Nintendo - 04/05/2015

Conheça a Super Geeks, uma escola que ensina programação para um público jovem utilizando Minecraft


Culturalmente, no Brasil, não existem muitas escolas e instituições que promovam o ensino da tecnologia ao público jovem. Nos Estados Unidos, já é comum as escolas do ensino fundamental e médio incluírem matérias como programação em sua grade curricular, algo que, raramente, vemos em escolas particulares de alto nível em São Paulo.

Encontramos na XMA a Maria Tereza F. Fernandes, uma professora de uma escola americana chamada Super Geeks (http://www.supergeeks.com.br), que abriu algumas unidades aqui em São Paulo (e promete ir para outros estados em breve) e ensina programação, dentre outros intensivos como empreendedorismo e storyboard, para crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos.

A professora nos deu uma entrevista para explicar um pouco de como funciona esse ensino para este público jovem.

O que é a Super Geeks?
A Super Geeks é uma escola de programação e robótica para crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos. Nós tentamos ensiná-los o máximo possível de acordo com a idade. Um exemplo seria que uma criança entre 7 e 9 anos não tem noções boas de matemática, necessária para a programação. Por conta disso, utilizamos outros meios de ensino simplificado para estes, o qual chamamos de Fase 0.

Há um ensino totalmente diferente para cada idade? E as fases?
A partir dos 10 anos eles entram na fase 1, já aprendendo blocos de programação e dividindo os jogos em métodos. Nós normalmente pegamos uma parte de um jogo e separamos, explicando como cada parte funciona num todo. Após a explicação, eles tentam recriar aquela pequena parte do zero, que é o desafio desta fase.

Conforme a fase fica mais avançada, métodos de ensinos diferentes são usados, contando até com a utilização de repositórios no GitHub e exemplos de códigos mais complexos para os alunos tentarem recriar.

Quantas fases são?
Vai de 0 a 8. O motivo de começar no 0 é justamente porque no sistema de um computador o primeiro número sempre é o 0, no caso, totalizando 9 fases. Dentro das fases, os alunos são ensinados a programar de aplicativos até jogos. Além de que a, partir de certas fases, começamos a usar Minecraft como método de ensino.

Como assim Minecraft?
Nós usamos um pequeno mod onde é possível programar um robô (turtle) dentro do próprio game, que permite desenvolver qualquer coisa com um código.

Eles podem criar um padrão para a Turtle criar uma casa, um inimigo, explorar terrenos e inúmeras outras coisas.

Programar não é uma coisa que uma criança deve achar divertido quando é puro texto, porém, como Minecraft é um ótimo atrativo para as crianças, isso se torna muito mais fácil e criativo, pois ajuda muito na atenção e vontade da criança programas.

Além de Minecraft, quais outros jogos vocês usam?
Dos jogos de massa e famosos, apenas o Minecraft. Outros softwares / jogos que usamos no ensino são de uso educacional, como por exemplo o Scratch, feito pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology, umas das maiores e melhores faculdades de tecnologia do mundo), que ensina o funcionamento passo a passo de um jogo ou um código.

Qual o benefício de ensinar programação para estas crianças?
Nem todas as crianças que nós ensinamos na escola acabam virando programadores ou desenvolvedores no final das contas. Porém, o outro ponto bom de ensinar é justamente a lógica que a criança aprende, que ajuda muito em matérias que elas enfrentarão futuramente na escola, principalmente matemática.

Na matemática, mesmo não sabendo um cálculo de cabeça, utilizando a lógica é possível resolver quase tudo com uma simples regra de 3.

Quais são os chamativos para elas começarem?
Muitas delas gostam de pensar que podem criar algo grandioso, comumente usando exemplos de criar o “novo LoL” ou o “novo Dota”. Já ouvi alunos me dizendo que queriam virar programadores na Square Enix ou virar o novo Miyamoto.

Porém, muitas não têm ideia que isso é feito a partir da programação. E ao ver isso, a maioria fica ansioso pois acaba gostando.

Podemos ver que na Super Geeks existem mais 3 cursos fora o de programação. São os cursos de Gamification, Storyboard e Empreendedorismo. Todos tem ensinos parecidos e para variadas idades?
São os intensivões, e os 3 vão juntos nas fases. Claro que não vamos ensinar empreendedorismo a uma criança de 8 anos, na fase 0, pois ela não tem a mínima noção de como criar e nem sabe exatamente o que é uma empresa.

O andamento desse ensino começa com “vamos juntar um grupo e criar algo”, dando a mentalidade de trabalho em grupo. Alguns jogos criados aqui já foram até para o Steam Greenlight!

Fazemos reuniões semanais, sprints e coordenação do time para criar tudo num período de tempo definido como uma real equipe de uma empresa.

Não são todos que tem esta vontade de virar grandes desenvolvedores, porém, estes que não se destacam não são esquecidos, onde podemos também os colocar em outras áreas do desenvolvimento, como arte ou roteiro.

Como as crianças são maleáveis, é muito fácil mantê-las interessadas.

Por último, como professora, qual a coisa mais legal do ensino?
É motivá-los nas minhas aulas demonstrando empresas, e que todo jogo tem público. Não existe um jogo que nunca será vendido e eles podem ter a total liberdade lúdica para criar os seus.

Exercitar a imaginação dos pequenos é incrível!

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