[Retrô] [NGC] Tales of Symphonia
Por André Aranovich
Um dos RPGs de peso do Game Cube, Tales of Symphonia é o quinto título da série "Tales of" e foi o terceiro a ser lançado nas Américas. O que a primeira vista parece um título bobo, revela-se uma história densa cheia de reviravoltas e certamente muito cruel para vários de seus envolvidos, além de discussões sobre temas polêmicos.
Se para vários fãs da série Final Fantasy, Final Fantasy VII é um jogo supremo e o ápice da franquia, podemos dizer o mesmo de Tales of Symphonia, o Final Fantasy VII da série "Tales of". A série é conhecida por seu sistema de batalhas que não é por turnos, e sim, em tempo real (Nesse jogo, o nome do sistema é Linear Motion Battle System), fazendo os jogadores que não gostam de navegar em dezenas de menus no meio de uma batalha poderem aproveitar um JRPG também.
Tales of Symphonia se passa inicialmente em Sylvarant, que no momento da drama está sofrendo por falta de mana, a energia vital do mundo. Quando isso acontece o Escolhido, um messias propriamente dito, terá que partir em uma jornada e oferecer suas preces para a Deusa Martel, para que o fluxo de mana volte ao normal. O nome desse feito é a Jornada da Regeneração do Mundo. Quando essa jornada acabar o Escolhido se transformará em um anjo e o mundo estará salvo. Ao menos, a lenda é essa...
O personagem principal do jogo é Lloyd Irving, um espadachim novato que perdeu os pais e vive com um anão como pai adotivo. A vida dele começa a ter problemas quando ele vê que sua melhor amiga (e por que não, interesse amoroso), Collete, inicia sua jornada como a Escolhida para a regeneração do mundo. O problema nisso é que várias pessoas não querem que o mundo esteja com o ciclo de mana restabelecido e por conta disso contam com a morte de Collete. E isso é só o início da história, com o desenrolar do jogo é mostrado que a Jornada de Regeneração do Mundo não é tão perfeita como o imaginado.
Se a história é ótima, os personagens do jogo são o tempero do banquete. São vários clichês dos JRPGs mas quando bem colocados com a trama e bem desenvolvidos ao longo do jogo é fácil ver personagens ótimos e com profundidade. Além disso o jogo conta uma quantidade relevante de side-quests para contar a histórias dos personagens que não "conseguiram" contar sobre o próprio passado no enredo principal da trama.
A jogabilidade é atraente e a porta de entrada para o estilo títulos posteriores da série - Tales of the Abbys (PS2/3DS) e Tales of Vesperia (X360) bebem muito bem dessa fonte - motiva o jogador a treinar combos e a querer subir de nível para passar rapidamente futuras batalhas para ver o desenrolar da drama. As dungeons por sua vez possuem puzzles bem trabalhados, de vez em quando é fácil ficar travado mas queimando alguns neurônios não é nada que prejudica o desenrolar do jogo.
O jogo dura cerca de 50 horas para terminar, a média dos JRPGs, mas possui um New Game+ no qual é possível trocar pontos obtidos ao longo da jogatina para uma nova jogatina facilitada para poder-se aproveitar-se da dungeon extra do jogo. Apesar de existir a continuação para Wii "Tales of Syphonia: Dawn of The New World" o jogo possui um final fechado e espetacular. Se ainda não percebeu, esse jogo é uma das pérolas do GameCube.