30 anos de Mario: Super Mario 64, um clássico que nunca morre
Por Fabricio Luz
Há quase 20 anos de seu lançamento original, Super Mario 64 é um dos jogos mais importantes da indústria e sem dúvida da Nintendo. Visto que estamos em uma retrospectiva sobre o games Mario, seria impossível não falar desse grande clássico que mudou e inspirou outros sucessos da indústria.
Para começar, já deixo aqui registrado o porquê dele ter sido escolhido por mim: foi um dos primeiros jogos do Mario que joguei na vida. Na época de infância, não existia nenhum colega com um SNES e eu sempre tive Mega Drive. Quando finalmente um primo comprou um console Nintendo, foi o N64 junto do Super Mario 64. Joguei por horas mas nunca acabei o jogo. Quando ele foi relançado para o Nintendo DS fiz questão de comprá-lo – e como o aproveitei!
Mas o que muitos jogadores atuais se esquecem é que nem todos os jogos foram criados assim, da forma como são nos dias de hoje. Tudo teve um início. E para esse início, grandes passos tiveram de ser tomados por desenvolvedores que apostaram na evolução. Super Mario 64 foi uma dessas atitudes.
Em uma época em que o mundo estava sedento por jogos em 3D, que seriam o dito ‘futuro’, chega a Nintendo com um console totalmente novo. O aparelho veio com um controle de aspecto diferente que chamou atenção dos fãs: um direcional analógico. Com ajuda do recurso, o Super Mario 64 e tantos outros em 3D poderiam ser usufruídos de uma forma muito melhor.
Super Mario 64 não foi o primeiro jogo desenvolvido em 3D, ou muito menos o primeiro game plataforma em 3D. O que tornou o título tão importante foi seu pioneirismo em criar um design totalmente em 3D (verdadeiramente em 3D). O conceito e ambientação inspiraram outros jogos que seria impossível esquecer do clássico. No próprio N64 tiveram vários semelhantes, como Banjoo & Kazooie.
Desenvolvido por cerca de 15 pessoas (incluindo Shigeru MIyamoto), todo o processo de criação da aventura foi feito por experimentos. Em entrevista, Miyamoto já disse que a equipe passou muito tempo testando formas de movimentos do personagem, como pulos, corrida e todo tipo de performance que viriam a ser usadas pelo protagonista encanador. Uma delas foi uma tech demo em que o Mario perseguia um coelho (soa familiar, não?). No final, eles gostaram tanto do recurso que o colocaram no game.
O QG da Nintendo deve funcionar quase como a toca do coelho, de Alice no País das Maravilhas. As equipes que trabalham nos jogos testam diversas ideias curiosas antes de chegar no ponto em que consideram o ideal. Com Super Mario 64, em uma época em que a internet não era tão popular como é hoje, o processo seria ainda mais trabalhoso.
Ao contrário de tantos games que possuem uma mensagem, um moral no final, Super Mario 64 possui apenas um objetivo: ser divertido. O game chegou cheio de expectativa e medo por parte dos fãs. Seria o primeiro que o Mario deixaria de ser 2D e passaria a ter um visual 3D. Com isso, foi questionado na época o que aconteceria com a franquia. Felizmente o universo 3D coexistiu com o 2D, e ninguém ficou de fora do mascote da Nintendo.
Embora seja divertido e com um visual inovador para a época, a trilha sonora também foi um aspecto importante para quem aproveitou a aventura. As músicas, como todo game Mario, foram bem usadas por fases que passam por montanha de gelo, caverna e por aí vai. Cada ambiente tem um tema que gruda na cabeça e se torna familiar em poucos minutos jogando. A fórmula foi repetida em outros games da franquia, em especial Mario Galaxy, uma obra-prima do Wii.
Super Mario 64 é um absoluto clássico e recentemente foi relançado para os fãs que estão embarcando no mundo Nintendo apenas agora, com o Wii U. Na plataforma, o jogo está disponível por Virtual Console e traz um dos melhores exemplos do que é ser um game divertido do início ao fim.
Revisão: Caio Gomes