Demorou para Fantasy Life chegar no ocidente. Depois de quase 2 anos desde o lançamento do jogo original no Japão (e mais de 1 ano desde o lançamento de Fantasy Life Link!, sua versão aprimorada), eis que, na última sexta-feira, tivemos a oportunidade de iniciar uma nova vida no "não mais tão novo" game da Level-5.
De todos os títulos anunciados na E3 deste ano, talvez este tenha sido o que mais fiquei na expectativa pelo lançamento. Meus vícios por MMOs me obrigam a gostar de games que me permitam evoluir meus personagens até o limite da experiência disponível. Some isto com a sensação de liberdade deste game, juntamente com a arte de Yoshitaka Amano, e você tem uma obra que me forçou esperar até às 2 da manhã do dia 24 de outubro para comprar digitalmente o jogo e aproveitá-lo o máximo possível.


A proposta inicial de Fantasy Life é simples: você cria o seu herói e vive sua própria aventura, explorando lugares fantásticos, derrotando inimigos e ficando mais forte. Porém, não dá para definir o jogo como um simples RPG. Na verdade, o jogo é composto de vários elementos de títulos de grande sucesso nas mais diversas plataformas e dos mais diversos gêneros, e que, juntos, fazem com que Fantasy Life tenha quase um gênero próprio.

Desde Ragnarok que não vejo um sistema de classes tão bem feito. Existem 12 vidas que o jogador pode seguir, divididas em 3 tipos: o Paladin, o Mercenary, o Archer e o Magician compõem os guerreiros com habilidades para enfrentar monstros, enquanto o Blacksmith, o Carpenter, o Alchemist e o Cook compõe classes para criação de ítens e o Angler, o Miner, o Woodcutter e o Tailor compõe classes para arrecadação de recursos, cada uma com suas habilidades e especialidades.


Cada profissão possui suas próprias quests, as quais o jogador deve completar para subir de rank. A cada rank ganho, o jogador ganha bônus em seus status, novas habilidades e desbloqueia novas quests para o próximo rank. O mais legal é que o jogador pode trocar de vida a qualquer momento, passando de um Cook para um Mercenary, por exemplo, ao falar com o Guild Master de Castelia. Isto permite que o jogador crie um personagem único, com seu próprio conjunto de habilidades e sua própria forma de explorar o jogo.
Além disto, cada profissão cumpre bem com o seu papel. Se você usa um Cook para criar itens, então talvez precise de um Angler para pescar peixes para a produção de novas comidas. Ou se você usa um Archer, provavelmente precisará de um Carpenter para criar seus arcos, enquanto o Tailor produz roupas para as classes que não usam armaduras. Fora que as classes de batalhas se completam: o Paladin pode aguentar o dano do monstro para o Archer atacar a distância, o Mage causar dano mágico e o Mercenary causar dano físico.

As semelhanças com Ragnarok não estão apenas nas estruturas das classes. Reveria, região de Fantasy Life, possui vários ambientes temáticos, indo desde uma montanha coberta de gelo à uma caverna de lava, e em cada um destes lugares existem monstros que derrubam itens específicos ao serem derrotados, e até mesmo monstros chefes que garantem itens raros e uma quantia maior de dinheiro. Além disto, Castelia lembra muito Prontera, o que remete a uma estranha sensação nostálgica para quem jogou (ou ainda joga) o MMO da Gravity.



As batalhas no estilo de The Legend of Zelda são ótimas para quem não tem paciência para o convencional sistema de turnos. Mais do que isto, as batalhas são repletas de ação, e muitas vezes, enfrentar monstros requer que o jogador tenha habilidades para desviar de ataques ou para atacar no momento certo.
O jogo também possui um sistema de party que permite que 2 outros NPCs acompanhem o jogador em suas aventuras. Estes companheiros podem ser encontrados na cidade após cumprir certos objetivos (normalmente após o jogador atingir um determinado rank em sua profissão), ou podem simplesmente serem seus animais de estimação adotados em Castelia.


O sistema de "life simulator" lembra, de alguma forma, Animal Crossing: New Leaf. Não que você tenha que se relacionar com os NPC's da cidade, mas muitas vezes o jogador precisará conversar com outros personagens para cumprir quests e conseguir novos itens. Além disto, o jogador pode ter 1 ou mais casas no jogo, podendo decorá-las da maneira como desejar. Isto não te lembra algo?


O sistema multiplayer funciona bem sobre todos os aspectos. Você pode chamar seus amigos para partidas online ou via wireless local para visitar sua cidade e, juntos, partir em busca de aventuras, enfrentando monstros que demandam de um trabalho em equipe, assim como visto nos demais jogos de Monster Hunter. Fora que é possível se comunicar dentro do jogo utilizando um pequeno sistema de chat (apesar de pouco prático), e você pode até mesmo marcar grupos nas demais redes sociais para, quem sabe, montar uma party e jogar regularmente.


E como se não bastasse todos estes aspectos positivos, Fantasy Life ainda possui uma trilha cronológica para quem quiser acompanhar a história do jogo. Seguindo as orientações de uma borboleta, o jogador descobrirá mais sobre os mistérios de Reveria e irá explorar cada canto da região, conversando com personagens em diálogos extremamente divertidos e cheios de sarcasmo.

A demora da localização é compreensível quando vemos a quantidade de conteúdo que o jogo possui (fora as demais DLCs que existem para aquisição). São pouquíssimos os pontos fracos de Fantasy Life, mas ainda sim, é importante ressaltar que ele é um jogo de nicho. Se você não gosta de passar horas explorando cavernas e derrotando monstros, ou criando itens e fortalecendo seu personagem, então nem pense em pegar este game. Agora, se você, assim como eu, ama fazer grind e quer um jogo para aliviar a tensão do dia a dia, então não pense duas vezes e compre Fantasy Life o quanto antes.

E você, o que achou do jogo? Não deixe de comentar!
Lembrando que o "Diário de um Jogador" está de volta, e com uma aventura em Fantasy Life!