Em Hong Kong, fãs de Pokémon protestam após mudança do nome de Pikachu
Por Mario Toledo
Você ficaria frustrado se, de repente, a The Pokémon Company anunciasse que o nome de Pikachu mudaria, de alguma maneira, apenas no Brasil? Pode parecer estranho, mas foi isto aconteceu na China, revoltando alguns fãs de Hong Kong.
Pokémon Sun e Pokémon Moon contarão com suporte a língua chinesa, mas apenas da versão simplificada, o que não agradou os fãs que dizem ser "uma falta de respeito com suas memórias ou língua".
Acontece que a China possui diferentes dialetos, falados em regiões específicas. E por este motivo, traduzir os materiais de Pokémon na região tem sido mais difícil.
Para facilitar, a Nintendo resolveu unificar os nomes: Pokémon, na Grande China (a junção da China continental com Hong Kong, Macau e Taiwan) será oficialmente chamado de 精靈寶可夢, ou Jingling Baokemeng em Mandarim (Jingling significa "espírito" ou "elfo", e Baokemeng é a transliteração de Pokémon). Até então, em Hong Kong, a franquia era traduzida como 寵物小精靈, ou Pet Little Elves (ou Spirits) e em Taiwan era 神奇寶貝, ou Magic Babies.
A Nintendo ainda lançou, recentemente, a listagem oficial dos 151 Pokémon renomeados para o Mandarim. Na listagem, Pikachu apareceu com o nome alterado: o que era antes traduzido em Hong Kong como 比卡超 (Bei-kaa-chyu), passará a ser traduzido como 皮卡丘 (Pikaqiu), que se parece mais com o nome global do rato amarelo. Porém, no dialeto Cantonês, é lido como Pei-kaa-jau, que já não faz tanto sentido.
Na manhã desta segunda-feira (30), protestantes marcharam para o consulado central japonês, demandando que a Nintendo adotasse uma tradução em cantonês diferente para os novos jogos em Hong Kong. Com cartazes dizendo coisas como "Não à Pei-kaa-jau, me dê de volta Bei-kaa-chyu", eles cantaram a música de Pokémon em cantonês durante sua marcha.
Algumas dezenas de fãs marcharam para o consulado japonês para protestar.
Os protestos também estão ocorrendo de forma digital. A página da Nintendo de Kong Kong no Facebook está recebendo ameaças de boicote ao jogo, e grupos contra a tradução no Facebook já contam com mais de 6000 usuários.
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