em que adquiri esse exemplar da Nintendo World. Estava em um Shopping com alguns amigos e identifiquei ao longe Reshiram e Zekrom estampando a capa da revista. Não deu outra: comprei na hora! Fiquei horas admirando o pôster e desvendando os segredos do jogo que a revista mostrava: onde achar a campeã de Sinnoh no game, explorar as áreas secretas etc.
Essa foi também a primeira vez que vi Pokémon Back & White sendo vendidos nas livrarias Saraiva. Juntamente com o lançamento de Pokémon Black & White, Victini foi distribuído para todos os cantos do mundo! Era só ter o jogo, conexão on-line, e abrir o seu Mystery gift. A distribuição começou e terminou no Japão, de acordo com a data de lançamento por lá. E o mesmo se deu por aqui. A parte mais legal e que talvez esteja em falta hoje em dia, é que nesse evento em especial, não era o Pokémon que era baixado, mas sim uma passagem de barco que levava até uma ilha secreta dentro do jogo que escondia o monstrinho!
''Me lembro exatamente do dia em que distribuíram Victini. Tive de ir até uma Subway para usar a conexão sem fio, já que ainda não dispunha desse tipo de recurso. Tenho ele até hoje em minhas versões mais recentes de Pokémon'' - lembrou Lucas com nostalgia.
Legenda que vinha com algumas cópias do jogo avisando sobre o evento de Victini
Legal mesmo foi em Nova Iorque. A região de Unova é claramente baseada na região nos Estados Unidos e era óbvio que a ilha, onde Victini se localizava, era rapidamente associada a Ilha da Liberdade (onde fica a estátua da Liberdade, como o nome sugere). Logo, muitos treinadores se mobilizaram para ir até o local e se reunirem para pegar o monstrinho de uma vez só, no melhor estilo possível.
Até 2013, houveram muitos eventos para os jogos Pokémon Black & White/Black & White 2, incluindo o de Meloetta. Ainda nesse ano fatídico, houve um dos mais esperados eventos que não foi bem uma distribuição de monstrinhos de bolso e sim, uma festa para qualquer treinador. Estou falando do evento de lançamento de Pokémon X/Y. Eu quis incluir tal momento neste artigo, pois foi um marco para a história de Pokémon no Brasil. Quem estava lá com certeza nunca se esquecerá daquela sexta-feira, 11 de Outubro de 2013. E vale lembrar que a N-Party esteve lá!
Apresentação da nova geração de Pokémon aos visitantes pouco antes do lançamento oficial
O evento de Pokémon X/Y trouxe várias novidades, entre elas, o primeiro lançamento simultâneo de Pokémon mundialmente. Bem, na verdade o Japão estava adiantado 24hs, mas eles sempre eram os primeiros mesmo, não é? Nada superou o hype que eu estava naquela noite que para mim, terminou bem triste. No fim, eu não consegui ir ao evento, nem ter o 3DS e nem sequer uma cópia de Pokémon Y, que eu tanto queria. Só consegui mesmo em Dezembro daquele ano.
De qualquer forma, praticamente todos os meus amigos foram nesse evento. Olhando as fotos, vejo toneladas de rostos conhecidos! Foi uma verdadeira festa para os fãs de Pokémon.
Dentre todos os meus amigos que foram, na época, combinei com meu amigo Luccas Salgado semanas antes, de irmos ao evento. Acabou que ele foi sozinho e recentemente voltei a conversar com ele para lembrar um pouco daquela noite fatídica.
''Cara, na época, como ainda não tinha um 3DS, fui pelo Pokémon TCG. Várias mesas foram liberadas para partidas. Ainda meio em dúvida, naquela noite decidi por comprar Pokémon X posteriormente. Haviam muitas pessoas jogando Pokémon Black White 2 competitivo na fila. Haviam muitas pessoas que queriam duas cópias do jogo cada, pessoas que haviam acabado de comprar o 3DS só por aqueles dois jogos. Logo, o Shopping fechou, mas a Saraiva permaneceu aberta e a fila já dava voltas pelo local. Naquela noite deu pra ver o poder que Pokémon tem.'' - me contou Luccas.
A fila naquela noite começava a crescer. Só no ''começo'' da fila já haviam mais de 100 pessoas!
Lembramos também que, no andar de cima da loja, haviam demos de alguns lançamentos da Nintendo daquela época e as mais procuradas eram as demos de Pokémon X e Y. Ocorreram sorteios e também foram distribuídos brindes. O mais legal eram os chapeuzinhos dos Pokémon Chespin, Fennekin e Froakie. Todos os lançamentos mundiais deram esse brinde, uma grande sacada da Gaming do Brasil trazê-los para o evento. Luccas acabou pegando um de Chespin para mim e levou um de Froakie! Posteriormente, no nacional de Pokémon TCG 2014, achei o de Fennekin.
Luccas adquirindo seus bonés promocionais de Pokémon XY. Foto por: Luccas Salgado
Luccas lembrou comigo que, naquele dia, estava quase impossível se locomover para o local do evento. Porque no Campo de Marte, naquela mesma noite, a banda Black Sabbath faria um show juntamente com a banda Megadeth. Mais um evento que gostaríamos de ter ido naquela noite já que gostávamos muito das duas bandas!
Outro amigo meu, que inclusive conheci por causa de Pokémon, Erick Audibert foi nesse evento também. Erick também lembra com carinho daquele dia e nos conta um pouco do que vivenciou lá:
''Desde seu anúncio, Pokémon X/Y já tinham me fascinado bastante e estava ansioso para descobrir novos Pokémon e um novo cenário competitivo. Tinha ido com meu amigo e ambos já havíamos decidido quais versões escolheríamos (eu a Y, ele a X) O evento em si foi extremamente memorável: haviam centenas de 3DS, o que resultou em muitos encontros na praça do Streetpass. Foi muito divertido, principalmente os brindes! Aqueles bonés de Chespin, Froakie e Fennekin (perdi os meus!), e também era o último dia de distribuição de Giratina, Dialga e Palkia shiny, para Pokémon BW/BW2. E também teve o show dos Castro Brothers (mas não perdi meu lugar na fila para vê-los! Meu jogo em primeiro lugar). Logo na fila, havia um rapaz que explicava sobre a região de Kalos, os tipos fada e a expectativa que crescia. Fora os Nintendo 64 com Pokémon Stadium 2 que estavam dispostos pela loja e as demos de Pokémon X/Y que estavam sempre lotadas. Foi bom, pois pude estar reunido com tanta gente que gostava do mesmo assunto que eu. Foi perfeito em resumo.'' - lembrou Erick.
Pokémon X/Y chegou, junto com a esperança de uma geração nova e com novos monstrinhos para descobrir. E tudo mais que todos os treinadores já esperavam. Junto com a tradição das metódicas distribuições de monstrinhos. Infelizmente, a sexta geração de Pokémon coincide com a infeliz saída da Nintendo do Brasil, em Janeiro de 2015, o que deixou-nos incertos sobre os possíveis futuros eventos. Inclusive, não teve o tão aguardado evento de lançamento de ORAS que esperávamos há muito tempo! Até novembro de 2014, já havia acontecido algumas distribuições para o Brasil, sendo duas presenciais e todas as outras em Mystery gifts. Torchic, Vivillon, Pumpkaboo, Heracross/Pinsir, Beldum... entre outros, foram distribuídos pela internet mesmo.
Torchic foi o mais memorável para mim, pois veio praticamente de brinde para quem comprasse Pokémon X ou Y, de Outubro de 2013 a Janeiro de 2014. Algo interessante dessa distribuição em especifico, é que ela vinha com o item blazekenite que serve para mega evoluir Blaziken! Era a única forma de obter esse item em Pokémon X e Y legalmente, o que aumentou muito o valor desse item e desse Pokémon posteriormente. Em Pokémon Omega Ruby e Alpha Sapphire no entanto, não houveram mega pedras exclusivas nem mesmo para versões do jogo. Então, quem demorou a comprar X/Y pode pegar a blazekenite depois. O mesmo aconteceu em Omega Ruby e Alpha Sapphire com o monstrinho Beldum, que foi distribuído em sua coloração shiny e com uma mega pedra. Porém, você ainda recebia essa mega pedra durante o jogo, o que deixou o evento meio sem graça porém, prático. Talvez esses eventos de distribuição, junto com a compra do jogo, por tempo limitado, se torne padrão! Ainda tivemos alguns como o ''Spooky Pumpkaboo'' de dia das bruxas e Pinsir e Heracross para Pokémon Y e X respectivamente. Mas especial mesmo foram os eventos presenciais da Diancie e do Gengar.
Uma semana antes, os monstrinhos chegaram quase que juntos aos EUA e era óbvio que a Diancie coincidiria com o lançamento do filme por lá (Diancie & The Cocoon of Destruction). Não demorou para uma mobilização dos fãs acontecer: eles não queriam ficar de fora desse momento e começaram a clonar e hackear monstrinhos de eventos para não ficarmos só na vontade. Eis que, numa certa manhã, chega ao meu conhecimento, lendo o site da Nintendo World, que não só um, mas os dois eventos chegariam ao Brasil! Mobilizei toda a turma para corrermos, pois em diversas lojas estavam se esgotando os códigos de distribuição. Não deu outra: naquele final de semana, eu e Luccas fomos até a Fnac da Avenida Paulista buscar nosso Gengar. Naquela hora, a Fnac ainda estava vazia (era bem cedo, antes do meio dia).
Logo na entrada: o susto! Não achávamos o ponto de distribuição. Havia uma fila que crescia no estande do Nintendo Wii U e um rapaz estava sentado com um 3DS com um panfleto. Logo nos viramos e achamos o estande.
Ponto de distribuição do Gengar na Fnac da Avenida Paulista
Coincidentemente, encontramos naquele dia o Erick, pouco depois de pegarmos nossos Gengar. Instruímos a ele como fazer o mesmo e depois fomos até o edifício do Conjunto Nacional onde havia outro ponto de distribuição afim de fazer Streetpass, e quem sabe descolar umas batalhas. Lembro-me de termos nos sentado embaixo da escadaria, pois a multidão de pessoas era muito grande. Poucos minutos após nossa chegada, os códigos de Gengar haviam acabado! Naquele dia, ainda fomos até o Bobs da Avenida Paulista (muito conhecido dos treinadores locais!), onde nos sentamos e nos conectamos a uma rede 3G para fazer o download do monstrinho.
No evento seguinte, já estávamos mais preparados. Desta vez encontrei com Erick em uma estação de metrô e fomos juntos. Era uma sexta-feira, nunca me esqueço! Estava passando por uma banca da Avenida Paulista, quando vi que estavam vendendo uma revista inteiramente especial sobre Pokémon da Nintendo World Collection. Aquele dia foi ótimo! E ainda jogamos bastante com diversos treinadores que estavam na distribuição ,que aconteceu nos mesmos lugares que o evento do Gengar.
Que época para ser fã de Pokémon!
Infelizmente, a distribuição de Diancie se tornou bem famosa por um motivo ruim por aqui. A ganância de muitos jogadores simplesmente destruiu o evento. Erro por parte de alguns varejistas e erro por alguém fazer algo do tipo: alguns panfletos com o código da mítica monstrinha ficavam às abertas para quem quisesse pegar em muitas lojas! Muitos jogadores, com a menor falta de empatia e honestidade, levavam dezenas de códigos, alguns até para vender! Muitos treinadores honestos ficaram sem sua Diancie por conta desse tipo de ação. Nos Estados Unidos, por exemplo, no evento do Dragonite (citado no começo dessa matéria), os panfletos eram distribuídos limitadamente.
Desde então, não houveram mais eventos presenciais desse tipo no Brasil. Infelizmente, pouco tempo depois, recebemos com muita tristeza a notícia de que a Nintendo estaria deixando as suas operações no Brasil. O que (como já dissemos aqui) levou embora as esperanças de que mais eventos desse gênero aconteça por aqui. Entretanto, a Pokémon Company criou maneiras mais engenhosas de fazer eventos. De forma que a maior parte de seus fãs possam recebê-los. Cito o evento (já falado aqui também), do Eon Ticket em ORAS, que era passado via streetpass e se espalhando pelo mundo como um vírus. Nos últimos dias, surgiu um rumor de que Hoopa seria distribuído via Facebook (!!), além de ser um evento presencial. Mas é só um rumor, por enquanto.
E recentemente, aconteceu a distribuição de Diancie novamente via Mystery gift! O evento deu a oportunidade de muitas pessoas que não conseguiram pegar o lendário Pokémon anteriormente de terem nas atuais versões do jogo. Entretanto, especula-se que o evento se trata de uma alusão ao filme de Diancie, que chegará em muitos países agora em Agosto, incluindo o Brasil no dia 2, no Cine Cartoon (do canal Cartoon Network) às 21hs.
Sabemos que no fim das contas, os eventos especiais nunca serão exatamente como eram antigamente. Para muitos, aquela magia de ligar seu Game Boy, em uma maquina especifica, e esperar em uma longa fila para ter aquele monstrinho raro e intocável, acabou há muito tempo. Mas existem muitas gerações em Pokémon, uma nova que está conhecendo um mundo novo. Daqui alguns anos, todos nós vamos lembrar desses momentos como nostálgicos e quem sabe, detestar as novas tecnologias, não é mesmo?
Pokémon é isso. E como sempre digo: memórias. Digo isso frisando principalmente que, todos meus amigos que citei nesse post (e que me ajudaram) eu conheci via estes games fantásticos. E quero agradecer em nome da equipe da N-Party e a todos os que me ajudaram nesse artigo, até os que não citei mas sabem que me ajudaram. Por fim, convido você, leitor, a nos contar qual foi sua maior e melhor experiência nesse tipo de evento com Pokémon! Não deixem de comentar!
Agradecimentos especiais: Ricardo Toddy, Lucas Dirani, Luccas Salgado, Guilherme Lago e Erick Audibert.
Revisão: Caio Gomes